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Festival Internacional de Marionetas do Porto está de volta de 9 a 18 de Outubro

Sob o tema ‘Limites do Humano’, o Festival Internacional de Marionetas do Porto regressa em Outubro com 13 espectáculos. Os bilhetes custam entre 7€ e 12€.

Escrito por
Maria Monteiro
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Vamos ao teatro para escapar da realidade, mas muitas vezes ela infiltra-se pelas brechas das salas para nos fazer questionar e reflectir sobre os assuntos que marcam a actualidade. No ano em que nos confrontamos com uma pandemia que paralisou e transformou a vida como a conhecemos, mergulhando-nos em intermináveis incertezas, parece (ainda mais) pertinente falar sobre os “limites do humano”. É sobre esse tema que se debruça o Festival Internacional de Marionetas do Porto — FIMP, que acontece entre 9 e 18 de Outubro, em várias salas de espectáculos entre o Porto e Matosinhos.

Depois de, em 2019, celebrar 30 anos, o FIMP volta a dar vida e movimento às marionetas, objectos e matérias, desta vez para estimular a construção de discursos e pensamentos sobre as ciências e a política. “Um vírus, na sua condição ambígua de objecto inerte dotado de agência, vem também questionar o alcance da própria noção de ‘matéria animada’”, reflecte Igor Gandra, director artístico do FIMP, em nota de imprensa. O também co-director artístico do Teatro de Ferro resume as questões que servem de base à edição deste ano: “o que é ainda (ser) humano, o que é possível conhecer e desejar a partir desta condição?”

O programa do fimp’2020 é a primeira parte da tentativa de dar resposta a um questionamento amplo e complexo. “Limites Humanos — Ciências e Políticas da Matéria Animada” deverá estender-se à edição de 2021, mas a reflexão começa já a 9 e 10 de Outubro com Kamp, peça dos holandeses Hotel Modern que faz a abertura do festival. O espectáculo vai estar no Teatro Carlos Alberto às 21.00 e às 19.00, respectivamente, e leva os espectadores ao quotidiano do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau.

FIMP
'KAMP', dos holandeses Hotel Modern, é o espectáculo de abertura© Leo van Velzen

Entre as estreias do fimp’20 estão O cheiro dos velhos, co-produção do Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo e do Teatro de Marionetas do Porto, que põe a descoberto “uma era orientada para a teatralidade” em “que se embaçam as fronteiras entre “verdade e mentira”, e sobe ao Grande Auditório do Rivoli nos dias 10 e 11, às 17.00; Liliput, peça de Ainhoa Vidal dirigida a “humanos pequeninos, muito pequeninos”, é apresentada no dia 16 às 10.30 e às 15.00 e nos dias 17 e 18, às 16.00, no Café Teatro do Campo Alegre; O que já não é e o que nunca foi, espectáculo de Joclécio Azevedo que parte “de rituais de pesquisa em torno do tempo, da sua ocupação, suspensão e condensação” e é apresentada a 17 e 18 de Outubro, às 19.00 e 16.00, respectivamente, no Palácio do Bolhão.

Além de um exercício de consciência, o FIMP promete ser motivo de gargalhadas através de espectáculos como Bad Translation. A criação do espanhol Cris Blanco, que está em cena no dia 10, às 21.00, no Teatro do Campo Alegre, “converte o cenário num computador analógico” e traz a vida digital para palco através de cartão, plástica e tela. Igualmente divertida se espera Troubles, da belga Agnès Limbos, sobre “uma noite de núpcias atribulada em Nova Iorque”. A peça pode ser vista a 16 e 17 de Outubro, às 21.30, no Teatro Municipal Constantino Nery, em Matosinhos.

O fimp’20 vai tomar conta, ainda, de espaços como o Círculo Católico de Operários do Porto, o Teatro Helena Sá e Costa e o Mira Fórum e, além dos espectáculos, inclui um concerto-performance, três workshops e duas masterclasses, uma mostra de trabalho em processo e muito mais. Os bilhetes estão entre os 7€ e os 12€, sendo que as criações para a infância começam nos 2,50€. 

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