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Champanheria da Baixa Bistrô

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  • preço 3 de 4
  1. Champanheria da Baixa Bistrô - Tartaro
    ©João Saramago
  2. Champanheria da Baixa Bistrô - Carne
    ©João Saramago
  3. Champanheria da Baixa Bistrô
    ©João Saramago
  4. Champanheria da Baixa Bistrô
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A Time Out diz

Napoleão dizia: “Bebo champagne quando ganho, para celebrar, e bebo champagne quando perco, para me consolar”. Se lhe servissem só bebidas, era pessoa para ter gostado da Champanheria da Baixa Bistrô.

O restaurante vem no seguimento do primeiro investimento da Champanheria da Baixa, no Largo Mompilher.
No primeiro bebe-se. No segundo come-se.

Tem uma localização privilegiada, junto ao Mercado do Bolhão – numa zona que se está a renovar – e fica num edifício dos anos 50 com personalidade arquitectónica, o que faz com que tudo pareça bater certo quando aqui se entra. Saltam à vista o bonito balcão redondo com uma árvore no meio (apenas verdadeira no tronco), o ambiente quente criado pelo verde escuro das paredes, as mesas com tampos de mármore, douradas nos rebordos, com individuais a condizer e os vasos suspensos com heras desordenadamente a cair nas enormes janelas. Em suma, um trabalho de decoração bem feito. Tem ainda uma mezzanine no piso superior, com seis mesas, também para eventos privados. No entanto, o espaço em cima tem a desvantagem de ser muito escuro.

Para ser sincero, lembra-me mais uma brasserie do que um bistrô, mas isso não impede que a decoração do espaço seja muito sofisticada e tenha gosto.

Mas quando, numa sala praticamente vazia e com três empregados de serviço, temos
 de os chamar constantemente
se precisamos de alguma coisa, 
só se pode dizer que o serviço é desatento e algo básico. Não há uma simpatia natural de quem nos atende, mas um atendimento algo artificial e forçado.

A ementa dos almoços tem, fundamentalmente, sanduíches e saladas. A dos jantares é curta nas opções. Experimentámos o menu de almoço (13€ sem sobremesa e 15€ com sobremesa), um prato e uma entrada do menu de jantar. Nada de sandes ou saladas, pois queria conhecer a criatividade e mão da cozinha – ou a falta dela, como se veio a verificar.

De entrada um filo com enchidos, que vinha com rebentos de cebola cujo amargor contrastava bem com a doçura que enfeitava o embrulho de filo. No interior, uma massa de enchidos que me pareceu ter alheira e chouriço, algo salgada, mas que cumpria sem exagerados entusiasmos.

A tábua de queijos e enchidos, vinha com brie e mel, orégãos e pimenta rosa, uma rodela generosa de chèvre com orégãos, presunto (pareceu-me Parma), mortadela e chouriço finamente fatiados. Tudo de qualidade razoável e tudo com uma excelente apresentação.

O risoto de bacalhau, unido com manteiga e feito, pareceu-me pelo tamanho do grão, com arborio, estava bem apaladado e no ponto, mas as duas postas de bacalhau que eram da parte baixa do mesmo, estavam palhudas e sem sal nenhum. A partir daqui não há muito mais a dizer.

A lasanha de frango, vinha em lâminas redondas, massa cozinhada no ponto certo, mas mais uma vez o recheio desiludia. Natas, alho francês e o frango a saber muito a frango cozido.
Comeu-se sem grande interesse.

No entrecôte, a carne era boa, não se pode dizer que estivesse mau, mas estava algo desmaiado no aspecto e faltava algum molho de ervas, ou de mostarda, ou simplesmente manteiga ou o original do Le Relais de L ́Entrecôte de Paris (gosto particularmente do da Rua de Saint Benoît junto ao Boulevard de Saint-Germain), para não parecer um simples bife grelhado. Acompanhou com umas fritas caseiras em gomos crocantes por fora e fofas por dentro e molhos regulares, com destaque para o chili com raspas de lima.
 Na sobremesa, servido num copo de Dry Martini, um consistente bolo de chocolate partido em quadrados (dá-me sempre a sensação de estarem a aproveitar o que sobrou) com um molho de caramelo pouco espesso, que é uma ligação clássica com o cacau.

Com 20€ ao almoço e 40€ ao jantar, pela fraca cozinha e serviço, o restaurante é bom para beber sangria de espumante e champanhe. Voltando a Napoleão, vou fazê-lo para me consolar. Para isso, este Bistrô é excelente.

*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.

Escrito por
José Luís Rendeiro

Detalhes

Endereço
Rua Sá da Bandeira, 467
Porto
4000-436
Preço
Até 40€
Horário
Seg-Qua 09.00-00.00, Qui-Sáb 09.00-02.00
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