Claudio Wanderley
Francisco Romão Pereira

Claudio Wanderley, o senhor Casa da Guia: "Isto era um matagal que ninguém queria"

O arquitecto brasileiro vive no Estoril desde 1989. Renovou os Champs Elysées em Paris, fez o projecto da Herdade da Comporta e descobriu o potencial que existia na propriedade abandonada às portas da Estrada do Guincho que hoje é a Casa da Guia.

Ricardo Farinha
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Aos 80 anos, o arquitecto brasileiro Claudio Wanderley leva uma vida cheia, e não tem vontade de parar. Ao longo da sua carreira assinou projectos no Brasil, em França, Espanha, Marrocos ou no Senegal, e continua a trabalhar em novas ideias. “Eu mesmo vou fechar o meu caixão”, diz, entre risos, à Time Out, mostrando o seu espírito jovial e arejado.

É o dono da Casa da Guia, onde reabilitou o palacete e a propriedade, tornando um sítio que estava fechado e à venda há vários anos, numa zona com má fama e prostituição, num espaço comercial aberto a todos, com restaurantes e lojas – e uma vista extraordinária sobre o mar.

Saiu do Brasil há mais de meio século, mas ainda carrega o sotaque carioca. Em entrevista à Time Out no seu showroom na Casa da Guia, vai desenhando numa folha de papel para explicar os seus pontos, ou não fosse arquitecto. Conta-nos sobre a sua experiência universitária no Brasil, como se mudou para a Europa, os encontros com uma Lisboa "da Idade Média” e os trabalhos em projectos importantes como o da Herdade da Comporta ou a renovação dos Champs Elysées, em Paris.

Radicado no Estoril desde 1989, explica-nos como chegou à Casa da Guia uma antiga propriedade fidalga, pertencente aos marqueses de Rio Maior primeiro e aos condes de Alcáçovas depois, mandada construir por um marido por causa da saúde débil da mulher, que ali poderia beneficiar dos ares do mar e o que deseja para o futuro deste que se tornou num dos pontos obrigatórios a visitar no concelho de Cascais.

Quando veio a Portugal pela primeira vez? Como é que chegou cá?
Bem, para chegar até aí tenho de recuar um pouco, até aos meus tempos de faculdade em Brasília. Foi uma experiência única de aprendizagem. Chamaram os melhores professores, fizeram uma equipa de primeiríssima qualidade. Era a nova capital do Brasil, era algo necessário por causa da centralização. 

Portanto, quando foi estudar para Brasília, ainda cheirava a novo.
Havia uma faculdade de Arquitectura no Rio de Janeiro, mas eu achei que Brasília era muito mais sedutora. Era uma experiência nova, algo desafiante, uma arquitectura contemporânea. Fui para lá em 1963 e fiquei até os militares fecharem a universidade, quando houve o golpe militar no Brasil, que durou uns 20 anos. Depois, já não me interessava ficar naquela faculdade, completamente amordaçada. Expulsaram e prenderam os professores, foi uma confusão danada... Continuou, mas com um currículo muito mais académico, menos ambicioso e ousado, sem aquela abertura de espírito. Mas a experiência foi muito importante para mim, o Oscar Niemeyer era o diretor da escola de Arquitectura e havia uma estrutura diferente. Uma pessoa ali aprendia várias matérias… Era uma preparação, até para saber se a sua vocação era aquela. 

Mas o Claudio já sabia que queria ser arquitecto?
Sim, porque o meu pai construiu a vida inteira. Eu cresci nas obras. Tinha uma vivência do lado prático da construção, o que também é muito importante, porque senão fica tudo pelo teórico. Então já tinha a ideia de que era isto que queria e confirmou-se. Mas, quando fecharam a universidade, voltei para o Rio de Janeiro para terminar a faculdade. Por volta de 1965, fui para a Amazónia. Havia um projecto para fazer aquela estrada transamazónica, paralela ao rio, com as agrovilas a cada, sei lá, 100 quilómetros, para criar pequenos núcleos de desenvolvimento. Fui estudar esse projecto e foi uma maravilha. Estava na fronteira do Peru com a Colômbia e o Brasil. Era uma zona quente, com tráfico... Droga acho que não havia, mas havia de animais, de madeira. Só havia bandidos no meio do mato, de mota. Era alucinante. Fiquei lá dois meses, a estudar aquele projecto japonês muito ambicioso, em que se aproveitavam as águas do rio para gerar energia com turbinas. E levei este projecto para França, em 1969, quando fui para Paris, para a Escola de Belas Artes. Fui convidado para dar um curso sobre isto. Foi muito polémico, mas aos poucos fui ficando, e estive lá 20 anos. 

