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Snu

  • Filmes
Snu (2019)
©DRSnu de Patrícia Sequeira
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A Time Out diz

A boa notícia de Snu, de Patrícia Sequeira, 
é que se trata de um filme como o cinema português precisa que haja mais, que se arrisca a pegar num tema e em figuras e acontecimentos da história recente de Portugal. Snu explora a relação entre Francisco Sá Carneiro e Snu Abecassis, tendo como pano de fundo os anos do pós-25 de Abril e fixando-se na dinamarquesa que veio para o nosso país fundar a Dom Quixote durante o antigo regime e que, casada e com filhos, se envolveu, após a revolução, num romance com o líder do então PPD e futuro primeiro-ministro, também ele com família constituída, que teve repercussões sociais e políticas. Morreria ao lado dele na tragédia de Camarate, a 4 de Dezembro de 1980.

A má notícia de Snu é que a execução fica aquém do desejado. O filme irradia uma sensação de fragilidade, de pouca consistência e convicção, que vai da banalidade dos diálogos e da débil elaboração dramática, até uma realização salta-pocinhas, pouco fluida, que faz com que a história ande aos solavancos, passando pela condensação extrema dos acontecimentos e por uma caracterização superficial das duas personagens principais. Nunca ficamos bem a saber quem é a Snu da monótona Inês Castel-Branco, nem o carisma, o magnetismo e as qualidades de líder do Sá Carneiro do desenxabido Pedro Almendra chegam a ser perceptíveis. Falta também gente, e a vertigem e a vibração dessa época agitadíssima (não basta recorrer a imagens de arquivo). E aqueles sonhos “nórdicos” de Snu que mais parecem anúncios a perfumes caros, são fatais de tão ridículos.

Por Eurico de Barros

Detalhes da estreia

  • Duração:94 minutos
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