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Bolaño vive nos lançamentos de 2017

Escrito por
Catarina Moura
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Póstumo é uma palavra que soa como “o nome de um gladiador romano”, dizia Roberto Bolaño numa das últimas entrevistas, em 2003, à Playboy mexicana. “Um gladiador invicto. Ou ao menos assim quer crer o pobre Póstumo, para se valorizar”, acrescentou ainda.

O engrandecimento (ou não) de Bolaño com as obras que os seus herdeiros têm permitido que se publiquem postumamente divide os críticos e os leitores desde a publicação de 2666 em 2004 – o livro parecia manuscrito para ser uma série e foi publicado, em vez disso, num só volume de cerca de mil páginas. A ideia de capitalização da morte e da obra por parte do escritor não demorou a estalar, e agora que estão nas livrarias os projectos a que Bolaño não deu o OK, não vale a pena ficar na ignorância: o escritor que não se dizia chileno, mexicano ou espanhol mas sim latino-americano tem este ano em Portugal uma série de lançamentos especiais.

O tiro de partida foi dado com a chegada às livrarias em Março de O Espírito da Ficção Científica, a obra póstuma escrita nos anos 1980 e publicada no final do ano passado pela Alfaguara da América Latina e Espanha. Saiu do imenso baú do escritor que morreu aos 50 anos e só começou a publicar aos 43, embora construísse obra desde os 17, entre contos, cartas e esboços, e voltou a trazer para a equação a questão do vil metal, ainda não tinha sido apresentada a edição final na Feira do Livro de Guadalajara, no México.

A Quetzal, que publica Bolaño em Portugal, promete ainda para este ano a publicação de Patria, em simultâneo com o lançamento internacional. Este conjunto inédito de três novelas conta com a que dá nome ao livro, Sepulcros de VaquerosLa Comedia de Horror de Francia, e para o final do ano fica guardada a primeira tradução portuguesa de Putas Assassinas, colectânea de conto publicada em 2001.

O aclamado romance 2666 vai ter este ano uma nova edição e a editora prepara também uma nova tradução, por Cristina Rodriguez e Artur Guerra, de Detectives Selvagens, que Bolaño classificou como "uma carta de amor" à sua geração.

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