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Flores de Aço

A Páscoa em dez filmes nada bíblicos

Sem Jesus Cristo, a última ceia ou crucifixos, estes filmes são sobre a Páscoa ou passam-se nessa época.

Escrito por
Rui Monteiro
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Cinema bíblico é o que mais há na televisão (e não só) quando chegam as férias da Páscoa. Porém, nesta altura do ano, também há alguns filmes que estão longe da Bíblia. Não são muitos, mas que os há, há. Alguns aproveitam-se da época e usam as reuniões familiares apenas como um pretexto para contar as suas histórias. Outros fazem correr sangue que não o de Cristo durante esta quadra. E ainda há uns quantos que pura e simplesmente ajavardam a coisa. Para saber como, é ver estes dez filmes pascais pouco ou nada bíblicos.

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A Páscoa em dez filmes nada bíblicos

Desfile de Páscoa (1948)

Ainda não havia televisão e a MGM não queria deixar passar a época sem ganhar um punhado de dólares. Como não tinha nenhum filme disponível sobre Cristo capaz de ganhar algum, os executivos do estúdio optaram por um musical, coisa para a família, ligeirinha. Ganharam uma pipa de massa, que o filme foi um êxito, e ainda arrecadaram um Óscar de Melhor Banda Sonora. O enredo é básico – uma história de amor e ciúme e inveja e vingança entre artistas – e o que importa é a música, a cor, e, claro, a dança. Judy Garland e Fred Astaire (chamado à pressa para substituir o lesionado Gene Kelly) fizeram o seu papel com o profissionalismo necessário para passar despercebido que não caíam de amores um pelo outro. A sua popularidade entre o público fez o resto.

A Vida de Brian (1979)

Embora, de certa forma, um filme quase bíblico, A Vida de Brian é sem dúvida a mais descabelada paródia aos filmes de Páscoa tradicionais. A autoria dos Monty Python era, à partida, uma espécie de garantia, e a forma anárquica como decorreram as filmagens (quase, mas nem sempre dirigidas por Terry Jones) assegurou a quota de espontaneidade libertária característica do grupo de comediantes britânico. E, assim, adoptando uma leitura – digamos – política dos evangelhos, Brian (Graham Chapman), que nasceu no estábulo ao lado do de Jesus, cresce e junta-se a um movimento de resistência à ocupação romana da Judeia. Apesar da sua organização ser particularmente ineficaz, por portas e travessas e um certo surrealismo narrativo, Brian torna-se profeta. Contudo não se livra da cruz.

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Flores de Aço (1989)

Agora uma coisa completamente diferente. Herbert Ross juntou Shirley MacLaine, Olympia Dukakis e Sally Field, acrescentou um enredo tecido à volta de um salão de beleza na Luisiana e da passagem do tempo, e criou esta película sobre valores familiares em que a Páscoa é apresentada como símbolo do início da Primavera e do princípio de uma nova vida. Apesar deste tom sério, quase solene, Flores de Aço tem os seus gagues, as suas confusões familiares e, para ninguém ignorar a época, logo na cena inicial um carregamento de ovos de Páscoa é acidentalmente esmagado.

Os Malucos do Centro (1995)

A Páscoa, aqui, nem pretexto é, mas apenas a época do ano em que se passa a acção. Vê-lo, nesta altura, é, assim, pelo menos, uma espécie de provocação aos valores familiares. Gratuita, todavia divertida, tanto como o filme de Kevin Smith (Clerks), onde Jay e Silent Bob, embora presentes, dão o protagonismo a Jeremy London e Jason Lee. Adolescentes que levaram com os pés das namoradas, refugiando-se, deambulando e aprendendo sobre a vida graças a uma colecção de personagens particularmente patuscas que encontram num centro comercial, ao mesmo tempo procurando engendrar um plano de recuperação das raparigas.

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Chocolate (2000)

A acção desta fábula filmada por Lasse Hallstrom, a partir do livro homónimo de Joanne Harris, passa-se durante a quaresma. É a história de uma mulher (Juliette Binoche) e a filha de seis anos que abrem uma loja de chocolates numa vilazinha francesa. A princípio, são recebidas com desconfiança, sobretudo pelo conservador presidente da câmara, Comte de Reynaud (Alfred Molina), mas depois os deliciosos chocolates começam a surtir o seu efeito nos membros da muito tacanha e pouco tolerante comunidade.

