A Time Out na sua caixa de entrada

Procurar
Sonic: O Filme
DRSonic: O Filme

Uma dúzia de adaptações de videojogos para o cinema

A relação entre os jogos de vídeo e o cinema começou nos anos 90 e traduziu-se em muitos e maus filmes inspirados em videojogos.

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Eurico de Barros
e
Luís Filipe Rodrigues
Publicidade

Nem todas as histórias têm finais felizes. A história dos videojogos no cinema, por exemplo, começou a ser escrita há quase 30 anos e tem sido uma sucessão de pequenas e grandes desilusões. Desde a olvidável ainda que pioneira adaptação de Super Mário, assinada por Rocky Morton e Annabel Jankel em 1993, a produções mais recentes como Sonic: O Filme (2020), de Jeff Fowler, ou Monster Hunter (2020), de Paul W. S. Anderson, passando pelos vários Resident Evil e Tomb Raider que assolaram o grande ecrã, há demasiados maus filmes inspirados em videojogos. Os bons, esses, são perto de zero. E a culpa nem sempre é das histórias originais – só às vezes. Por ocasião da estreia do Uncharted de Ruben Fleischer, recordamos outras adaptações de jogos de vídeo que não deviam ter existido, mas marcaram o género, por assim dizer.

Recomendado: Dez dos piores filmes de todos os tempos

Doze adaptações de videojogos para o cinema

1. 'Super Mário', de Annabel Jankel e Rocky Morton (1993)

Foi o primeiro filme inspirado num videojogo. Realizado pelos britânicos Rocky Morton e Annabel Jankel, que tentaram mimetizar o tom sombrio do Batman de Tim Burton e da adaptação das Tartarugas Ninja por Steve Barron, é um filme falhado e sem nexo, mal escrito e mal feito, com Bob Hoskins (Mario), John Leguizamo (Luigi) e Dennis Hopper (Bowser) nos papéis principais. Reza a lenda que os protagonistas passaram grande parte da rodagem embriagados, tão mal se sentiam a trabalhar nisto. A fita teve um respeitável orçamento de 48 milhões de dólares, mas não conseguiu sequer reaver metade nas bilheteiras.

2. 'Street Fighter: A Batalha Final', de Steven E. de Souza

O norte-americano Steven E. de Souza já tinha uma carreira relativamente respeitável como argumentista de televisão e cinema – Comando, Assalto ao Arranha-Céus e Assalto ao Aeroporto são três dos seus créditos – quando, em 1994, decidiu escrever e realizar Street Fighter: A Batalha Final. Pegou em quase 35 milhões de euros, contratou Jean-Claude Van Damme, Kylie Minogue e Raúl Juliá (no seu último papel) e fez um péssimo filme de acção que é, ao mesmo tempo, uma das piores adaptações de videojogos de sempre. Pelo menos, o filme não deu prejuízo à produtora.

Publicidade

3. 'Combate Mortal', de Paul W.S. Anderson (1995)

Apesar de Johnny Cage, um dos principais personagens dos jogos de artes marciais Mortal Kombat em que este filme se baseia, ser moldado sobre Jean-Claude Van Damme, o actor belga não quis interpretá-la, indo o papel para um nome menos conhecido, Linden Ashby. Do elenco fazem também parte vários especialistas em artes marciais, bem como Christopher Lambert e a Bond girl Talisa Soto. Ao contrário de Super Mário, Combate Mortal portou-se bem nas bilheteiras, tornando-se num dos quatro filmes mais lucrativos do género. Em 1997, foi rodada uma continuação.