Em Paris fez o projecto de renovação dos Champs Elysées. Como e quando é que fez essa obra?
Deve ter sido por volta de 1975. Surgiu da degradação da própria avenida. Paris tem grandes boulevards que, à medida que o tempo foi passando, foram-se degradando. Com comércio de baixa qualidade, os prédios que eram pequenos passaram a ter seis andares, apareceu mais gente e carros, e eu estava a ver que os Champs Elysées também corriam esse risco. Porque os estacionamentos eram dentro do passeio, os passeios das lojas eram pequenos... Então a ideia foi tirar os carros de dentro do passeio e fazer as calçadas inteiras. Hoje, os Champs Elysées são nada mais do que o original, foi simplesmente voltar a como era.

Claudio Wanderley
Francisco Romão PereiraTem uma maquete da renovação dos Champs Elysées no seu showroom da Casa da Guia

E como é que chegou ao projecto?
Fui eu mesmo que propus ao presidente da região de Paris, porque lhe expliquei que havia certas coisas que estavam em risco  tinham plantado bananeiras ali! Como é possível? E ele disse-me: ‘Claudio, a melhor maneira de criticar é propor’. Então, fiz uma proposta. Tirámos as grades pretas para respirar melhor, fizemos uma base que hoje tem duas fontes e o obelisco, que tem muito mais dignidade. Depois, um amigo meu, o Manuel Boullosa  não sei se conhecem, já está tudo morto  que era um grande empresário e fundou a GALP... Era uma pessoa poderosa e o Mário Soares até trabalhou com ele em Paris. Quando houve a revolução em Portugal, todos fugiram e ele teve a sorte de já conhecer o Mário Soares e não quis fugir para lado nenhum. Perdeu muita coisa, mas queria ficar no país. E ele dizia-me: ‘Claudio, Portugal tem tudo para se fazer’. Então eu vim ver projectos aqui. 

Depois da revolução?
Sim, poucos anos depois. Fui ver aquele empreendimento da Marinha Guincho... Porque a Quinta da Marinha foi dividida pelos quatro irmãos Champalimaud. A Maria, a única filha, ficou com a Marinha Guincho, que vai do Abano até à Malveira da Serra. E não havia normas. Hoje não há muitas, mas naquela época então... Era trágico. E para o projecto da Marinha Guincho, era impossível, não havia parâmetros, não havia coisa nenhuma. E não se pôde fazer nada. Quando voltei em 1989, fui reactivar esses contactos, a pedido do Manuel Boullosa, uma pessoa de quem gostava muito e para quem tinha feito projectos no Brasil e em França. 'Portugal agora vai bombar', dizia ele, porque o país tinha entrado para a CEE. Quando eu cheguei aqui depois da revolução, Lisboa estava na Idade Média. Os prédios estavam a cair aos pedaços. Mas eu acho que estes desafios é que são bons. Se for para ter tudo pronto, vou para Nova Iorque [risos]. Então achei que era interessante e vim. E fiquei.

Porque é que ficou?
Gostei de Portugal pelo desafio que era o desfasamento com o resto da Europa. Lembro-me de atravessar a linha do comboio e havia uma mulher com uma bandeirinha vermelha, nem sinais havia... Eu achava isso um charme. Tinha amigos que diziam: 'eu não fico aqui nem morto!' Mas eu achava simpático. E também venho de um país em desenvolvimento, o Brasil. Hoje, acho que só há uma passagem com bandeirinha, infelizmente. E assim foi, comecei a ter projectos interessantes. Um deles foi a Comporta, que hoje está na moda.

