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No Parque Marechal Carmona, o Chefs on Fire ganha espaço para sestas e mergulhos

O festival gastronómico dedicado à cozinha de fogo vai voltar a ter dois dias, em vez de três, mas nem por isso vai perder nomes no cartaz. Pelo contrário, entre sábado e domingo, são mais os chefs a cozinhar. Entre as novidades, há um acesso directo à praia e mais zonas para se descansar entre refeições.

Cláudia Lima Carvalho
Escrito por
Cláudia Lima Carvalho
Editora de Comer & Beber, Time Out Lisboa
Chefs on Fire
Arlei Lima
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A necessidade de crescer, sem que se perdesse a intimidade, existia há algum tempo, à medida que o Chefs on Fire foi ganhando notoriedade e ocupando cada vez mais espaço na Fiartil – Feira de Artesanato do Estoril. Sete anos depois, a mudança acontece, e para Setembro, nos dias 20 e 21, antecipa-se já um “Chefs on Fire 2.0”. No Parque Marechal Carmona, os chefs estarão mais espaçados, haverá novas zonas de descanso, um acesso directo à praia de Santa de Marta, além de novos palcos – um para conversas viradas para a indústria em parceria com o Congresso de Cozinha e curadoria de Paulo Amado, outro dedicado aos artesãos com curadoria de Vânia Rodrigues, do Projecto Matéria, e mais um dedicado à fotografia, com orientação de Arlindo Camacho. Será um novo Chefs on Fire, mas Gonçalo Castel-Branco, o seu fundador, garante que não será assim tão diferente. 

“Quem acompanhou este trajecto nos últimos anos vai chegar à mesma conclusão que eu, de que já tínhamos crescido demasiado para aquele espaço. Já estávamos a consumir a rua da frente, já íamos ao Centro de Congressos, já estávamos a ser maus vizinhos”, explicou Gonçalo, num almoço descontraído com os chefs participantes na edição deste ano, imprensa e parceiros. “O Chefs on Fire tornou-se um festival grande demais para o sítio onde estava”, continuou, garantindo que estão a ser dados os passos necessários para que o festival gastronómico não se torne noutra coisa. O objectivo, apontou, é “manter o feeling que todos conhecem do Chefs on Fire”. Ou seja, é para se manter “um encontro de amigos”.

Chefs on Fire
Arlei LimaGonçalo Castel-Branco

Com a mudança de recinto, surgem novas oportunidades. A experiência de Madrid, onde o festival voltará a acontecer este ano, depois da edição bem sucedida de 2024, serviu também para tirar algumas lições. No Real Jardín Botánico Alfonso XIII, houve espaço para se espalharem mantas, criando-se zonas de descanso, a somar às muitas mesas, e houve também Fire Talks que juntaram várias pessoas da gastronomia à conversa. Em Cascais, repete-se a fórmula. 

“Não há mais nenhum festival onde é possível dar um mergulho no mar e dormir uma sesta, com boa comida e boa música”, destaca, orgulhoso, Gonçalo Castel-Branco, anunciando também uma Escola do Fogo, com o chef Alexandre Silva. A ideia é promover diferentes workshops à volta desta técnica ancestral – e se dúvidas existissem, o almoço de antecipação, que serviu também para se fotografarem todos os pratos desta edição, acontecer em dia de apagão é a prova de que quando tudo parece falhar, a cozinha de fogo pode salvar.

Chefs on Fire
Arlei Lima

No novo espaço, os chefs – 18 por dia, em vez dos habituais dez – estarão assim mais espalhados. Havendo, este ano, a possibilidade de se fazerem pausas em cada banca, também para se promover a circulação no espaço. 

No sábado, dia 20, cozinham pratos de carne os chefs Óscar Geadas (uma estrela no G Pousada), João Correia (Rossio Gastrobar), Francesco Ogliari (Tua Madre), Hugo Candeias (Ofício) e Kiko Martins (O Talho), enquanto Diogo Caetano (Terruja), Mónica Gomes (Olaias), Filipe Rodrigues (Taberna do Mar), Ana Moura (Lamelas) e Nikita Polido (Celmar) ficam responsáveis pelo peixe. Já os pratos vegetarianos são da responsabilidade de José Neves (Ciclo), Nelson Soares (Sult) e Nuno Castro (Fava Tonka). Juliana Penteado (Juliana) e Sara Soares (Caos Vegetal) tratam das sobremesas.

No dia seguinte, o cartaz apresenta vários chefs estrelados, como Carlos Teixeira (Herdade do Esporão) e Rodolfo Lavrador (Cura), a cozinhar pratos de carne, a par de Ana Leão (Babel), Fernando Cardoso (Grupo Monda) e Hari Chapagain (Oven). A dupla do restaurante com duas estrelas Michelin em Leça da Palmeira (Casa de Chá da Boa Nova) Rui Paula e Catarina Correia ficarão com os pratos de peixe, bem como Arnaldo Azevedo (uma estrela no Vila Foz), André Cruz (uma estrela no Feitoria), Noélia Jerónimo (Noélia) e David Barata (Austa). Nos pratos vegetarianos, três nomes igualmente de peso: Diogo Formiga (uma estrela no Encanto); Nuno Mendes (Santa Joana e Cozinha das Flores) e António Galapito (Prado). Nas sobremesas, brilham Fábio Quiraz (uma estrela no Vista); Américo dos Santos (duas estrelas no Belcanto).

Haverá ainda três chefs internacionais a cozinhar em cada um dos dias, mas os nomes não foram revelados, tal como falta saber o alinhamento dos artistas que actuam no festival.

Chefs on Fire
Arlei Lima

Os bilhetes para esta edição já estão à venda e os preços variam entre os 50€ (acesso diário ao festival sem bebidas ou doses de comida) e os 200€ (passe para os dois dias com 15 pratos e dez bebidas) – existem também duas possibilidades de bilhetes diários a 85€ (cinco pratos e duas bebidas) ou 100€ (sete pratos e quatro bebidas). As crianças pagam 20€ e o bilhete dá acesso à zona kids com actividades à medida e mini-doses para crianças. 

Antes de Cascais – “o melhor episódio de todos”, destaca Gonçalo Castel-Branco – há ainda dois pop-ups: Vilamoura, de 20 a 22 de Junho, e Aveiro, de 19 a 21 de Julho. Depois disso, o Chefs on Fire voltará também a Madrid, nos dias 4 e 5 de Outubro. 

“E no próximo ano queremos que o Chefs on Fire aconteça em quatro países. O nosso objectivo, até 2030, é ser o maior festival do mundo”, defende Gonçalo, nomeando a vontade de, em cinco anos, conseguir levar o festival de fogo a uma dezena países. “O Chefs On Fire começou como uma brincadeira, um churrasco para a família e amigos, para 50 ou 60 pessoas. Passados dez meses, fizemos o primeiro evento com 750 pessoas. Hoje em dia, o evento chega a 25 mil pessoas em dois países”, resumiu.

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