Easter Bunny, Kill! Kill! (2006)

E que tal um pouco de terror pascal? É o que tem para nos oferecer esta fita abaixo de série B realizada por Chad Ferrin em 2006 e protagonizada – salvo sejapor Timothy Muskatell, no papel do fura-vidas Remington, Charlotte Marie, a fazer de Mindy, a enfermeira com quem ele vive, e Ricardo Gray, como Nicholas, um jovem deficiente e o filho de Mindy. Quando o pano cai, Easter Bunny, Kill! Kill! revela-se uma história sobre a reunião de uma família durante a Páscoa, mas até lá chegarmos vai correr muito sangue.

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Hank and Mike (2008)

Agora é a vez de Thomas Michael, Paolo Mancini, Chris Klein e Joe Mantegna protagonizarem, neste filme de Matthiew Klinck, uma comédia transtornada, negra e ainda com uma pontinha de realismo social, onde dois coelhos de Páscoa vêem a sua longa e profunda amizade em perigo quando a multinacional que detém os direitos sobre a Páscoa os despede. Atirados para o desemprego, incapazes de reconversão profissional, depois de muita atribulação, os bons sentimentos vem ao de cima, a reconciliação acontece e… a vida continua.

Hop (2011)

O que é que acontece quando o filho do Coelho de Páscoa, E.B., não quer seguir a tradição e ainda menos assumir o papel do pai? Foge de casa, na Ilha da Páscoa, claro, e vai direitinho que nem um fuso para Hollywood tornar-se músico. É o que é. E, neste filme de animação de Tim Hill, o pequeno leporídeo tem logo a sorte de conhecer James, cujo maior sonho era ser Coelho de Páscoa mas não sabia para onde enviar o currículo e a candidatura. Hank Azaria, dando voz ao vilão Carlos, é, por assim dizer, o inimigo a abater para E.B. (Russell Brand) no seu caminho para o estrelato e resolução dos problemas familiares.

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A Origem dos Guardiões (2012)

Quando o espírito maligno Pitch lança um ataque à Terra, os Guardiões – compostos pelo Pai Natal, o Coelho da Páscoa, a Fada dos Dentes e outros ilustres do imaginário colectivo – unem-se para proteger a inocência das crianças por todo o mundo. Chris Pine, Alec Baldwin, Jude Law, Hugh Jackman ou Isla Fisher são alguns dos actores que emprestam a voz às personagens desta produção da Dreamworks, com direcção de Peter Ramsey, que é simultaneamente um natalícia e pascal.

Pieces of Easter (2013)

Estas coisas acontecem. E podem ser chatas ou motivo para uma barrigada e riso, como neste filme escrito e dirigido por Jefferson Moore. Acontece, então, que Alza Bennet (Christina Marie Karis), uma executiva particularmente arrogante e sublimemente irritante vai a caminho da casa da família para passar a Páscoa e… Eis senão quando o carro se avaria e a avaria é irremediável em tempo útil naquele ermo onde se foi abaixo. No ínterim do seu desespero, conhece Lincoln James (Jefferson Moore), um solitário (digamos melhor: misantropo) lavrador que, em troca de mil dólares, aceita levar a rapariga até ao destino. Como é evidente, entre as cenas cómicas, os dois vão conhecer-se melhor, confrontar os seus problemas e tornar-se melhores pessoas.

Desejamos-lhe uma Páscoa cheia de filmes

Coelhos sangrentos, ou terror na Páscoa
  • Filmes

Não há Páscoa sem coelhos, habitualmente agarrados a ovos de chocolate. Os miúdos adoram-nos e não por acaso multiplicam-se os filmes animados sobre estes animais tão simpáticos. Mas deixamos um aviso, dois na verdade. Primeiro, fique já a saber que aqui não encontra nenhum filme desses, depois todos estes filmes são tão incrivelmente maus, como bizarramente divertidos. No fundo, são tão maus que são bons. A surpresa é existirem tantos cineastas que escolheram coelhos, ou alguém vestido de coelho para vilão. Eis sete exemplos para ver na Páscoa. Venham vê-los à solta e maldispostos.

  • Filmes

Há muitas maneiras de filmar a Páscoa. A principal, a praticada pela maioria dos cineastas, é seguir o roteiro imposto pelo Novo Testamento e filmar o caminho de Jesus até à cruz – o que muda, aqui, é apenas quando começa a história, se quando o menino nasce, se na sua vida adulta, ou mesmo antes de Cristo. E se a maioria é basicamente conservadora e respeitadora do cânone, também há excepções entre estes dez filmes, que vão de O Rei dos Reis (1927) de Cecil B. DeMille ao mais recente Maria Madalena, realizado por Garth Davis em 2018.

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