O que é que fez lá?
Fiz o projecto geral da Comporta. Houve um concurso em 1990 ou 1991, toda aquela área enorme era do Grupo Espírito Santo, eram não sei quantos milhares de hectares. Era para ser o início do desenvolvimento ali. Era com a Câmara de Grândola, que era comunista, falavam muito mal dos comunistas mas foram muito honestos, eles queriam era equipamentos, como ambulâncias, coisas que fossem úteis para a comunidade. Não foi por isso que ganhámos, mas a contrapartida foram os equipamentos e tal... E o projecto foi aprovado por unanimidade. Depois passou uma lei que é boa, mas que no imediato gera impacto... Aquilo quase tudo é pinhal com duna, uma coisa chatíssima, de uma monotonia insuportável, e o nosso plano ia até 50 ou 20 metros do litoral, com toda a preocupação de ter um passadiço na zona das dunas  poderíamos aproximar-nos sem destruirmos as dunas. Só que esta nova lei obrigava-nos a recuar 500 metros da linha do mar. E aí o projecto implodiu. Porque estava tudo baseado na proximidade da praia e, de repente, tinha tudo de ficar sem vista para o mar. As casinhas que já existiam no Carvalhal ficaram as únicas privilegiadas. E o resto foi para dentro do pinhal, uma desgraça. Mas como tínhamos muita área, tínhamos lotes grandes. A ideia era que as pessoas, não estando muito longe de Lisboa, não caíssem numa saturação urbana. Que mantivessem esse espírito de estar na natureza. Mas foi confuso, foram brigar para Bruxelas e, até hoje, ficou assim, ninguém pode construir naqueles 500 metros. O que mantém a faixa litoral preservada. E aqui em Cascais também foram chumbados.

Quais?
Aquele projecto que era do Champalimaud, do Cabo Raso. Normalmente vê-se o que é possível fazer, mas não, aqui tenta-se contornar. Diz-se que as câmaras são impossíveis, mas as pessoas é que não querem fazer o que é permitido. Com a experiência do outro, aqui eu disse que não fazia nada a menos de 500 metros. Deixava com pinhal, até podia fazer um campo de golfe, mas nada de construção. Acho que isso é muito válido para Portugal, não sendo um país grande, para preservar este pulmão à beira-mar. É um privilégio. Já o é, mas, daqui a 100 anos, mais ainda. E esses foram os meus dois desafios assim que cheguei. Eu até achava que Portugal não era assim tão pequeno, porque estas propriedades tinham não sei quantos hectares, era tudo à grande. Como assim Portugal é pequeno? É mentira [risos]. 

Claudio Wanderley
Francisco Romão Pereira

E veio morar aqui para Cascais?
Lógico. Saí de Paris, e depois do Rio de Janeiro, só queria morar numa zona calma. E estou no Estoril, era muito verde e bonito, dava para respirar. E está a manter-se, felizmente.

Ainda vive lá?
Sim, num projecto que fiz. Morava na Rua Biarritz e mudei-me para a Avenida da Dinamarca, fiz lá um grande projecto residencial, guardando muita área verde. Há um grande jardim no meio, com piscina e tudo. Estou lá desde 2001. Ter gostado de Portugal foi fundamental. Eu conhecia o país desde 1969. 

Foi a primeira vez que cá veio?
É. Toda a gente que vinha para a Europa, fosse do Brasil ou do Peru, passava Portugal à frente. Ia directo para Espanha, para França; Portugal era um apêndice. Quase África. O que é agradável, já dá um outro sabor. 

Mas o que fez cá em 1969?
Fui ver El Cordobés na Praça de Touros [risos]. Não, vim conhecer Cascais, mas por acaso estava a haver uma tourada. Ele era um craque. Fiquei encantado, nunca tinha visto uma. Foi aqui na praça de touros de Cascais, que depois demoliram. Em Espanha, eles transformam as antigas praças de touros em centros para espectáculos, e aqui destruíram um espaço que era lindo, um anfiteatro enorme. 

