A Time Out na sua caixa de entrada

floresta Miyawaki
© Miguel Pinto Luz/ Câmara Municipal de CascaisA primeira floresta Miyawaki do concelho de Cascais nasceu recentemente em Carcavelos

Carcavelos combate alterações climáticas com uma floresta Miyawaki

Foi plantada por cidadãos voluntários e deverá servir, por exemplo, como ‘espaço esponja’ para chuvas fortes.

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
Publicidade

A primeira floresta Miyawaki do concelho de Cascais nasceu recentemente num terreno da autarquia, ao lado do campus da Nova SBE, perto da Quinta de São Gonçalo, em Carcavelos. O método japonês – criado pelo botânico Akira Miyawaki nos anos 70 do século passado e premiado em 2006 com um Blue Planet Prize, o equivalente ao prémio Nobel da ecologia – contribui para a redução das temperaturas locais, a melhoria da qualidade do ar e a promoção da biodiversidade. A ideia é, por um lado, mitigar os efeitos das alterações climáticas em meio urbano e, por outro, criar um oásis natural para insectos e polinizadores, aves e mamíferos muito pequenos.

A iniciativa da Forest Impact foi financiada pelo Fundo AdaptCascais da Câmara Municipal, que apoia projectos locais de adaptação às alterações climáticas, e envolveu a plantação, por 80 voluntários, de 600 plantas de 32 espécies diferentes, em cerca de 200 metros quadrados. “Entre as espécies [plantadas], destacam-se a azinheira, o sobreiro, o carvalho, o medronheiro, a pereira brava e o zambujeiro, seguindo o modelo Miyawaki que replica a natureza com três mudas por metro quadrado”, lê-se em comunicado da União de Juntas de Freguesia de Carcavelos e Paredes.

Para a plantação, o solo teve de ser preparado até um metro de profundidade, com estrume e outras matérias orgânicas, e depois coberto com palha. Segundo o vice-presidente da autarquia, Miguel Pinto Luz, que anunciou a novidade no Facebook, as árvores plantadas foram escolhidas com base na sua adaptabilidade ao clima local e às condições do solo, bem como na sua capacidade de fornecer serviços ambientais, como captura de carbono e retenção de poeiras, partículas e água. “O que faz desta mini floresta um espaço resiliente às alterações climáticas pois fomenta o ‘espaço esponja’ para as chuvas fortes, cria uma forte bolsa de arrefecimento e promove a biodiversidade.”

Fundada em 2021 na Casa do Impacto por profissionais formados pelo líder do movimento Florestas Miyawaki, Shubhendu Sharma, a Forest Impact é uma start-up portuguesa focada em promover o método japonês no país, que foi escolhida pelos municípios de Évora e Vila Viçosa para plantar, em parceria com o projecto Além Risco, um total de 700 metros quadrados de florestas Miyawaki.

+ Cascais tem novas estantes públicas para pôr a leitura em dia

+ Leia, grátis, a edição digital da Time Out Portugal deste mês

Últimas notícias

    Publicidade