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A Fábrica do Nada

  • Filmes
  • 3/5 estrelas
  • Recomendado
A Fábrica do Nada
©DRA Fábrica do Nada no Festival de Roterdão
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A Time Out diz

3/5 estrelas

Na força de A Fábrica 
de Nada – não querer ser 
só um filme que conta a história, linear, convencional, naturalista, arrumadinha, de uma fábrica em risco de fechar e que os seus trabalhadores querem salvar – reside também a sua fraqueza – querer ser várias coisas numa só, e em cambulhada. Uma ficção chegadinha à realidade; um documento social; uma reflexão sobre o mundo laboral de hoje e de amanhã, com o advento da robótica, sobre a viabilidade da autogestão e
 o futuro do capitalismo; um ensaio sobre o país e o mundo em que vivemos agora; e até um micromusical.

É um filme tão atarefado, tão empenhado em discutir, reflectir, explorar, que traz embutido o desconcerto dos seus autores (apesar de realizado por Pedro Pinho, tem a autoria partilhada por todos que o escreveram), mostra gente 
que lhe é exterior a discutir
os problemas que aborda e
 até tem um “grilo falante”, na pessoa de um documentarista italo-argentino que cai de pára-quedas e passa o tempo ora a acompanhar e a falar com as personagens, ora a comentar
 o que se vai passando. Não admira que, com todo este arrojo formal e esta superabundância de palheta, A Fábrica de Nada dure três horas. E que por
 vezes desejemos que esta obra colectiva e mutante tivesse tido um produtor batido e mandão, daqueles que sabem onde está a ganga de um filme e pedem para a cortar.

Por Eurico de Barros

Escrito por
Eurico de Barros

Detalhes da estreia

  • Duração:167 minutos
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