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Até Que o Porno Nos Separe

  • Filmes
  • 3/5 estrelas
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Até Que o Porno Nos Separe (2018)
©DRAté Que o Porno Nos Separe de Jorge Pelicano
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A Time Out diz

3/5 estrelas

Santa Rita tem uma devota em Eulália. É a ela que esta mulher, 65 anos de costumes conservadores, reza para não
 se deixar levar pelo desgosto. Desgosto pela ausência do filho, desgosto por descobrir ser ele gay, desgosto por sabê-lo uma estrela do porno. Passado o choque inicial, desgosto por ele nunca ter partilhado com ela a sua vida, nem sequer atender o telefone.

A culpa é do Facebook. É ali, na página de Fostter Riviera, o nome artístico adoptado pelo filho, que sabe a quantas anda Sydney; que o vê como nunca imaginou; que a internet a leva a visitar páginas que olha com espanto e nojo; que conhece sem querer um mundo novo, um universo que, para tentar compreender, a leva a visitar um clube gay.

Este é um lado do documentário de Jorge Pelicano. O lado onde se encontra a mulher religiosa e conservadora, a família, um marido ocasionalmente à vista, onde 
se testemunha a especialmente bem-vinda visita da filha, isto é, a parte do filme em que a verdade mostra a sua crueldade enquanto desfilam a dor e a incompreensão, a culpa, e finalmente a compreensão e o perdão.

No outro lado de Até que o Porno nos Separe, encontra-
se “a primeira estrela porno portuguesa”, na Alemanha, a preparar a filmagem de uma cena.

E a narrativa segue então outra direcção, na qual, se estão longe a intimidade e a proximidade anteriores, existe uma dinâmica de interrogação sobre o efeito das questões de género, dos problemas morais nas relações e nas novas configurações familiares e formas de comunicação, enquanto, quase ironicamente, se acompanha o regresso do filho pródigo para participar numa feira erótica no Porto.

Por Rui Monteiro

Escrito por
Rui Monteiro

Detalhes da estreia

  • Duração:100 minutos
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