Fizeram essa transformação no Campo Pequeno, tornando-o num espaço também cultural e com lojas.
Exacto, com o metro. Aqui destruíram. Ainda para mais em Cascais. Poderiam ter feito ali concertos... O que fosse, menos destruir para encher de prédios tão apertados que, de uma janela, se vê a outra de forma tão próxima. Nem há privacidade. Foi uma pena. É falta de cultura não saber aproveitar um equipamento que existe e dar-lhe uma outra função. Quando aqui cheguei, o plano que regia isto era o plano urbanístico da Costa do Sol, de 1948. Claro que estava ultrapassado. Só que, na ausência de outro, era todo interpretativo... Nem se trabalhava com as câmaras, era directo com a CCDR, que dava os parâmetros todos. Depois veio o Plano Diretório Municipal (PDM), em que o Isaltino Morais foi inteligente porque foi o primeiro a aceitar  as outras câmaras não queriam , e aquilo regulava o desenvolvimento urbano. Todos os lugares do mundo têm que ter um, mas aqui não havia, era de 1948. Era muito complicado fazer alguma coisa aqui. E Oeiras deu o exemplo. Miraflores a tornar-se um centro de negócios, com aqueles prédios todos, a zona do Tagus Park... Eram terrenos quase agrários e de repente podiam-se construir ali prédios, portanto o valor dos terrenos mudam. E o PDM era uma imposição europeia.

E mudou a forma como se fazia arquitectura em Portugal.
Mudou, porque deixou de ser anárquico e passou a haver um planeamento. E o Isaltino atraiu para lá as sedes de empresas, atraiu muito investimento e gerou muito emprego, porque Oeiras era uma cidade dormitório. Cascais era uma zona mais consolidada, e o centro histórico mantém-se, sempre foi um ponto turístico internacional e era até mais liberal do que Lisboa durante a ditadura, porque Salazar fechava um pouco os olhos. Havia o casino, os exilados, as mulheres iam de biquíni à praia... O resto é que se urbanizou depois. 

E como é que descobriu a Casa da Guia?
Ela é que me descobriu. Pertencia a uns brasileiros, os mesmos que fizeram o Cascais Atrium, e que tinham comprado aos proprietários originais. Eram uma construtora de projectos com qualidade. E eles tinham comprado a Casa da Guia, obviamente enganados, porque achavam que poderiam fazer prédios.

Era essa a ideia deles?
Não era a ideia deles, era a ideia que lhes tinham vendido. E de repente perceberam que não poderiam fazer porra nenhuma. Quiseram vender, ninguém queria comprar. Eu apresentei-os ao José de Sousa Cintra, que estava à procura de uma casa para o filho dele. Ele queria, mas achava o preço caro e queria trocar por terrenos que tinha no Algarve, em Sagres, um vento horrível, e os brasileiros não queriam trocar. Queriam era ver-se livres disto, não trocar por uma coisa pior. Então ninguém queria comprar. Acabámos por fazer aquilo que no Brasil se chama de Casacor.

Casacor?
É um projecto que existe no Brasil em que se pega numa casa velha e cada decorador decora um espaço, e o todo fica uma coisa ecléctica e animada. É um showroom. Isso foi em 1994. Queríamos chamar a atenção para este imóvel. Porque isto era uma zona de prostituição, havia por aí colchões no meio do mato, acho que a estrada nem tinha asfalto. Havia o palacete, existiam uns anexos, mas não podias ir muito além disso. Era uma limitação grande. Mas a Casacor foi um sucesso. A mulher do Mário Soares, Maria Barroso, até veio à inauguração. Pusemos uma tenda, com um restaurante à beira-mar. Era tudo provisório, mas mostrou o valor deste espaço. A experiência, que durou um mês, provou que se poderia transformar a casa nisto. A luz acendeu-se com o sucesso da Casacor. Então, comprei eu a Casa da Guia.

