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Cafeína

  • Restaurantes
  • Foz
  • preço 3 de 4
  • 4/5 estrelas
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A Time Out diz

4/5 estrelas

Este restaurante de fine dining é bom para duas coisas. Comer comida bonita e bem feita e apreciar quem por lá passa

Uma das coisas que eu e a Rita mais gostamos de fazer é admirar a fauna dos sítios que frequentamos. Não que sejamos um par modelo, bem comportado à mesa, cheio de etiqueta e boas maneiras, digno 
de imitação. Ainda há bem pouco tempo fomos ao Terminal 4450 e ela partiu-se a rir quando me agarrei ao osso do tomahawk que nos serviram, como se fosse um homem das cavernas depois de um extenuante dia de caça. Desmanchou-se a rir. E eu senti que naquela noite a minha meta de a fazer feliz estava cumprida.

Há uns dias fomos jantar ao Cafeína de Vasco Mourão e ficámos a aguardar mesa junto ao balcão onde um casal de meia idade, bem-posto, bebia delicadamente flutes de espumante. Com um ligeiro tom afectado,
 a senhora queixou-se que a bebida tinha “poucas borbulhas” enquanto a chef de sala os encaminhava para a mesa.

A Rita entreolhou-me esboçando um sorriso malandro, para logo depois abafar o riso quando uma outra, a jantar com a filha numa mesa junto à janela, rebentou o colar de pérolas e as contas espalharam-se pelo chão, obrigando uma série de empregados a andar de gatas. Mas vamos ao que interessa.

O Cafeína é um restaurante elegante da Foz, clássico, com toalhas engomadas sobre as mesas e um atendimento atencioso. Pedimos um carpaccio com lascas de foie gras e queijo São Jorge DOP e uma sopa folhada de peixe e açafrão para começar. O carpaccio era banal, além de que tivemos de procurar o paté de fígado por entre a folhagem excessiva de rúcula. Já a sopa estava no ponto. Vistosa, debaixo de uma capa de massa folhada saborosa e amanteigada, ostentava um creme aveludado cheio de mexilhões gordos.

Enquanto não chegavam os pratos principais focámos as atenções no casal brasileiro ao nosso lado. Ele mais velho,
 de fato de três peças, ela bem mais nova ou então com várias cirurgias plásticas em cima. Do outro lado, três empresários gritavam de forma incomodativa as suas conquistas laborais. Ainda a compor a sala, numa mesa redonda celebrava-se uma reunião de família, e noutra um turista (possivelmente holandês) jantava sozinho.

O Chateaubriand veio mal passado a pedido. Estava tenro e saboroso, envolvido no molho Bearnês, feito com manteiga, vinagre e vinho branco. Podia ter vindo um pouco mais cru que não me importava. Ao lado, espargos verdes, cogumelos shiitake e um folhado de batata. Três ingredientes da terra, bem preparados, que ligam na perfeição em qualquer prato. Depois, o clássico tornedó Wellington. Um filé mignon envolvido 
em massa folhada (a mesma que cobria a sopa) e pasta de cogumelos, com um sabor adocicado e agradável, mas que numa porção menor se tornaria menos enjoativa.

A tarte tatin de pêra e canela, a saber a Inverno, com um toffee quente derretido por cima e uma noz de crème fraîche, e um pudim Abade de Priscos com uma bola de sorbet de tangerina ao lado a cortar o doce dos ovos, do açúcar e da banha de porco, completavam
a refeição robusta (toda a carta vai nesse sentido), mas executada na perfeição.

*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.

Escrito por
Ricardo Capitão

Detalhes

Endereço
Rua do Padrão, 100
Porto
4740-057
Preço
Até 40€
Horário
Dom-Qui 12.30-18.00/19.30-00.30; Sex-Sáb 12.30-18.00/19.30-01:30
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