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A Vida Invisível

  • Filmes
A Vida Invisível (2019)
©DRA Vida Invisível de Karim Aïnouz
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A Time Out diz

Rio de Janeiro, anos 50. Eurídice e Guida são irmãs, filhas de um casal de emigrantes portugueses. Eurídice quer estudar música em Viena e ser pianista, Guida procura o verdadeiro amor. Um dia, Guida foge para a Europa com um marinheiro grego, mas acaba por regressar grávida e o pai expulsa-a de casa, escondendo a Eurídice que a irmã voltou ao Brasil. Esta acaba por se casar e ser mãe, adiando o sonho da música. Baseado num livro da escritora e jornalista Martha Batalha, e apesar do esforço de realismo feio e triste feito pelo realizador Karim Ainouz (O Céu de Suely, Praia do Futuro), A Vida Invisível tem um fortíssimo sabor telenovelesco, que se manifesta desde a estereotipação das personagens (o pai tirano conservador – e português e padeiro, como se não bastasse! –, a mãe submissa, as filhas oprimidas e frustradas nos seus sonhos) até à sucessão aborrecidamente previsível de clichés de que a história é construída, em que é pendurado um “comentário social” de circunstância (a condição da mulher no Brasil de há meio século). Os actores são inatacáveis e a época está bem recriada, mas a mochila folhetinesca de A Vida Invisível é demasiado óbvia e pesada.

Escrito por
Eurico de Barros
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