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Este filme que concorre pela Polónia ao Óscar de Melhor Filme Internacional vem lembrar-nos que continua a fazer-se cinema de grande qualidade técnica naquele país. Só que, devido às profundas alterações que se deram no sector da distribuição e da exibição, os filmes polacos – e da Europa de Leste em geral – já não nos chegam com a regularidade que se desejava.
Em Corpus Christi – A Redenção, Daniel (o notável jovem actor Bartosz Bielenia) sai de um centro de reabilitação juvenil para ir trabalhar numa serração de uma aldeia no interior do país. Daniel gostava de ser padre mas não pode frequentar o seminário por ter cadastro. Chegado à vila, finge ser um sacerdote e substitui o pároco local, que bebe demais e vai fazer uma cura. Daniel acaba por levar a sério o seu papel e envolve-se profundamente na vida da pequena comunidade. Jan Komasa assina aqui uma fita de sério recorte dramático e espiritual sobre os paradoxais atalhos da fé e a dificuldade do perdão e da redenção, sem lançar mão de expedientes fáceis, simplistas ou reconfortantes.