Já não se aguentam os restaurantes de petiscos modernos, estilos e com má comida. Parece que de repente todos os empresários recém-chegados ao meio foram a Madrid e voltaram de lá com uma fixação: repetir em Portugal as tabernas de tapeo. Os resultados são quase sempre embaraçosos: ou a decoração é desajustada e nova-rica ou a culinária é incompetente. Esta Taxca “A Badalhoca” foge à regra.
Aberta em Setembro, na Rua da Picaria, a Taxa é um híbrido de bar e restaurante, com mesas altas e bancos ao balcão, onde não falta uma fileira de presuntos (há lá quadro mai lindo). Ao final do dia vêem-se jovens adultos de boa pinta, em ambiente descontraído e regime de pré-refeição e copo, não estivéssemos no centro da zona boémia do Porto. Dito isto, lá está, a perspectiva em termos gastronómicos não seria a melhor. Faz contudo toda a diferença o pormenor desta Badalhoca beber e comer da Badalhoca antiga, a histórica tasca (sem “x”) de Ramalde. A parceria entre a casa-mãe e o promotor do novo projecto, um antigo cliente, garantiu a transmissão do receituário e vários truques, como as canecas geladas de vinho espadal à pressão (1€, de cor rubi, feito com uvas da casta Espadeiro) e o corte finíssimo do presunto de qualidade enfiado em pães sempre frescos (2€).
A não perder, ainda, as papas de sarrabulho (2€), a dobradinha (2,50€), as moelas e os rojões (ambos a 2€). Bons preços, bons petiscos. Como nas tascas a sério.
*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.
