Casa da Guia
Francisco Romão Pereira
Francisco Romão Pereira

O melhor para ver (e comer) na Casa da Guia

Fica entre a vila de Cascais e o Guincho, com uma vista extraordinária sobre o mar. Na Casa da Guia pode comer – ou beber um copo – na esplanada, mas também ir às compras.

Ricardo Farinha
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Embora seja bem conhecida entre quem conhece bem Cascais, a Casa da Guia permanece como um dos segredos mais bem guardados da região. Fica entre o centro da vila e o Guincho, tem uma vista extraordinária e no interior esconde lojas e restaurantes com esplanadas incríveis, que se dividem entre o palácio e os jardins.

Inaugurada em 1895 como uma propriedade privada, mandada construir pelo marquês de Rio Maior para a sua mulher enferma com a ideia de que aqueles ares marítimos a poderiam curar , não cumpriu a missão desejada, mas tornou-se numa casa de família durante um século. Em 1999, depois de um grandioso projecto de remodelação de Claudio Wanderley, a Casa da Guia abriu ao público e nunca mais parou de acolher diferentes projectos, estabelecendo-se como uma referência em Cascais. Descubra o que pode ver (e comer) na Casa da Guia.

Avenida Nossa Senhora do Cabo, 101, Cascais

O melhor para ver (e comer) na Casa da Guia

  • Cascais

Se há um pouco da Amazónia em Cascais, é no Palaphita, o bar mais sustentável da vila. Fica num pequeno bosque dentro da Casa da Guia e usa a natureza como arquitetura, tal como fez no Rio de Janeiro antes de chegar a Portugal em 2020. Para além de muitas mesas ao ar livre, há palafitas espalhadas pelo espaço, perfeitas para receber casais apaixonados, grupos de amigos ou até famílias com crianças – todos são bem-vindos. A ementa, também com inspirações amazónicas, inclui opções perfeitas para o final do dia. Vale a pena ficar atento à agenda, que inclui concertos e DJ sets.

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Inaugurada em 2002, a Confeitaria da Guia é um local seguro para encontrar refeições leves e snacks versáteis para quem deseja aproveitar a vista deslumbrante (e panorâmica) sobre o Oceano Atlântico da Casa da Guia. Foi remodelada em 2025, quando reabriu com uma nova sala interior, a esplanada de sempre, uma carta renovada e, pela primeira vez, uma montra de gelados caseiros.

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  • Cachorros quentes

Ok, podemos não ter provado todos os cachorros do mundo, mas sabemos que estes são especiais. São vendidos num quiosque da Casa da Guia, de seu nome Hot Dog Fusão, e consistem num fofíssimo pão (algo enfarinhado), uma salsicha sempre quente, dois molhos caseiros – branco e cor-de-rosa – que fazem toda a diferença e batatas palha em cima. Pode acrescentar vários outros ingredientes, como queijo ou cenoura, e depois é devorá-lo sem cerimónias. Não pense levar aqui um primeiro date, porque é garantido que vai ficar com molho até no nariz. Acompanhe o repasto com um dos sumos de fruta do menu, sempre com produtos frescos.

  • Compras

Diz-se brasileira de origem, mas portuguesa de coração. Mariana Cintra, formada em Arquitectura e apaixonada desde sempre pelo mundo artístico, resolveu virar-se para a bijuteria com a sua marca Pipe, projecto que iniciou em 2014. Começou por ter o espaço na Casa da Guia e entretanto já tem uma loja em Lisboa. Em ambos os espaços, pode conhecer as colecções da marca: de brincos a colares, passando por pulseiras, anéis, laços, malas e até canecas personalizáveis. Também pode conhecer a oferta da empresa no site oficial.

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É o mais antigo espaço da Casa da Guia. Foi inaugurado em Novembro de 1998, uns meses antes da abertura generalizada daquela antiga propriedade familiar. Mas tem sempre novidades: o espaço interior foi renovado no início de 2024. Sem surpresas, aqui o destaque vai para as carnes. Prove uma tábua com vazia, alcatra, picanha e toscana para duas pessoas, acompanhada por arroz de feijão e farofa; ou o bife à Prazeres, preparado com vodka, caviar e natas. Com tanto restaurante de peixe à beira-mar por aquelas bandas, quiseram distinguir-se pelas carnes.

