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O Bosque dos Quincôncios

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O Bosque dos Quincôncios
©DR
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A Time Out diz

3/5 estrelas

O jovem actor francês Grégoire Leprince-Radiguet fez-se notar, no cinema, em filmes de cineastas veteranos como André Téchiné, Nicole Garcia, Bertrand Tavernier ou Robert Guédiguian, como de nomes de uma geração mais recente, caso de Christophe Honoré. Depois de rodar duas curtas-metragens, lançou-se à realização de uma longa, O Bosque dos Quincôncios, co-produzida por Paulo Branco, cujo argumento também assinou e onde assume igualmente o papel principal. Inspirado em poemas que Leprince-Radiguet escreveu na juventude, O Bosque dos Quincôncios é um típico pequeno filme de autor francês, com uma premissa narrativa linear (um jovem parisiense dividido entre duas mulheres), à qual o actor e realizador acrescenta um elemento fantástico (a presença do Destino, na pessoa de um sem-abrigo, que se manifesta ao protagonista e o interpela sobre a direcção que o seu futuro tomará) e um outro tão insólito no cinema como artificial: uma boa parte dos diálogos de O Bosque dos Quincôncios são ditos em verso alexandrino. O filme oscila assim entre um enquadramento contemporâneo e romanesco, o lado sobrenatural e a nota arcaica que os diálogos em alexandrinos introduzem. Gera-se um convívio instável que nem sempre convence, e fica-nos a impressão que Leprince-Radiguet tem sentido de cinema suficiente para poder dispensar tais experimentações e levar a água ao seu moinho de uma forma mais acessível e menos rebuscada, mas há que lhe louvar o arrojo logo no filme de estreia.

Por Eurico de Barros

Escrito por
Eurico de Barros
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