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Bora Lá

  • Filmes
  • 3/5 estrelas
  • Recomendado
Photograph: Disney/Pixar
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A Time Out diz

3/5 estrelas

Diga-se logo a abrir que este ‘Bora Lá não está ao nível de animações mais recentes da Pixar, como Coco, The Incredibles 2: Os Super-Heróis ou Toy Story 4. Mas tal como um grande clube de futebol não é capaz de ganhar todos os jogos que disputa, ou um campeão de Fórmula 1 não consegue triunfar em todos os grandes prémios em que corre, também um estúdio com os pergaminhos da Pixar não está obrigado a produzir uma obra-prima em cada filme.

E não sendo uma dessas, ‘Bora Lá é, mesmo assim, uma fita bastante agradável, técnica e narrativamente superior à maior parte da concorrência e com várias coisas que se recomendam.

Uma delas, e a principal, é ter uma história que remete para uma época em que os jogos de vídeo ainda não estavam tão vulgarizados nem eram tão numerosos e sofisticados como hoje, e um dos jogos mais populares do mundo, com um tema de fantasia, era jogado não num computador, mas sim num tabuleiro: o Dungeons & Dragons.

‘Bora Lá passa-se num mundo em muitas coisas semelhante ao nosso, só que habitado por criaturas dos universos da mitologia, da fantasia e da espada e feitiçaria. Esse mundo onde outrora a magia e as grandes demandas aventurosas eram a norma, começou a ser invadido pela inovação tecnológica.

Em pouco tempo, a magia foi esquecida e a aventura posta de parte ou desvirtuada e comercializada, dando lugar aos electrodomésticos, aos telemóveis, aos aviões, aos carros e à fast food. Basta dizer, e como exemplo significativo, que os centauros deixaram de cavalgar e passaram a andar de automóvel.

Ian Lightfoot e Barley, o seu irmão mais velho, são dois elfos que vivem nos subúrbios de uma grande cidade. Perderam o pai quando eram pequenos e vivem com a mãe. Ian vai fazer 16 anos e tem as preocupações típicas dos adolescentes dessa idade. Barley, por seu lado, adora tudo o que tenha a ver com o mundo de magia e aventura do passado, é um fã de jogos de tabuleiro e de cartas do género e mete-se em sarilhos de vez em quando, por querer salvar da destruição património desse tempo glorioso.

Acontece que o pai deixou a Ian um presente muito especial, para ser aberto no dia dos seus 16 anos. Um presente que vai lançar a família numa demanda como as que fazem vibrar Barley, onde Ian nunca pensou que se ia ver metido e na qual o pai também está presente – embora não na totalidade.

Dan Scanlon, o realizador e um dos argumentistas de ’Bora Lá, perdeu o pai quando tinha apenas um ano, tal como Ian. Por isso, o filme tem uma carga de importância e de emoção pessoal pouco vulgar neste género.

Ao tema da ausência do pai vem juntar-se o do amor e da cumplicidade faternais, que juntamente com as peripécias típicas de uma demanda tradicional, bastante e bom humor (ver as fadinhas bikers) e a costumeira qualidade da animação digital do estúdio, são suficientes para que ‘Bora Lá satisfaça os fãs de cinema animado, bem como os indefectíveis da Pixar.

Escrito por
Eurico de Barros

Detalhes da estreia

  • Classificação:U
  • Data de estreia:sexta-feira 6 março 2020
  • Duração:107 minutos

Elenco e equipa

  • Realização:Dan Scanlon
  • Argumento:Dan Scanlon, Keith Bunin, Jason Headley
  • Elenco:
    • Chris Pratt
    • Julia Louis-Dreyfus
    • Tom Holland
    • Octavia Spencer
    • Mel Rodriguez
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