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A Sé de Viseu
DRA Sé de Viseu

Paragens obrigatórias entre Viseu e a Sertã

Uma etapa de altos e baixos, apesar de poucas oscilações orográficas. Aqui tem o melhor entre Viseu e a Sertã

Escrito por
Luís Leal Miranda
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Diz-se de Viseu que é a cidade do país com mais rotundas. O mito é tal que há quem acrescente que os moradores da zona têm de trocar os pneus do carro com regularidade, porque estes ficam gastos de tanto curvar à esquerda. Se não se entusiasma com a ideia de contornar dezenas de circunferências no meio do alcatrão, não desespere. A cidade tem outros pontos de interesse. A começar pelo Museu Grão Vasco, no centro histórico de Viseu, um dos museus mais antigos do país, que alberga uma impressionante colecção de arte sacra composta sobretudo por obras do pintor quinhentista Vasco Fernandes – o tal Grão Vasco. Se não é fã de arte sacra, fique a saber que há também peças de porcelana, mobiliário, escultura, joalharia e numismática para ver. Faça aquele jogo de fingir que está no Ikea a comprar móveis para a casa e comente assim os hostiários e os aparadores: “Isto deve dar uma grande chatice para limpar”. A Sé Catedral fica mesmo em frente ao museu, pelo que o pacote Viseu Turismo Religioso pode ser cumprido rapidamente. Se sobrar tempo, dê um passeio pelo centro histórico – a cidade está a investir bem em esplanadas – e vá até à Casa do Miradouro ver como eram os grandes investimentos do imobiliário no século XVI.

Paragens obrigatórias entre Viseu e a Sertã

Onde ficar: The Bumble Bedford
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Onde ficar: The Bumble Bedford

O Hotel da Montanha é a referência na zona (à volta dos 90€/ noite) mas pode experimentar sítios mais alternativos, como o The Bumble Bedford, uma carrinha antiga transformada em quarto (35€/noite).

  • Restaurantes

Exemplo máximo do restaurante de beira de estrada – e de como esta categoria, de nome aparentemente pejorativo, engloba uma série de boas escolhas. Estamos perante um restaurante no rés-do-chão de uma casa que se adivinha habitada, com umas cadeiras de plástico à porta que formam não uma esplanada, mas sim um anfiteatro para ver quem passa. Esses lugares, essa primeira fila de contemplação rodoviária, está normalmente ocupada pelos cidadãos mais velhos daquela zona. Lá dentro encontramos um restaurante grande, com duas salas de paredes forradas a azulejo e televisão sintonizada na TVI24. O menu é curto e dá-se a algumas liberdades ortográficas (“selada de fruta”) mas à frente de cada nome há uma coisa bem mais bonita: o preço. Na Casa Maçaroco come-se muito bem – veio uma travessa a abarrotar de favas com entrecosto – por muito pouco. Com 7 euros fez-se a festa, sobrou comida para levar e provou-se um fantástico “pudin”.

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Pela estrada fora
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Pela estrada fora

Depois de Penacova, a EN2 deixa as margens do Mondego e flecte para Este, embrenhando-se mais no interior português. É em Góis que encontramos a Praia Fluvial da Peneda, um espaço rodeado de verde, enfiado no meio de um vale, rico em sombras e abrigos, com uma qualidade de água premiada: bandeira azul e medalha de ouro da Quercus. A Praia Fluvial das Canaveias, 5 km a norte de Góis, é uma alternativa mais soalheira.

Os primeiros quilómetros pós-Góis levam-nos a trepar pela Serra da Lousã, o habitat natural para várias Aldeias de Xisto. As povoações estão bem assinaladas, mas os desvios da estrada principal podem ser grandes e os caminhos sinuosos. A aldeia da Pena, por exemplo, está debruçada em cima de um riacho e parece parada no tempo. Existe um pequeno museu etnográfico, trilhos e um “castanheiro notável” – isso mesmo, uma árvore. Comareira, Aigra Velha e Cerdeira são outras Aldeias de Xisto que vai encontrar pela EN2.

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