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Titane

  • Filmes
Titane
Photograph: Carole Bethuel
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A Time Out diz

Vencedor do Festival de Cannes, Titane, o segundo filme de Julia Ducournau, é, tal como o primeiro, Grave (2016), um festival de provocação visceral e explícita em termos de body horror, embora muito menos sustentado do ponto de vista formal, de história e dramático, o que o leva a cair repetidamente no ridículo involuntário. Quanto mais Ducourneau nos quer chocar, mais nos consegue pôr a rir. Agathe Rousselle é Alexia, que quando era pequena teve um acidente de automóvel, o que levou a que lhe tivesse que ser colocada uma placa de titânio na cabeça. O efeito dessa cirurgia foi que Alexia passasse a ter sentimentos eróticos por carros. Adulta, torna-se dançarina em salões automóveis e serial killer, engravida de um automóvel, põe fogo à casa dos pais com eles lá e foge, assumindo uma identidade falsa, a do filho adolescente desaparecido em criança de um chefe de bombeiros (Vincent Lindon), em casa de quem se instala. Ducournau atira-nos com tudo que tem à mão (sexo com máquinas, mutações físicas de virar o estômago do avesso, ambiguidade sexual, sugestões homossexuais e incestuosas) a ver se alguma coisa cola, mas quanto mais tenta, mais Titane se torna embaraçosamente delirante e incoerente. E invocar David Cronenberg a propósito desta grotesca patetice é insultar o mestre.

Escrito por
Eurico de Barros

Elenco e equipa

  • Realização:Julia Ducournau
  • Argumento:Julia Ducournau
  • Elenco:
    • Vincent Lindon
    • Agathe Rousselle
    • Garance Marillier
    • Laïs Salameh
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