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De uma história de amor à primeira vista, nasceu o ULU na Bicuda

Servem brunches e café de especialidade e oferecem sessões de yoga aos domingos de manhã.

Ricardo Farinha
Escrito por
Ricardo Farinha
ULU
Rita Gazzo
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Quando Evgeniy Zhukov visitou Cascais pela primeira vez há oito anos, numas breves férias, foi um caso de “amor à primeira vista”. Mal sabia o russo, hoje com 35 anos, que iria abrir um restaurante em Julho de 2025 na Quinta da Bicuda. Chama-se ULU e dedica-se ao brunch, desde manhã até ao final da tarde.

ULU é uma homenagem a Uluwatu – uma vila em Bali, ilha na Indonésia – para onde Evgeniy se mudou com a família quando a Rússia invadiu a Ucrânia em 2022. Vivia em São Petersburgo e trabalhou primeiro no sector imobiliário e depois como gestor de uma série de franchises de uma cadeia de cafetarias. “Quando comecei a trabalhar com café decidi deixar o trabalho de fato e gravata. O café de especialidade tornou-se a minha paixão”, conta à Time Out Cascais.

“Já tinha o sonho de abrir algo especial em São Petersburgo, talvez com música, com bons vinhos, mas de certeza com café de especialidade. Só que o conceito e o nome vêm com o espaço, com cada sítio, com o contexto”, explica. Quando a guerra começou, decidiu sair do país e esteve quase um ano a surfar em Bali. “Lá não fazes planos, só vives o hoje, mas não podes viver o hoje durante demasiado tempo. A minha filha precisava de ir para a escola, precisávamos de fazer algo, por isso saímos e decidimos seguir o sonho de nos mudarmos para Cascais. Estava na minha mente desde que cá vim pela primeira vez.”

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Foi em Setembro de 2023 que se instalou com a família. E desde então, esteve à procura de espaços onde pudesse abrir o tal negócio que idealizava – e que se iria sempre adaptar ao local. “Quando descobri este sítio vazio, apaixonei-me e percebi que havia aqui uma oportunidade”, diz sobre a Quinta da Bicuda. “Mas tinha de ser algo bom para conseguir atrair pessoas, isto não fica numa rua principal nem no centro.”

Com a ajuda do escritório cascalense de arquitectura Marqa, Evgeniy Zhukov renovou totalmente o espaço em frente a um campo de futebol e ao lado de uma escola de dança, construiu uma cozinha na parte superior do edifício, e começou a formar uma equipa cosmopolita que junta portugueses, brasileiros, russos, ucranianos e nepaleses. “Para mim era muito importante ter empregados que falassem português. Isto é um sítio sobretudo para locais [mesmo que muitos sejam estrangeiros], não temos assim tantos turistas, e queríamos que a pessoa que viesse pudesse falar a sua própria língua.”

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Rita GazzoEvgeniy Zhukov

Com uma ampla esplanada e uma sala, onde cabem entre 55 e 70 pessoas sentadas, consoante a disposição do espaço, o ULU posiciona-se como um restaurante internacional que vai beber a várias referências – tanto na decoração como na ementa – mas sem descurar uma certa coesão e identidade.

“A nossa carta é uma mistura de diferentes culturas de brunch do mundo”, diz. “Damos sempre alguns twists nossos, não queremos ser um sítio de comidas ou receitas tradicionais, isto é um sítio internacional. Mas trabalhamos o máximo possível com produtores locais, temos cerveja artesanal aqui do concelho, kombucha do Estoril, e só vendemos vinho português.”

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Quanto ao café, Zhukov encomenda grãos de diferentes países, de El Salvador ao Quénia, e trata da torrefacção na Parede. Servem café filtrado (3,50€), cold brew (3,50€), café manual (5€), lattes (4€) ou bebidas como o espresso sour sofisticado (5,5€), o bumble que leva sumo de laranja e um expresso duplo (5€), latte com espuma de queijo e caramelo (5€), expresso tónica (5€) ou uma RAF de caramelo salgado ou baunilha (5€), uma receita muito popular na Rússia. Têm ainda um barista set (7€), composto por um expresso, um café filtrado e um cappuccino. Naturalmente, também servem outras bebidas, como chás, receitas com matcha, um cacau quente (4,50€) ou um batido de aveia com proteína (6€).

No que diz respeito à comida, destacam-se opções como o hash brown com queijo creme, ovo cozido e salmão (11,50€); os ovos Benedict com salmão e abacate (13,50€); a versão da casa de shakshuka (12€, mais 3€ com chouriço); a omelete de cogumelos e cebola caramelizada (11,50€); os ovos mexidos com trufas (11€); a taça de aveia com creme de banana e nozes pecã (8,50€); a french toast (10€); um prato de panquecas (10€); ou as bolinhas de requeijão com doce (11,50€), a própria receita dos tradicionais syrniki, do leste europeu.

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Rita GazzoAs bolinhas de requeijão, o hash brown, os ovos Benedict com salmão e a sandes pita de frango

A partir do meio-dia, ficam disponíveis uma série de pratos mais compostos, como o frango com puré e cogumelos (14,50€), o risotto com alga nori e salmão (14,50€), dourada com legumes (14€), sandes pita com frango (12€) ou salmão (12,50€), salada de gambas (14€) ou algumas bowls.

Pode ainda pedir uma série de tostas, torradas e petiscos, sendo que cada cliente pode também fazer um prato personalizado consoante os ingredientes disponíveis. A ideia, explica o responsável, é que exista alguma rotação na ementa, com pratos novos a cada estação.

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Rita GazzoO barista set

O ULU vende o seu café a quem quiser levar para casa os sacos de grãos torrados, além de ter disponíveis diferentes acessórios e até t-shirts da marca do restaurante. O objectivo, conta Evgeniy, é “construir verdadeiramente uma comunidade” – e também é por isso que organizam sessões de yoga gratuitas aos domingos de manhã no campo da bola que fica mesmo em frente. 

“Não somos um daqueles sítios que temos de estar sempre a rodar. As pessoas podem passar aqui horas, nós fazemos reservas, somos pet-friendly, já tivemos muitas pessoas a fazerem aqui os seus aniversários, eventos privados… Viemos para ficar.”

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Rita Gazzo

Quinta da Bicuda, Rua da Bicuda, Cascais. Seg-Dom 08.30-18.00. 926 013 842

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