Pap'Açorda

Sean Connery perdeu-se de amores pelas costeletas de borrego de Manuela. Robert de Niro preferia as suas favinhas fritas com alho e chouriço. E Catherine Deneuve ficava feliz da vida quando a chef deste mítico restaurante do Bairro Alto lhe mandava para a mesa o seu prato favorito: morcela com açorda. Manuela Brandão, que cresceu na cozinha do Pap’Açorda (entrou com 18 anos e trabalha lá desde então), tem esta capacidade de conquistar o coração das pessoas pelo estômago. Houve mesmo um cliente, mais inflamado pelos seus temperos, que um dia lhe irrompeu pela cozinha adentro e lhe fez uma declaração de amor.O Pap’Açorda, que tem hoje uma legião de clientes fiéis e apaixonados, foi um dos restaurantes que mais marcou a cena gastronómica da cidade nas décadas de 80 e 90. Ao fim de 35 anos deixou o Bairro Alto para reabrir no primeiro piso do Time Out Market, num espaço com o dobro do tamanho do original. São 800 metros quadrados, com 150 lugares sentados e 25 ao balcão, distribuídos por duas salas e dois bares, cheios de luz, onde vai ser possível petiscar e beber cocktails. Encostada a uma parede, e difícil de ignorar, há ainda uma garrafeira envidraçada que guarda 500 garrafas de vinho. Tudo português, à excepção do champanhe. A lista, como o espaço, cresceu, e aos pratos mais clássicos, Manuela juntou novos. Há empadão de sapateira, sopa de mexilhão folhada, caril de lagosta e canja de rabo de boi com rabanadas de vinho do Porto. Sempre a sair de uma cozinha que não fecha.