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PJ Harvey: A Dog Called Money

  • Filmes
  • 3/5 estrelas
  • Recomendado
Photograph: Seamus Murphy
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A Time Out diz

3/5 estrelas

Polly Jean Harvey foi viajar a vários pontos do mundo, acompanhando o seu amigo fotojornalista Seamus Murphy. Dessas passagens por locais tão diversos como o Afeganistão, o Kosovo e Washington, Harvey colheu informações, histórias, impressões e sons para gravar o seu álbum The Hope Six Demolition Project.

Murphy, por seu lado, assinou este documentário, P.J. Harvey: A Dog Called Money, com imagens da gravação do disco, numa dependência construída para o efeito na Somerset House, em Londres, com público a assistir, e das andanças da cantora e compositora.

O filme é, alternadamente, um caderno de notas visual, um conjunto de esboços das impressões de viagem de Polly Jean, e o registo de uma série de momentos da criação do álbum, que o realizador mantém em quase permanente associação.

Como há pessoas que nunca estão contentes, A Dog Called Money foi atacado e depreciado por alguma crítica inglesa por não ser um filme “activista”, ou então ser escassamente “político” e muito impessoal.

Houve até quem escrevesse que Harvey, uma artista “privilegiada”, andou a fazer turismo da miséria humana, voltando depois ao seu abastado e confortável país para fazer música, e cinema, com os elementos que tinha recolhido junto de quem vive em condições muito piores do que ela.

É passar totalmente ao lado deste filme despretensioso e impressionista de Seamus Murphy, que está muito menos interessado em fazer qualquer tipo de intervenção ideológica ou pregar sermões, e muito mais em mostrar uma artista em processo de observação, e depois em plena criação com a sua banda. Se há uma crítica que podemos fazer a P.J. Harvey: A Dog Called Money é precisamente a de ser excessivamente impressionista, e de saber a pouco.

Gostávamos, por exemplo, de ter visto muito mais sobre a visita de Polly Jean ao bairro de Cabul onde se aglomeram alfaiates, músicos e compositores – a “Tin Pan Alley” da capital afegã, como ela lhe chama –, e em que viu construir instrumentos cuja existência desconhecia e experimentou tocá-los – nem sempre com sucesso.

Por Eurico de Barros

Escrito por
Eurico de Barros

Detalhes da estreia

  • Classificação:UC
  • Data de estreia:sexta-feira 8 novembro 2019
  • Duração:90 minutos
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