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Pride Lisboa
Fotografia: Ricardo LopesPride Lisboa

Ideias para aproveitar o mês Pride

Junho é mês de hastear a bandeira arco-íris. Temos sugestões coloridas.

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
e
Patrícia Domingues
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O mês Pride tem diferentes significados para diferentes pessoas e há mais do que uma razão por trás das demonstrações de Junho, das cores, das marchas, do barulho. É simultaneamente um protesto e uma celebração que, segundo a activista trans Marsha P. Johnson, só deveria resultar em orgulho no momento em que houvesse a libertação de todos. Ainda vai levar tempo até as bandeiras serem arrumadas. Até lá temos muito para celebrar, entre festas, marchas, exposições e arraiais. Desejamos a todos os homofóbicos um mês super-desconfortável.

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Ideias para aproveitar o mês Pride

  • Noite
  • Princípe Real

Há projectos que pareciam estar só à espera de acontecer. Palco das noites mais animadas de Lisboa, o Trumps não é só morada permanente dos hits de Britney Spears, mas também de uma comunidade de artistas que o frequentam e lá trabalham. Numa noite como tantas outras, Ary Zara, funcionário há 12 anos e hoje director criativo do Queer Art Lab, viu para além do óbvio: “A ficha caiu quando tivemos a banda do António Variações a tocar lá... Quer dizer, o António Variações esteve neste palco, cantores da Eurovisão estiveram neste palco e não estamos a puxar por isto como podemos. Eu e o Marco Mercier (sócio gerente) pensámos: está aqui um palco que as pessoas podem usar.” O primeiro projecto a arrancar pós-eureka foi a transformação da escadaria que leva às pistas pela artista Tamara Alves.

  • Noite
  • Chiado/Cais do Sodré

“Para nós o Pride é o ano todo”, ri Fernando Santos, anfitrião do Finalmente enquanto Deborah Kristal, nome maior do transformismo em Portugal nas últimas quatro décadas. No número 38 da Rua da Palmeira, no Príncipe Real, o cenário continua sem o glamour que os reality shows nos foram fazendo associar ao drag, mas o lema é o mesmo: “the show must go on”. Fernando vive para manter as memórias dos “anos de ouro” do transformismo em Portugal vivas, sacudindo o pó às divas do passado nas suas escolhas performativas e personificando aquilo que já descreveram como a “autenticidade de uma fadista’. “Se quer ir ver um desfile de beleza, vão ver a Miss Universo”, brinca. “O espectáculo travesti tem de ser mais do que uma mulher bonita. Mensagens de afecto, de amor, de carência, de coisas que as pessoas vêm à procura e que chegam aqui e encontram numa frase, numa expressão, numa atitude.” Para muitas, é esse abraço de plumas que as faz voltar, outras encontram ali um sítio para se divertirem sem restrições. Aos turistas, conta Fernando, atrai-os este tipo de espectáculo, que comparam a musicais ou revistas, como já não se faz nos dias de hoje. “O cuidado que tem de se ter para não ser chato ou enfadonho...”, diz, com o peso da responsabilidade na voz. As noites de Junho contam, tal como nos restantes meses, com três espectáculos por noite, dando oportunidade a novos e velhos artistas de receberem a mentoria de Deborah e ver o seu brilho de Kristal.

LGBTQIA+

  • Gay
  • LGBT

O Disney+ disponibiliza Pride, uma série documental de seis episódios que acompanha a luta de pessoas LGBT+ nos Estados Unidos em várias décadas, desde os 50s até aos anos zero deste século.

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