Aficionado do mar e amante de culinária, Armando Correia esperou metade da vida para deixar o marketing e se agarrar aos tachos e panelas. O Bistrô na Guia, aberto há cerca de uma década, vive orgulhosamente offline não está nas plataformas de entregas nem usa redes sociais. O boca-a-boca, à moda antiga, continua a ser o grande chamariz para um espaço que se destacou pelos crepes (doces e salgados, com nomes que homenageiam faróis) mas que entretanto passou a ter inúmeras outras opções, desde as omeletes às tostas abertas, passando pelas saladas, enchidos, queijos e diversos petiscos. Tudo fresco e feito no momento, comida honesta sem truques nem artifícios. Fica no palácio da Casa da Guia e servem sobretudo na varanda, com vista elevada sobre o oceano.

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Há uma dúzia de anos que Magda Monteiro abriu o Paladar da Guia, onde antes funcionara um restaurante de sushi. Com uma esplanada agradável com vista directa para o mar, ali servem-se especialidades como o bacalhau assado, o bife na pedra, o polvo à lagareiro ou a paella de marisco. Deseja uma sobremesa? Prove o fondant de abóbora com gelado de requeijão.

A mesma Magda Monteiro é a responsável em conjunto com o filho, Diogo Leste pela Gusto, a pizzaria que abriu em 2023 no espaço onde o senhor Vítor costumava servir tostas e pantomakas com sabor a surf, quando o sítio ainda se chamava Jammin. Agora tem uma apresentação mais requintada, com uma soalheira esplanada envidraçada no interior, e uma outra lá fora, para quem preferir estar ao ar livre. Servem pizzas e pastas, além de diversas entradas e sobremesas italianas e a ligação ao país é real, uma vez que a família viveu lá durante alguns anos, quando o falecido marido de Magda lá jogava hóquei em patins.

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  • Compras

Há mais de 20 anos que Rita Copetto tem uma empresa de remodelação de interiores e faz projectos de decoração as obras são a sua especialidade, daí o “engy”, que vem de engenharia civil. De forma natural, o negócio evoluiu para que tivessem uma loja de peças de decoração no palacete da Casa da Guia. “Depois começámos a ter umas túnicas, tiveram muita saída e começámos a vender também roupa”, explica a irmã, Patrícia Copetto, que gere a loja. Vendem vestidos, blusas ou casacos, lado a lado com candeeiros, almofadas, velas ou peças de mobiliário. É uma das maiores lojas do edifício e tem uma parede descoberta, com o tijolo à mostra, que lhe dá um ar rústico e diferenciador.

  • Arte

É no piso 1 da Casa da Guia que fica esta galeria de arte do artista brasileiro Renato Rodyner, radicado em Cascais há mais de 30 anos. Mas, na verdade, as suas peças e as obras dos outros artistas com quem trabalha estão expostas pelas paredes de quase todo o edifício. Renato Rodyner explora sobretudo as “relações humanas” no seu trabalho, que muitas vezes tem um cunho neoexpressionista, seja nas telas ou nas obras feitas a pedra ou com ferro.

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  • Compras

Têm dois espaços dentro da Casa da Guia. Um é mais dedicado à moda feminina, mas aqui destacamos aquele que vende roupa e material de surf e skate, tendo em conta o local em que se encontra, junto ao mar, num sítio descontraído que cheira a praia mesmo sem ter areia. Há grandes marcas ligadas a estas modalidades, dos fatos de banho aos chinelos, passando pelo equipamento mais profissional.

  • Coisas para fazer

Desde os anos 70 que Susana Félix se dedica aos livros antigos, mas foi em 2000 que abriu a livraria antiquário ATempo num quiosque da Casa da Guia. É ali que vende edições raras e com muitos anos de história, mas também faz novas encadernações e trabalhos de restauro para quem desejar preservar as suas próprias colecções. Por ali encontram-se livros de história, geografia, arte, arquitectura, medicina ou religião não importa o tema, desde que o livro seja especial... E de outros tempos.