4. 'Lara Croft: Tomb Raider', de Simon West (2001)

Demi Moore, Sandra Bullock, Ashley Judd e Catherine Zeta-Jones foram algumas das muitas actrizes consideradas para o papel de Lara Croft, a heroína do jogo Tomb Raider, até ele ir parar a Angelina Jolie, que o repetiria na continuação, Lara Croft: Tomb Raider: O Berço da Vida, em 2003 – mais tarde, em 2018, o papel passou para Alicia Vikander. Apesar de ter sido demolido pela crítica (o falecido Roger Ebert chamou-lhe "um filme monumentalmente pateta"), Lara Croft: Tomb Raider foi um gordo sucesso comercial. Curiosidade: Jon Voight, pai de Angelina Jolie na vida real, faz de pai de Lara Croft na fita.

Publicidade

5. 'Resident Evil', de Paul W. S, Anderson (2005)

George A. Romero esteve associado à génese de Resident Evil como realizador e autor do argumento, antes de ser afastado do projecto e substituído por Paul W. S. Anderson. Milla Jovovich foi a escolhida para interpretar Alice, a determinada e muito sexy matadora de zombies, um papel com o qual a actriz passaria a ser associada para o futuro, e que repetiria nas várias continuações do filme, até 2016. Anderson realizou quatro dos seis filmes desta muito lucrativa série. Em 2014, James Cameron disse numa entrevista que Resident Evil era o seu maior guilty pleasure.

6. 'Hitman: Agente 47', de Xavier Gens (2007)

O francês Xavier Gens realizou um thriller carregado de acção e inspirado na série de videojogos do mesmo nome. Esta história de um assassino profissional interpretado por Timothy Olyphant (o Agente 47 do título português), que foi criado para ser uma máquina de matar quase perfeita, teve um orçamento de 24 milhões de dólares, ultrapassando os 100 milhões nas bilheteiras. Nada mau, para um filme incoerente que foi devastado pela crítica – apesar de o filósofo e crítico freudo-marxista Slavoj Žižek o ter incluído numa lista dos dez melhores filmes de sempre, em 2012. Rupert Friend protagonizou um reboot da série em 2015.

Publicidade

7. 'Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo', de Mike Newell (2010)

Jake Gyllenhaal, Ben Kingsley, Gemma Arterton e Alfred Molina encabeçam o elenco desta fita da Walt Disney inspirada no jogo homónimo e passada num ambiente inspirado pelo das Mil e Uma Noites, remetendo também para filmes clássicos de fantasia como O Ladrão de Bagdad. É uma das adaptações de videojogos mais rentáveis de sempre, bem como um dos menos maus filmes deste tipo, a que não é alheio o facto de ter a assinatura do experiente realizador inglês Mike Newell, autor de Quatro Casamentos e Um Funeral e Donnie Brasco.

8. 'Need for Speed: O Filme', de Scott Waugh (2014)

À boleia do sucesso de Velocidade Furiosa, Scott Waugh realizou esta adaptação da franquia de jogos de corridas homónima. Aaron Paul encabeça um elenco que inclui ainda Dominic Cooper, Imogen Poots, Scott Mescudi (vulgo Kid Cudi), Rami Malek e Michael Keaton, e a história envolve um ex-presidiário numa corrida à volta dos Estados Unidos para vingar a morte de um amigo numa corrida de carros diferente. Mais uma vez, a crítica não foi meiga com o filme, mas o público pagou mais 200 milhões de dólares em todo o mundo para o ver.

Publicidade

9. 'Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos', de Duncan Jones (2016)

Rodada por Duncan Jones, filho de David Bowie e autor do filme de culto de ficção científica Moon – O Outro Lado da Lua (2009), Warcraft é a fita adaptada de um jogo de vídeo mais lucrativa de sempre, embora não tenha de forma alguma tido os favores da crítica, tal como a maioria destas produções, aliás. É uma história de fantasia, passada no mundo mágico de Azeroth, que tem muitas parecenças (demais, segundo alguns) com o de O Senhor Dos Anéis, de Tolkien. Duncan Jones já mostrou interesse em rodar uma continuação.

