O roteiro de Filipa Sáragga d’Orey para o melhor dia possível em Cascais

“Todos os sábados de manhã, e sempre que a vida me permite a meio da semana, vamos em família à Praça de Cascais. Não é apenas para comprar o peixe fresco no Carlos Eva, os legumes da dona Ana ou o pão ainda morno. É um ritual que preserva o que há de mais autêntico nesta vila piscatória. A praça é também o lugar onde posso ensinar às minhas filhas a beleza simples de escolher fruta da época. Ir à Praça é, sem dúvida, o nosso programa favorito e foi, aliás, o primeiro programa que fiz com o meu marido quando nos conhecemos.”

“Poucos lugares em Cascais resistem tão bem à passagem do tempo como a Garrett. Fica muito perto da nossa casa e, para mim, é onde se encontram os melhores croissants de Portugal. Até aos 10 anos vivi no Restelo e lembro-me de o meu pai, que sempre viveu em Cascais, ir religiosamente todos os domingos buscar croissants à Garrett para nos levar ao pequeno-almoço. Um ritual simples que sobreviveu às décadas e que carrego agora comigo, partilhando-o com as minhas filhas.”

“Nenhuma passagem por Cascais fica completa sem um momento no museu Casa das Histórias Paula Rego. Além da beleza do projecto executado pelo arquitecto Eduardo Souto Moura, é um espaço expositivo e um lugar de descoberta. As obras de Paula Rego confrontam-nos com o que é ser humano, mulher, filha, mãe, e todas as outras narrativas invisíveis que carregamos. É um museu a que se deve voltar, porque nenhuma visita se repete.”

“Um restaurante incrível, não só pela localização, mesmo em frente ao mar, com uma vista de cortar a respiração, mas também e sobretudo pela sua qualidade. Sempre que lá vou digo que comi o melhor peixe dos últimos tempos. O meu prato de eleição é o arroz de robalo com carabineiro, que representa na perfeição aquilo de que mais gosto na cozinha portuguesa: simplicidade e qualidade. No entanto, todos os outros pratos que já lá experimentei são óptimos. Normalmente escolho peixe, porque acho um crime não o fazer, mas a carne também é incrível. Sou fã das amêijoas à Bulhão Pato, dos percebes e das gambas da costa, que, como diz a minha querida mãe, ‘sabem a mar'. E não é exagero. Aqui, a qualidade do marisco não fica em nada atrás da do peixe. Comer bem num sítio bonito é, na minha opinião, uma das grandes maravilhas da vida, e o Porto Santa Maria consigo isso na perfeição.”

“Sempre que conseguimos, faça sol ou vento, passeamos pela Estrada do Guincho ou pelo Paredão. São lugares onde a natureza de Cascais se revela no seu estado mais puro: o cheiro a maresia, o som das ondas e as cores do céu ao fim da tarde são, por si só, para mim o grande motivo e maior luxo de quem cá vive.”

“A Quinta do Pisão é outro dos meus programas preferidos com as miúdas. Um lugar absolutamente único no meio da natureza, que tem uma horta biológica que podemos visitar e até escolher e comprar alguns legumes. Toda a essência do projecto é admirável. É daqueles espaços que nos ensina, de forma natural e despretensiosa, a importância de cuidar da terra e de respeitar os ritmos da natureza. Já agora, outro programa que fazemos quase todos os fins-de-semana são passeios nos póneis da Quinta da Marinha: passear a cavalo no meio do campo tornou-se o programa número 1 das minhas filhas.”

“Se me perguntarem qual é o meu restaurante preferido de sushi em Cascais, a resposta é fácil: a Confraria. Um restaurante situado na zona histórica de Cascais, que, além do ambiente descontraído, serve sushi de excelência. O peixe é sempre fresquíssimo, com uma qualidade irrepreensível, e a carta oferece uma grande variedade de opções, desde os clássicos aos mais criativos. Sou especialmente fã dos sushis braseados que, para mim, são os melhores. Além disso, têm uns menus espetaculares, com imensa diversidade e combinações perfeitas para quem não sabe o que escolher. E o que me leva lá a maior parte das vezes é o bolo de chocolate. Sou absolutamente louca por aquele bolo. Arrisco dizer que é capaz de ser o melhor bolo de chocolate que já comi na vida. Já dei por mim a ir lá a meio da tarde só para comer o bolo.”

“Porque Cascais sabe ser boémia, nada como um fim do dia na Rua Amarela, sobretudo nas noites mais quentes. É o lugar perfeito para sentir a nossa vila viva, entre restaurantes descontraídos, copos ao ar livre e música ao vivo. Na minha opinião, é onde se vivem as melhores noites de Verão. A Rua Amarela fica colada à Baía de Cascais, para mim o nosso maior postal.”