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Pavement
Photograph: Courtesy Tarina Westlund

Pavement e mais dez concertos a não perder no NOS Primavera Sound

O festival mais internacional do país regressa ao Parque da Cidade a partir de quinta-feira, 9. De entre os 65 artistas confirmados, escolhemos dez concertos a não perder.

Luís Filipe Rodrigues
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Luís Filipe Rodrigues
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Já tínhamos saudades de um grande festival. Vamos poder matá-las na quinta-feira, 9 de Junho, quando o NOS Primavera Sound regressar ao Parque da Cidade, depois de dois anos de ausência pelos motivos que se sabem. Estão confirmados 65 nomes, entre músicos, bandas e DJs, mas um deles distingue-se dos demais: Pavement. O lendário (e reunido) grupo de indie rock americano era o maior nome da edição cancelada em 2020 e continua a sê-lo agora. Mas há mais coisas boas para ver, do reggaeton e trap latino de Jhay Cortez ao pós-hardcore dos Jawbox e do rock fúnebre de Nick Cave & The Bad Seeds ao hip-hop de Earl Sweatshirt, passando pela hyperpop dos 100 gecs. Fazemos um roteiro pelos três dias do festival, evitando sempre que possível as sobreposições – uma missão quase impossível quando somos confrontados com um cartaz destes, que nos obriga constantemente a fazer escolhas e a abdicar de um concerto para ver outro à mesma hora. Tomara que Sky Ferreira (Qui 20.30) nos perdoe. E os Shellac (Sex 20.10). E os Interpol (Sáb 22.30).

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Os concertos a não perder no NOS Primavera Sound

Kim Gordon

É uma das grandes senhoras do indie rock e das artes americanas. Passou três décadas a dar a cara pelos seminais Sonic Youth, juntamente com o ex-marido Thurston Moore e o velho amigo Lee Ranaldo, mas desde a separação da banda, em 2011, que vem a trilhar o seu próprio caminho, primeiro ao lado de Bill Nace, nos Body/Head, e mais recentemente a solo. No Home Record, de 2019, foi o primeiro (e ainda único) álbum em nome individual e um ruidoso triunfo.

Palco Binance. Qui 20.10.

Jhay Cortez

Jhay Cortez é um dos jovens turcos do reggaeton porto-riquenho. O álbum Famouz, de 2019, e sobretudo o single No Me Conoce e o seu remix com J Balvin e Bad Bunny fizeram dele uma estrela e um dos nomes indispensáveis da música urbana latina, na intersecção entre o trap e o reggaeton. Timelezz (2021) é o mais recente registo, mas é provável que mais gente tenha ouvido a sua voz em Tarot, uma das pérolas espalhadas por Un Verano Sin Ti, de Bad Bunny.

Palco Cupra. Qui 20.35.

 

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Nick Cave & The Bad Seeds

No activo desde a década de 70, Nick Cave é um dos grandes mestres da canção em inglês. O regresso a Portugal estava marcado desde 2019, quando ainda se encontrava fresco Ghosteen, gravado com os seus Bad Seeds e influenciado pela morte do filho uns anos antes. Mas a malfadada covid-19 impediu-o de vir cá em 2020, como estava previsto. E até calha bem. Nunca como agora precisámos tanto da sua música dura e dorida, ainda que apaziguadora.

Palco NOS. Qui 21.20.

Slowdive

O feio e o belo confundem-se na música dos Slowdive, banda-chave do shoegaze que se reuniu em 2014 para bem dos nossos pecados e ainda não parou de (nos) tocar. Souvlaki, de 1993, é o grande clássico da carreira, mas Slowdive, o primeiro e único fruto discográfico deste reencontro, dado à estampa em 2017, não mancha o seu legado. Estão lá as melodias paliativas, os ritmos espaçados, as guitarras distorcidas, as vozes amolecidas pela droga e pela bebida. Tudo o que se quer.

Palco NOS. Sex 20.10.