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  • Compras

Loja de roupa e bijuteria, a Textura distingue-se pela oferta diferenciada, que tanto atrai portugueses como estrangeiros. Inaugurada em 2015, começou por ter peças de marcas como a eseOese, de Barcelona; ou a Haris Cotton, especialista em linho. Entretanto, passou a contar com as malhas da American Vintage, os óculos de sol da Mr. Boho ou as peças da System Action, além das jóias de prata da Mesh. São produtos que dificilmente se encontram noutro sítio em Cascais é preciso ir até à Avenida da Liberdade ou ao El Corte Inglés, em Lisboa, para encontrar uma oferta idêntica.

O nome não diz tudo, mas diz muito: aqui serve-se comida portuguesa, essencialmente grelhada, numa esplanada com vista para o mar. Experimente a garoupa com risotto de camarão, o polvo à lagareiro ou a açorda de marisco, se estiver num dia de mar; caso prefira as carnes, pode pedir a costela alentejana, os secretos de porco preto, os diversos bifes ou o pato com broa. Também estão disponíveis saladas.

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Não têm armazém nem despensa: todos os dias, o peixe e a carne chegam frescos ao LOVit, um restaurante de sushi que oferece várias outras opções, uma vez que pretende ter pratos para toda a família. Aberto há dez anos por Raúl Mendes de Carvalho, serve sushi tradicional e de fusão com muitas inovações pelo meio, algumas das quais não chegam a constar da carta, uma vez que há experiências todas as semanas , mas também especialidades como o hambúrguer de caranguejo, o prego de robalo em pão de alfarroba ou o prego de picanha.

  • Casas

Para algo diferente, passe pelo atelier e showroom de arquitectura ARQ1to1, de Rosario Alas, onde existe uma preocupação com o design de interiores e decoração e onde pode encontrar “soluções criativas e funcionais” para remodelar (ou construir) a sua casa.

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  • Compras

É dentro do palácio da Casa da Guia que pode descobrir esta loja especializada em produtos gourmet e biológicos, dos chocolates aos molhos, passando pelos temperos, chás, azeites, patés, batatas fritas, compotas ou sumos naturais, entre tantas outras coisas, de marcas de qualidade.

Outras paragens obrigatórias em Cascais

Durante alguns anos, a Marina de Cascais perdeu o fulgor que tivera no início do milénio e deu por si com cada vez menos vida – e clientes. Muitos locais dizem mesmo que estava "ao abandono”. Porém, nos últimos anos, sobretudo desde a requalificação arquitectónica e com a abertura de várias lojas, a marina tem conseguido revitalizar-se e voltar a encher-se de gente, sendo agora um óptimo destino para famílias e para quem passeia por Cascais, sejam moradores, visitantes ou turistas. 

  • Arte

Construído para defender a costa portuguesa, o Forte da Cidadela de Cascais foi residência de Verão dos reis – e mantém hoje a mesma função para o Presidente da República. Ele não tem por hábito dar sinais de vida nos meses quentes, mas o espaço está aberto à população local e aos turistas que visitam a vila por uns dias. Sob a gestão do hotel Pestana, a praça que se esconde entre as muralhas altas tornou-se num hub de artes recheado de galerias e estúdios de arte, bem como outros projectos que vale a pena descobrir (incluindo a nossa livraria favorita na vila). Eis o melhor da Cidadela de Cascais.

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  • Coisas para fazer

Baptizado em 2014 como Mercado da Vila, o mercado de Cascais nasceu em 1952 e durante décadas manteve-se como o melhor sítio para comprar frescos, flores e peixe. Foi completamente reformulado há cerca de 10 anos, transformando-se num pólo de restaurantes, bares e eventos – de mercados temporários a workshops de culinária – nunca esquecendo o lado mais castiço e autêntico, com frescos e uma feira à portuguesa todas as quartas-feiras, sábados e domingos de manhã. 

  • Coisas para fazer

Com restaurantes e lojas, o One Market é a nova praça verde de Cascais. Integrado no empreendimento de luxo One Living, um projecto com assinatura do arquitecto Francisco Valsassina, pretende ser um novo ponto de encontro na vila onde se possa almoçar ou jantar fora, no interior ou numa esplanada, mas também fazer algumas compras e espairecer em família ou com amigos. 

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