Claudio Wanderley
Francisco Romão Pereira

A ideia foi logo transformar a Casa da Guia num espaço comercial, aberto ao público?
Sim, porque eu não iria morar aqui sozinho com dois gatos [risos]. Era muito grande. Para ter viabilidade comercial, a inspiração foi a Casacor, e deu certo. No início não: era uma tragédia. Quem é que vinha alugar um espaço comercial aqui no meio do mato, meio abandonado? Mas, aos poucos, lá conseguimos.

E o palacete estava bem conservado?
Não, estava em ruínas... Esta casa tem uma história interessante, porque era dos marqueses de Rio Maior. E, naquela época, o bom clima era o melhor remédio, porque não havia penicilina nem nada.

Eram os ares do mar.
Exacto, tal como na Parede existe aquele hospital que fica onde a corrente, supostamente, é benéfica para a saúde. E o famoso Louis Pasteur era amigo dos proprietários. Eles procuraram-no para encontrarem uma alternativa, para não mandarem a senhora condessa para um sanatório… E ele disse que este era o lugar com o clima mais saudável para qualquer ser humano. E eles construíram o palacete e a propriedade é mais ou menos a mesma. Ela foi murada desde a origem, portanto, já há mais de 100 anos. 

E o palácio foi reabilitado com um projecto de arquitectura do Claudio.
Totalmente. O telhado estava a cair, chovia aqui dentro, isto estava cheio de pombos... A reabilitação foi um todo. Para ir daqui até ao último restaurante lá ao fundo era preciso um facão. Hoje demora-se um minuto para lá chegar, mas parecia que eram quilómetros. Era matagal. Com a Casacor, limpámos isso tudo. Fizemos uma cabana ali onde é o tanque de água  esta casa foi muito bem feita porque passa aqui uma linha de água que vem da Serra de Sintra  e tinha dois moinhos que não conseguimos guardar. Tinham reservatórios de água que enchiam com esta ribeira, que ainda passa por aqui, e com os moinhos enviavam a água para o tanque no fim da propriedade para poderem ter água em casa. Esta casa foi muito bem pensada. 

O que é que se manteve?
Tudo, só o telhado é que estava desfeito. Renovámos a fachada e conseguimos manter o piso original, de madeira de grande qualidade, com mais de 100 anos. Tudo é de muita qualidade. Estamos em pleno Inverno e não faz frio. A casa é muito bem arejada, as paredes são fortes, mas já estava vazia. Só sabemos onde eram as casas de banho, a cozinha, que hoje é o atelier ARQ1to1; e há uma pequena sala que era onde guardavam os lençóis, que eram passados no Brasil. 

Como é que pensou no conceito para a Casa da Guia?
Pensei em fazer um anti-shopping. Porque estávamos na época dos shoppings, não paravam de abrir. Então resolvi fazer um anti-shopping com o espaço exterior, com os restaurantes com esta vista, com este clima... Foi difícil no começo, mas depois pegou. Depois tornou-se difícil conseguir lojistas aqui para dentro do palacete. Chegámos a fazer uma exposição de peixes do Aquário Vasco da Gama aqui dentro, foi preciso inventar... E aos poucos foi atraindo pessoas cá para dentro. Levou algum tempo até estabilizar.

Quando é que estabilizou?
Há uns 10 ou 15 anos. E agora muito pouca gente troca isto, porque é um espaço agradável e diferente. 

Nem há espaços por ocupar na Casa da Guia.
Não, até há fila. É sempre assim, quando dá certo. E só está a melhorar.

Daqui a 20, 30, 50 anos, como é que gostava que a Casa da Guia fosse? Tal como é agora?
Como dizia o Luís XIV, "depois de mim, o dilúvio, que se lixe" [risos]. Mas seguramente vai continuar porque aqui não se pode fazer nada habitacional. Para ser rentável, tem que se manter dois hectares e meio de bosque, um jardim. Tudo isso tem um preço caro. Ou é uma casa particular de uma pessoa com muito dinheiro que cuida do jardim, ou é algo que tem uma rentabilidade... E inclusive assim é mais democrático, porque qualquer pessoa pode vir ver o mar e almoçar com esta vista.

Avenida Nossa Senhora do Cabo, 101, Cascais

+ O melhor para ver (e comer) na Casa da Guia

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