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100 gecs

Anos e anos de música colidem nas canções dos 100 gecs. O duo de Dylan Brady e Laura Les é um dos nomes destacados daquilo a que se chamou hyperpop, uma sonoridade caótica, onde todos os géneros musicais e mais alguns parecem chocar e desintegrar-se. O álbum de estreia, 1000 gecs, poderia ser apelidado de futurista se não fosse um reflexo e uma consequência do excesso de informação que caracteriza o presente. O seu sucessor, 10000 gecs, está a caminho.

Palco Super Bock. Sex 23.40.

Pavement

Poucas bandas indie americanas marcaram a década de 90 como os Pavement. Os fundadores Stephen Malkmus e Scott Kannberg, acompanhados por Mark Ibold, Bob Nastanovich, Steve West e outros músicos, definiram uma era, e ainda hoje discos como Slanted and Enchanted (que vai ser recauchutado em breve), Crooked Rain, Crooked Rain ou, entre outros, Terror Twilight (reeditado com uma montanha de extras há poucos meses) são ouvidos com saudade e entusiasmo. Em 2010, 11 anos depois do fim da banda, reuniram-se para uns poucos concertos, incluindo no Primavera Sound de Barcelona, e foi incrível. Agora? Só pode ser incrível. Outra vez.

Palco NOS. Sex 00.45.

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Chico da Tina

Francisco da Concertina é uma das figuras mais singulares do trap português. Não só por usar e abusar das gírias tradicionais do seu Minho natal como pela sua escrita ácida e caricatural, que desconstrói os lugares-comuns (e acentua o absurdo) do discurso de ostentação e auto-superação do rap. E Agora Como É Que É, do ano passado, é o mais recente álbum da sua lavra.

Palco Binance. Sáb 02.00.

Dinosaur Jr.

Outro nome histórico do indie rock americano. Neste caso, com carreira iniciada nos 80s e clara influência sobre os pioneiros do grunge. Depois (e antes até...) da edição do clássico Bug, em 1988, J Mascis começou a alienar outros fundadores – primeiro saiu Lou Barlow, depois Murph – e em 1997 enterrou a banda. Por pouco tempo. Os três reuniram-se em 2007 e desde então não pararam de rockar e lançar novos discos. Sweep It Into Space, de 2021, é o mais recente.

Palco NOS. Sáb 20.10.

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Jawbox

Mais um pedacinho de história. Os Jawbox lançaram um par de bombas pós-hardcore com o selo da histórica editora independente Dischord no início de 90s; um marco do rock alternativo dessa década chamado For Your Own Special Sweetheart, pela major Atlantic, em 1994; e mais um álbum homónimo. Depois separaram-se. E, tirando um encontro fugaz em 2009, separados continuaram até 2019. Para muitos, esta será a primeira oportunidade de vê-los ao vivo.

Palco Binance. Sáb 22.30.

Bad Gyal

A cantora e modelo catalã já é um nome sonante da música urbana latina. Movendo-se entre o reggaeton, o trap e o dancehall, apresentou-se ao mundo em 2016 com a mixtape Slow Wine, a que se seguiu Worldwide Angel, de 2018, antes de assinar pela Aftercluv/Interscope. Warm Up, o primeiro EP editado pela multinacional, saiu no ano passado e o primeiro álbum está a caminho. Enquanto não chega, vai partilhando singles como Flow 2000 ou La Prendo para nos entreter.

Palco Super Bock. Sáb 23.40.

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Earl Sweatshirt

O prodigioso rapper Earl Sweatshirt (ou Thebe Neruda Kgositsile) entrou nas nossas vidas no início da década passada, à ilharga do colectivo Odd Future, com a incendiária mixtape Earl. Desde então, nunca parou de crescer e testar os limites da sua música. Sick!, lançado em Janeiro deste ano, é o mais recente opus, criado na ressaca da pandemia e dos confinamentos.

Palco Binance. Sáb 02.00.

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