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Beyoncé
Photograph: Courtesy Schure Media

Os 25 melhores vídeos de música de 2016

Desde grandes espectáculos encenados de forma complexa a narrativas extensas e cativantes, estes são os melhores vídeos de música de 2016, eleitos pela Time Out de Nova Iorque

Escrito por
Time Out New York Music
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Apesar de todos os altos e baixos, 2016 trouxe-nos alguns álbuns fantásticos. Os melhores deste ano incluíram um número de clássicos instantâneos (Lemonade e Blackstar, por exemplo), além de novas e entusiasmantes músicas de artistas mais recentes. Isto para não falar do acompanhamento visual cada vez mais surpreendente. Fique a saber quais foram os melhores vídeos de música de 2016, eleitos pela Time Out Nova Iorque. 

Os melhores vídeos de música de 2016

1. “Lazarus”, de David Bowie

É difícil imaginar uma visão mais clarividente para o último vídeo da carreira de David Bowie quanto Lazarus, lançado apenas dias antes de nos deixar. Confrontando directamente a sua mortalidade, Bowie contorce-se numa cama de hospital e rabisca de forma frenética um recado antes de desaparecer para dentro de um armário – uma estranha, mas icónica despedida de um artista que, mesmo perante a morte, nunca perdeu o controlo. – Zach Long
 

2. “High School Never Ends”, de Mykki Blanco

O drama shakesperiano de oito minutos de Mykki Blanco é a demonstração mais impressionante, até à data, da capacidade deste artista em superar-se constantemente. Narrando a história de um amor condenado durante a supremacia neo-Nazi, este mini filme retrata a sobrevivência da comunidade gay afro-americana, seja através da resistência “Bash Back” ou das relações que se formam sob as condições mais adversas de violência. – Ro Samarth
 
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3. “Sorry”, de Beyoncé

As imagens e as músicas que fazem parte de Lemonade emanam constantemente uma raiva justificada, mas o vídeo a preto e branco de “Sorry” parece servir como o derradeiro “vai-te lixar”. Seja esparramada num altar ou a dançar num autocarro, Beyoncé rodeia-se de mulheres poderosas (olá, Serena Williams!) que reforçam os seus mantras livres de remorsos, levantando o dedo do meio e articulando, em jeito de desafio, o enfático refrão “boy, bye.” É um tema que está destinado a ser imitado durante anos, mas a Queen Bey parece ser a única pessoa capaz de o fazer sem qualquer esforço. – Zach Long
 

4. “Famous”, de Kanye West

Apesar do que os seus críticos argumentam, as figuras de cera nuas de Kanye são muito mais do que as palhaçadas baratas de um provocador. A imitação intertextual da obra de Vincent Desiderio vem consumar a fantasia subjacente dos rituais sociais em torno das celebridades: contemplar – de forma vulgar e em jeito persecutório, com esta gravação granulosa – os corpos de figuras da nossa cultura, completamente vulneráveis à luxúria voyeurista do público. – Ro Samarth 
 
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5. “Shut Up Kiss Me”, de Angel Olsen

É tentador interpretar a patinadora cintilante no vídeo de “Shut Up Kiss Me”, personagem interpretada por Angel Olsen, mas é ainda mais interessante reconhecer esta figura atrevida como uma faceta da personalidade desta cantora. Com todos os seus olhares exasperantes e com os sorrisos brincalhões que dirige directamente à câmara, as exigências de Olsen estão carregadas de uma urgência sincera, nem que seja porque é mais divertido deslizar pelas ruas com um parceiro. – Zach Long
 

6. “Nikes”, de Frank Ocean

Esta série estonteante de imagens – das quais muitas foram removidas do pouco cativante “albúm visual” de Ocean, Endless – mostram um sacrifício, um diabo a dançar num salão de ópera e os dotes vocais agudos do cantor interpretados por um Chihuahua. É uma viagem insubmissa que amplifica o estilo sedado de Ocean com um excesso alucinatório. – Ro Samarth
 
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7. “Angels”, de Chance the Rapper (ft. Saba)

“I got my city doin’ front flips,” entoa Chance enquanto sobrevoa o horizonte da cidade de Chicago, estabelecendo o tenor alegre de um vídeo que é caracterizado pelo intenso orgulho do rapper pela cidade que considera ser o seu lar. Chance não celebra apenas as instituições que o rodeiam; ele reconhece também a inspiração que estas lhe ofereceram. – Zach Long
 

8. “Augustine”, de Blood Orange

Embora a letra invoque um texto em latim da Idade Média e mitos familiares sobre a imigração dos seus pais, o vídeo de Dev Hyne para “Augustine” apresenta cenas contemporâneas: o cantor a dançar nos telhados de Nova Iorque e a sua silhueta que contrasta com o crepúsculo. Por outras palavras, um épico urbano que parece ser sublimemente libertador. – Ro Samarth
 
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9. “Frankie Sinatra”, de The Avalanches

Granizados amarelos iridescentes alimentam uma sucessão de cenas alucinogénias no vídeo, relativo ao single de lançamento, do há muito aguardado LP da dupla australiana The Avalanches. Quase que poderíamos confundir o vídeo com um anúncio de televisão dos anos 90 (do século XX) particularmente irreverente, se bem que não sabemos quem é que estaria disposto a comprar uma bebida que conduz a flashbacks bem gráficos sobre a guerra do Vietname e a massacres à hora do jantar. – Zach Long
 

10. "Daydreaming”, de Radiohead

O sempre sonâmbulo, e recentemente divorciado, Thom Yorke vagueia pela confusão perplexa de cenas que ilustram uma domesticidade ostensivamente perdida e parques de estacionamento vazios, terminando com uma marcha solitária através das grutas de uma montanha nevosa. Este estranho vídeo captura o coração de A Moon Shaped Pool com uma clareza mordaz: uma viagem pessoal sem precedentes através dos detritos fantasmagóricos da perda. – Ro Samarth 
 

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  • Música
  • Jazz

Em 1961, o guitarrista Charlie Byrd fez parte de uma embaixada cultural que foi ao Brasil mostrar o jazz norte-americano e ficou fascinado com a bossa nova, um género então ainda com poucos anos de vida – Chega de Saudade, o álbum de estreia de João Gilberto, fora editado apenas dois anos antes. De regresso aos EUA, mostrou os discos de bossa nova que comprara no Brasil ao saxofonista Stan Getz, que também ficou cativado e convenceu o produtor Creed Taylor, da Verve, a registar um disco. Taylor não se arrependeria da aposta, pois o disco, Jazz Samba, editado em 1962, trepou até ao primeiro lugar do top. Não era frequente que o jazz figurasse nos lugares cimeiros das vendas e logo vários outros jazzmen se apressaram a explorar o filão, por iniciativa própria ou empurrados pelas editoras. Oportunismos à parte, a verdade é que o jazz – e em particular o jazz mais cool – e a bossa nova tinham afinidades e o seu conúbio gerou frutos deliciosos. A partir de meados da década, o interesse do público declinou e o jazz tomou outro rumo. Em décadas mais recentes o namoro entre jazz e bossa nova seria retomado, mas agora na área do jazz vocal, embora com menos felicidade: o “jazz samba” cultivado pelas cantoras de hoje não passa de um smooth jazz com discretos condimentos tropicais. 

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