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OKNA: descobrir a Europa de Leste sem sair do Porto

Escrito por
Patrícia Santos
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O número 27 da Rua Igreja de Cedofeita é a casa oficial da OKNA – Espaço Cultural desde 7 de Abril. A associação, que surgiu pelas mãos de um português e um romeno, tem por objectivo trazer a cultura contemporânea da Europa de Leste ao Porto e a Portugal, de acordo com André Lameiras, um dos fundadores da associação.

André contou à Time Out que este espaço cultural nasceu da vontade de continuar um trabalho que os dois fundadores já realizavam de modo informal. O português organizava debates em Timisoara e Bucareste, na Roménia, enquanto Radu Sticlea fazia exposições de fotos que tirou a azulejos do Porto pelo mesmo país.

A juntar a isto estava a forte ligação que ambos possuíam à Europa de Leste. André Lameiras morou dois anos e meio Poznan e Wroclaw, e na Polónia. Juntos viveram em Timisoara e tiveram oportunidade de explorar os países vizinhos.

Quando regressaram ao Porto, em 2016, queriam começar algo do zero, revelou Lameiras. A Novembro desse ano surgiu a PLUS EAST — Associação Cultural, que tem como projecto de maior visibilidade o BEAST — Festival Internacional de Cinema, de regresso à Invicta no final de Setembro.

A escolha da cidade na qual sediar o festival e, mais tarde, a OKNA, não foi difícil, contou André Lameiras. O Porto foi onde conheceu Radu Sticlea “e onde faz sentido ter este projecto”.

Por um lado, a Invicta “sempre foi a cidade do cinema” e cada vez mais o é, acredita o português, com as pessoas “abertas a uma programação cultural diferente, que as divirta, mas também que as informe e faça descobrir algo novo”. Por outro lado, o Porto tem uma comunidade ampla, “muitas vezes invisível”, de pessoas naturais de Leste e que mora, trabalha ou estuda aqui, explicou. A juntar a isto, aqui sente-se uma “diversidade cultural”, com vários “jovens talentos portugueses que precisam de uma plataforma para mostrar o seu trabalho”. A OKNA quer ser essa plataforma.

Ao primeiro domingo de cada mês, a OKNA realiza um book club de livros da Europa de Leste.
©DR

A escolha do nome do espaço cultural não foi tão fácil, porque queriam “encontrar uma palavra que fosse simples, que se relacionasse com o espaço” e com o objectivo da associação.

OKNA acabou por ser a palavra eleita, já que era comum a algumas línguas da Europa de Leste e significa “janela”, que no fundo é o que são: “Uma janela para os países do Leste europeu.” O espaço onde se encontra “tem também uma grande janela para a rua que nos envolve e relaciona directamente com a comunidade”.

Ao objectivo de trazer a cultura contemporânea da Europa de Leste ao Porto e a Portugal juntam-se outros dois: “Servir como plataforma para artistas portugueses darem a conhecer o seu trabalho nestes 21 países que representamos” e “poder fazer este trabalho educativo de troca cultural com crianças".

À Time Out, André Lameiras falou sobre as diferentes actividades que desenvolvem na OKNA. “No último mês tivemos a exposição da Teresa Vieira, um workshop de animação stop motion para crianças e um workshop de fotografia noturna que vai dar uma exposição colectiva", visitável entre 16 e 25 de Maio.

Para Maio têm também planeados ciclos de cinema que começam com As Noites de Filme Romeno (9 e 23 de Maio), duas vezes por mês até ao fim de Julho e de entrada livre.

Outra atividade em carteira é a ArtAmalgam, de 26 de Maio a 5 de Junho, uma mostra de ilustração dos países bálticos.

Ao primeiro domingo de cada mês acontece também um book club de livros da Europa de Leste.

A equipa da associação não se resume aos fundadores. Ana Borges (portuguesa), Mona, Isabela e Alexandru, parte de um projecto de voluntariado Erasmus+, são outros dos nomes que dão vida à OKNA, associação que conta ainda com uma equipa da Polónia e espera ter em breve colaboradores dos três países bálticos.

André Lameiras explica que qualquer pessoa pode integrar a OKNA. “Existe um custo de 20€ por ano (10€ para estudantes), que permite ter descontos nas nossas actividades, no BEAST, em eventos dos nossos parceiros, usufruir do bar e, claro, apoiar a nossa actividade.”

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