O Primavera Sound não desilude. Este ano, as atenções centram-se em Charli xcx e nos seminais Deftones – ambos tinham estado em 2024 no Primavera Sound de Barcelona, mas não chegaram a Portugal. Destacam-se ainda os Cap’n Jazz, banda determinante do emo do midwest americano, reunida há uns meses.
Mas há mais concertos a não perder, entre 12 e 15 de Junho, no Parque da Cidade. Também vai lá o produtor de electrónica Jamie xx, os rappers Central Cee e Denzel Curry, o trovador com vozeirão soul Michael Kiwanuka, as manas HAIM, o fenómeno indie Fontaines D.C. ou os históricos pigfuckers The Jesus Lizard. Mais ANOHNI and the Johnsons, Alan Sparhawk (ex-Low), Beach House, Caribou, Chat Pile, Destroyer, Horsegirl, Kim Deal, Los Campesinos!, Turnstile, TV On The Radio. É tudo boa gente.
E um robusto contingente ibérico, encabeçado por Maria Reis, a mais talentosa cantora e compositora do país, cujo Suspiro… é um dos melhores álbuns lançados este ano, em Portugal ou lá fora. Actuam também os portugueses Capitão Fausto, David Bruno, A Garota Não, Eu.Clides ou Surma. Já da vizinha Espanha chegam os Carolina Durante, heróis independentes que editaram no ano passado o álbum Elige Tu Propia Aventura.
A nossa escolha: Charli xcx
É difícil fazer um resumo do ano passado sem mencionar Charli xcx. Com Brat, a icónica voz da hyperpop voltou a reinventar-se, influenciada pela rave, pelo indie sleaze e pelo desmazelo pop adolescente dos anos zero; partindo desses espectros e memórias hedonistas para construir canções pop desavergonhadas. À música maximalista contrapôs uma capa tão ou mais berrante, apesar de minimalista, com apenas quatro letras pretas sobre um fundo verde fluorescente, que se tornou num meme. E moldou o zeitgeist.