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Juliet, Nua

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Juliet, Nua
©DRJuliet, Nua de Jesse Peretz
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A Time Out diz

4/5 estrelas

O título deste filme não tem absolutamente nada a
ver com o que possam estar a pensar, porque Juliet, Nua é uma comédia romântica sem sexo nem nudez, baseada no livro homónimo de Nick Hornby. E tal como Alta Fidelidade, do mesmo autor, já filmado por Stephen Frears em 2000, mexe com música, com cromos da música e conhecimento enciclopédico da dita, com relações sentimentais e ainda com decisões que podem dar novo ânimo a vidas estacionadas na rotina.

A história toca nos dois lados do Atlântico. Numa cidade costeira de Inglaterra, Annie (Rose Byrne) dirige o museu local e tem uma relação em crise com Duncan (Chris O’Dowd), um professor de cinema com uma fixação num músico americano chamado Tucker Crowe (Ethan Hawke), que lançou um único álbum, Juliet, nos anos 90 e depois desapareceu de circulação, e ao qual é votado um pequeno mas ferrenho culto e sobre quem correm os mais delirantes mitos urbanos.

Um belo dia, as maquetas do álbum (intituladas Juliet, Naked) chegam às mãos de Duncan, que fica em êxtase e posta uma crítica no fórum online sobre Tucker Crowe, que gere e onde pontifica. Fartinha de ouvir falar no músico todos os dias, Annie inscreve-se no fórum com um pseudónimo e publica um comentário arrasador sobre as maquetas.

Dias depois, recebe um mail do próprio Tucker Crowe (que vive no interior dos EUA das royalties de Juliet e tem uma data de filhos de várias mulheres) a dar-lhe razão, e começam a falar online.

Realizado por Jesse Peretz, que tocou na banda indie The Lemonheads, faz muita televisão e já assinou um ramalhete de boas comédias (caso de O Idiota do Nosso Irmão, com Paul Rudd), Juliet, Nua é uma fita deliciosa, inteligente, amena e muito bem escrita. A comédia é gozona sem ser ofensiva ou cruel e o drama é tangível sem ser extremado, as personagens nunca são reduzidas a clichés nem despidas de humanidade, e Peretz farta-se de tirar dividendos risonhos dos nerds da cultura pop (no caso vertente, os maluquinhos do indie rock).

Rose Byrne, Chris O’Dowd e Ethan Hawke são formidáveis de verdade humana despretensiosa, e Hawke também faz uma perninha na banda sonora. Quem precisa de sexo e nudez quando tem filmes como este?

Por Eurico de Barros

Escrito por
Eurico de Barros

Detalhes da estreia

  • Data de estreia:sexta-feira 2 novembro 2018
  • Duração:105 minutos
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