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Selvagens

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Selvagens
©Steven HerteleerSelvagens de Dennis Berry
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A Time Out diz

Este filme que o americano Dennis Berry rodou em Lisboa, tem uma das tiradas mais involuntariamente hilariantes que vamos ouvir este ano no cinema. A certa altura, Léa (Catarina Wallenstein) a artista “marginal” que passa o filme a fazer pose de inquietação existencial e indignação social, diz: “A roda do capitalismo esmaga tudo em seu redor e não sobra nada para a poesia.”

Selvagens é um filme tão atroz, tão embaraçoso, tão despropositado, tão atontado e tão falso como esta tirada, uma coisa informe, mal-ajambrada, desprovida de nexo e sem ponta por onde se lhe pegue e olhemos para ela, por mais boa vontade que mobilizemos para encontrar algo que possa ser aproveitado.

O filme consiste na citada Léa e em Nora (Nadia Tereszkiewicz), uma jovem esbugalhada que saiu da cadeia, a admira e escrevinha umas coisas que
nem nos mais tolerantes jogos florais de província seria aceite como poesia, a saracotearem-se, zangarem-se, conversarem, irem para a cama uma com a outra, fazerem carinhas “dramáticas” e atitudes afectadas por toda a casa da “artista”. Pelo meio, aparecem o namorado terrorista e cheio de acne, e o irmão gandulo de Nora, dizem-se umas coisas contra o “sistema”, zangam-se todos uns com os outros e há alguém que morre. E a fita acaba, deixando o espectador entre o incrédulo e o azamboado.

Por Eurico de Barros

Escrito por
Eurico de Barros
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