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'The Floor Plan', de Junichi Ishikawa
Tomoko Ishikawa'The Floor Plan', de Junichi Ishikawa

Fantasporto leva uma centena de filmes ao Batalha em estreia nacional

O Festival Internacional de Cinema do Porto decorre de 1 a 10 de Março. Directora quer “duplicar” o número de espectadores em relação ao ano passado.

Escrito por
Ana Catarina Peixoto
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O Festival Internacional de Cinema do Porto – Fantasporto está de regresso ao Batalha Centro de Cinema para a sua 44.ª edição, entre 1 e 10 de Março. O evento que privilegia o género fantástico vai exibir este ano cerca de 100 filmes oriundos de 30 países, todos em estreia nacional e 28 em antestreia europeia, internacional e mundial. 

Na competição principal – o Cinema Fantástico – há cerca de 30 longas-metragens e uma competição de curtas-metragens. Há ainda outras competições, como a Semana dos Realizadores, a Oriente Express, dedicada a filmes asiáticos, e o Prémio de Cinema Português. 

Este ano, explicou Beatriz Pacheco Pereira, directora do evento, o Fantasporto recebeu candidaturas de filmes para competição vindos de 68 países. “Tivemos todos os países da Europa, da América do Norte e do Sul e quase todos os países da Ásia a enviarem-nos filmes para selecção. No total, ficamos com filmes de 30 países”, enumerou durante a apresentação do festival à imprensa, que decorreu esta quarta-feira.

A sessão de abertura do festival (dia 1, às 21.00) conta com a apresentação do filme canadiano Testament (Parece que Estou a Mais), do realizador Denys Arcand. Trata-se de uma comédia que foi apresentada na Selecção Oficial de Cannes e é um olhar crítico sobre as preocupações actuais da humanidade, desde o afastamento dos mais velhos à alienação nas redes sociais. 

Beatriz Pacheco Pereira refere que os temas abordados nos filmes deste ano vão ao encontro das problemáticas mais actuais, desde a tecnologia e desenvolvimento da Inteligência Artificial às alterações climáticas e à luta pelo poder. Pelo meio, há histórias de amor e cinema de horror.

Para os amantes da vertente mais clássica do género, destaca-se no dia 4 de Março (21.15) a estreia europeia de The Forbidden Play, de Hideo Nakata, um dos mais famosos realizadores japoneses do cinema de terror, autor do conhecido The Ring. Vão ser ainda exibidos filmes como Surrogate, The Well e Pandemonium.

De volta ao Fantasporto está também o realizador argentino Fabián Forte para apresentar The Witch Game, depois de ter estado no festival em 2022 para apresentar a sua longa-metragem Legions. Este filme ilustra o poder da tecnologia na vida dos adolescentes e o desejo desmedido de poder a autonomia e será exibido no dia 5 de Março, às 21.15.

Heart Strings é uma das antestreias mundiais neste festival (3 de Março, 19.15) e o mais recente filme de Ate de Jong, que promove uma reflexão sobre a subcultura norte-americana dos concursos de música country. 

Segundo a organização, uma das maiores surpresas do ano está também em destaque nesta edição do Fantasporto: o produtor do maior êxito de receitas japonês Godzilla Minus One marca presença no evento para apresentar a antestreia mundial de The Floor Plan, de Junichi Ishikawa (6 de Março, 23.30).

Além de filmes produzidos em vários países, há também espaço para o cinema português, com duas longas-metragens a concurso: Best Cop Ever, de João Bruno, no mundo da ficção científica; e Carne, a Pegada Insustentável, um documentário de Hugo Almeida. Fora da competição, mas também em exibição no Fantasporto estão Titus, Era Uma Vez no Apocalipse, Maria José Maria e O Nosso Caminho. 

Aliado às escolas e universidades portuguesas com cursos de cinema, estão também agendadas várias movie talks para se debater alguns dos temas da actualidade, como o streaming ou o cinema independente. 

A sessão de encerramento do Fantasporto (10 de Março, 21.15) conta com a entrega dos prémios e a exibição de Creation of the Gods I: Kingdom of Storms, de Wuershan, vencedor do prémio Golden Rooster para o Melhor Filme Chinês de 2023. 

“No Fantasporto, um filme tem visibilidade internacional”

Este ano o Fantasporto volta a realizar-se no Batalha Centro de Cinema, que reabriu portas há pouco mais de um ano e, em pleno arranque, recebeu já a 43.ª edição deste certame. “O Fantasporto faz parte do Batalha e o Batalha também é o Fantasporto”, refere Guilherme Blanc, director do Cinema Batalha.

Os custos de investimento do festival rondam os 100 mil euros, com o apoio do Estado central, da Câmara Municipal do Porto e de alguns investidores privados. A directora do Fantasporto acrescenta que a expectativa é de, “pelo menos, duplicar” o número de espectadores nesta edição, até porque “há mais sessões este ano”.  

Beatriz Pacheco Pereira destaca ainda a importância deste tipo de festivais na cidade e no cinema: “Os festivais de cinema não são streaming, não são projecções esporádicas, não são organismos mortos. O Fantasporto traz os filmes mais recentes das cinematografias que não passam nos cinemas comerciais, nos canais de televisão. Estamos a dar-lhes uma visibilidade nacional e internacional que ajuda o filme. Um filme que passe no Fantasporto, e sobretudo se ganha prémios, tem visibilidade internacional”.

A programação completa do Fantasporto e as informações sobre os bilhetes podem ser consultadas no site do festival.

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