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Sir Lionel Frost (voz de Hugh Jackman), o herói de Mr. Link, não é um explorador convencional. Em vez de animais exóticos ou tribos perdidas, ele prefere andar atrás de criaturas lendárias, como o monstro de Loch Ness (em cujo dorso acaba por fazer ski aquático). O que o faz ser ridicularizado e impedido de pertencer ao conservadoríssimo Clube dos Exploradores. Quando surge a oportunidade de Sir Lionel ir em busca do mítico Pé-Grande nos EUA, ele não hesita. Mas quando lá chega, tem uma enorme surpresa. Não só o Pé-Grande (voz de Zach Galifianakis) fala e sabe escrever, como é uma criatura amigável e jovial (embora tenda a entender literalmente tudo o que lhe dizem e o sentido de humor lhe falhe), que se sente solitária na sua gruta e implora a Sir Lionel que o ajude a chegar ao Tibete, onde vivem os primos, os iétis.
Após ParaNorman (2012), Chris Butler volta a recorrer à animação fotograma a fotograma harmonizada com efeitos digitais para realizar Mr. Link, no qual homenageia (e parodia) os velhos filmes de aventuras sobre explorações em lugares remotos ou míticos do planeta, contemplando um espectro de humor que vai do nonsense à espirituosidade seca britânica, passando pelo slapstick.
A animação é deliciosamente pormenorizada (ver o caótico bricabraque da casa de Sir Lionel) e sofisticada, permitindo a Butler investir na expressividade facial das personagens. Além das vozes de Jackman e Galifianakis, o filme conta ainda com Zoe Saldana, Stephen Fry (magnífico no vilão Lorde Piggot-Dunceby) ou Emma Thompson na Anciã dos iétis que despreza de forma snobe o “primo do campo” vindo dos EUA, todos dando às respectivas personagens as vozes e a sua identidade de actores. Recomenda-se, por isso, ver Mr. Link na versão original legendada.
Por Eurico de Barros