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Já perdemos a conta às histórias que começam com "Era uma vez, na pandemia..." Na que vos trazemos hoje, os protagonistas são Rita Castelo Branco e Pedro Loureiro, que tinham cada um a sua ideia quando, num mundo virado do avesso, decidiram unir forças. Ela queria cozinhar crepes e croquetes para fora; ele estava à procura de uma fábrica para produzir pastas frescas – e juntos preparam, desde 2020, refeições artesanais congeladas, que estão agora disponíveis numa loja aberta ao público na Aldeia de Juso, em Cascais.
"No confinamento, as pessoas começaram a pedir-nos refeições prontas e, surpreendentemente, os nossos negócios acabaram por não ser o negócio principal", diz Rita à Time Out Cascais. Na É o que é – assim baptizaram a marca porque "o produto fala por si, não tem corantes nem conservantes, não tem máscara nenhuma", garante orgulhosamente Pedro – há os tais crepes, croquetes e pastas frescas. Mas não só: "Neste momento já temos quase 400 referências, são 300 e muitos pratos", continua o empresário.
Sopas e cremes, pratos de carne, de peixe e vegetarianos, empadas almoçadeiras, XL e XXL, massas gratinadas, massas frescas, comida de conforto, doces em miniatura e doces à fatia são algumas das categorias do extenso menu, onde brilham especialidades como o aveludado de cenoura, o chili com carne, a açorda de camarão, os cogumelos emygi com coentros, as empadas de espinafres, cogumelos, noz e cebola caramelizada, a lasanha de bacalhau, o linguini nero, os crepes de pescada com berbigão, as favinhas com entrecosto, as mini tartes de amêndoa ou a blattertorte de framboesa.
"É comida tradicional, sem ser óbvia", descreve Rita. "Temos de nos adaptar aos novos palatos, às novas realidades. Não dá para ficar colado às receitas de há 20 anos." Pedro acrescenta ainda a preocupação constante com a sustentabilidade. "Tentamos levar essa história mesmo a sério, com produtos da época. Tudo é feito com consciência e consistência.”
A fábrica, com capacidade para produzir até 500 quilos de comida por dia, foi mais pensada para o chamado canal HORECA (hotéis, restaurantes e cafés), mas a verdade é que o poder do passa-a-palavra levou os pratos da É o que é para as mesas de todo o país. A própria loja nasceu para ser um showroom para revendedores – mas é onde agora os clientes particulares podem ficar a conhecer ao vivo a oferta idealizada por Rita, que já tinha experiência nas áreas da restauração e do catering, mas que vem das artes – daí o branding com muita pinta. "Tenho essa sensibilidade. Queríamos dar o sabor da avó, mas não a imagem", explica.
Quando chegam à loja, os clientes encontram cerca de duas centenas de propostas – todas congeladas – desde a entrada até à sobremesa. "Até posso ajudar a construir menus, se me entrarem aqui a dizer que têm um jantar lá em casa", promete Rita. Para esse tipo de clientes, e para os que continuam a encomendar onlne, a É o que é desenvolveu o novo Loyalty Club “À la Carte” – um programa que oferece descontos, acesso prioritário a novidades e entregas gratuitas em casa.
Para o futuro, não se pense que a dupla de cascalenses sonha com mais lojas. "É tudo o que não queremos", diz Pedro. "Estamos muito mais virados para ajudar os nossos revendedores de todo o país." Olhe... É o que é.
Estrada da Malveira 900 (Cascais). Seg-Sex 09.00-18.00 Sáb 09.00-14.00. www.eoquee.pt