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Petra

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Petra
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A Time Out diz

Jaume Navarro, uma das personagens principais de Petra, de Jaime Rosales, ilustra a
ideia segundo a qual os grandes artistas não são necessariamente boas pessoas. Artista plástico consagrado e rico, Jaume (Joan Botey) é também um refinado pulha e um tirano cruel. Depois de dormir com a governanta, que lhe vinha pedir trabalho para o filho, Jaume assegura-lhe que não dirá nada ao marido dela. Mas irá contar ao filho, para
que ele “saiba o que uma mãe
 é capaz de fazer por um filho”.
 A governanta suicida-se horas depois. É na bela casa que Jaume tem no campo e onde vive com
a mulher e o filho, que despreza, que a Petra (Bárbara Lennie)
 do título, também ela pintora,
 se vai insinuar, a pretexto de uma residência artística. É que ela está convencida que é filha ilegítima de Jaume, e quer confrontá-lo com o facto.

Jaime Rosales, um dos nomes mais importante do cinema da Catalunha, e de que Portugal viu apenas A Solidão (2007),tem aqui a tragédia grega como óbvio referente. E quer situar Petra nos antípodas de um filme de Pedro Almodóvar, ao drenar de emoção, de tensão e de arrebatamento dramático uma história que o autor de Tudo Sobre a Minha Mãe decerto não desdenharia.

Apesar da seriedade de intenções de Rosales e da qualidade do elenco (que inclui Marisa Paredes na mulher de Jaume), Petra acaba por resultar num filme seco e distante, e a deliberada mas redundante desarrumação cronológica também não ajuda.

Por Eurico de Barros

Escrito por
Eurico de Barros

Detalhes da estreia

  • Classificação:UC
  • Duração:107 minutos
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