10. 'Assassin’s Creed', de Justin Kurzel (2016)

A versão para cinema do jogo com o mesmo nome, sobre a sangrenta rivalidade de séculos entre a seita dos Assassinos e os Templários, pode gabar-se de ter o elenco mais luxuoso de todos os deste género. Dele constam nomes como Michael Fassbender, Jeremy Irons, Charlotte Rampling e Marion Cotillard. Mesmo assim, Assassin’s Creed, que só chegou à tela quase dez anos depois do lançamento do jogo, esteve muito longe de agradar aos críticos, não tendo também os resultados esperados em matéria de bilhetes vendidos. Chegaram a estar previstas duas continuações, mas foram canceladas. Não se há-de se ter perdido nada.

Publicidade

11. 'Sonic: O Filme', de Jeff Fowler (2020)

Apesar do consenso crítico não ter sido favorável à estreia do ouriço azul da Sega no grande ecrã, o filme foi um dos mais vistos de 2020, e o público gostou o suficiente do que viu para justificar uma sequela. Misturando animação e digital imagem real, a longa-metragem de Jeff Fowler transporta Sonic (com voz de Ben Schwartz) para o nosso planeta, onde não demora a fazer um bom amigo (James Marsden) e a atrair a atenção do malvado Dr. Robotnik (Jim Carrey, cuja prestação foi elogiada).

12. ‘Monster Hunter’, de Paul W. S. Anderson (2020)

E porque não há duas sem três, o nome de Paul W. S. Anderson volta a ler-se nesta lista. O mais recente filme é outra adaptação de uma franquia milionária da Capcom, como Resident Evil, e volta a ter a sua mulher Milla Jovovich no papel principal. Desta feita, a ex-modelo ucraniana interpreta uma capitã dos Rangers, que se vê transportada, juntamente com o resto da sua tropa, para um universo alternativo durante uma missão de busca. Claro que o novo meio ambiente está cheio de monstros e os militares descobrem que as suas armas não funcionam ali.

Clássicos do cinema

Os 100 melhores filmes de terror de sempre
  • Filmes

Escolher os melhores filmes de terror de todos os tempos é assustador, a todos os níveis. Especialmente tendo em conta a atenção que o género tem recebido em anos recentes, à custa de filmes como Foge ou Hereditário. Parece que, depois de anos nas margens, o cinema de terror está a passar por um momento de adulação crítica. Ainda assim, quando chegou a altura de escolher os filmes mais assustadores de sempre, além dos críticos da Time Out, consultámos aqueles que nunca tiveram medo do terror. Desde o mestre Stephen King a Guillermo del Toro, passando por Alice Cooper.

Os 100 melhores filmes de comédia de sempre
  • Filmes

Qualquer lista de melhores filmes de comédia de sempre é discutível (mas qual é que não é?), que isto do humor varia muito de pessoa para pessoa. Então como é que se escolhem os melhores? Com seriedade e abrangência. Mais concretamente, falando com peritos, desde cómicos a actores, realizadores e escritores. Desde películas clássicas a outras mais recentes e de sucessos de bilheteira a filmes mais experimentais, por assim dizer, estas comédias são fonte contínua de gargalhadas ou sorrisinhos sarcásticos, tanto faz, perante a imaginação cómica ou o puro disparate transformado em arte de fazer rir.

Publicidade
Os 100 melhores filmes de ficção científica de sempre
  • Filmes

O potencial cinematográfico (e não só) da ficção científica é quase infinito. É nestes filmes que os nossos maiores pesadelos podem tornar-se realidade e os nossos sonhos concretizar-se, ao mesmo tempo que é dito e posto em causa algo sobre o nosso presente. E o género sempre fez as delícias do público, desde o tempo dos efeitos especiais básicos e rudimentares dos filmes mudos ao excesso digital dos blockbusters contemporâneos. Hoje, no entanto, é a própria crítica quem aplaude e celebra muitos destes filmes, tal como acontece com os super-heróis e o terror.

Recomendado
    Também poderá gostar
    Também poderá gostar
    Publicidade