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Nogueira's Porto

  • Restaurantes
  • Galerias
  • preço 3 de 4
  • 4/5 estrelas
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  1. Nogueira's Porto
    © Marco DuarteNogueira's Porto
  2. Restaurante, Nogueira's Porto, Steakhouse, Carnes
    ©Marco DuarteNo Nogueira's o andar de cima funciona como bar
  3. Nogueira's Porto
    © Marco DuarteNogueira's Porto
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    ©Marco Duarte
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A Time Out diz

4/5 estrelas

As mulheres não têm sempre razão. A Rita, a minha, dona de um nariz empertigado, mas adorável, cheio de sardas, comunicou-me que ia fazer um detox. Assim, consummatum est. Portanto, se eu quisesse comer, eu que cozinhasse, porque dali em diante ela iria beber couves e acelgas através de uma palhinha. Não a tentei demover, obviamente, porque a esta altura do campeonato um homem deve poupar o pouco latim que lhe resta. Mas fiz-lhe saber que achava má ideia, na esperança de sacar de um “eu avisei-te” mais tarde.

Na terça-feira ao fim do dia ligam-me do ginásio. A Rita tinha tido uma quebra de tensão durante uma aula de air fit não sei quê e caíra redonda no chão. Dramática, quando lá cheguei parecia que lhe tinham roubado um rim. “Carne, mulher, uma pessoa precisa de carne”, disse-lhe no carro a caminho de casa. E no Nogueira’s Porto, o restaurante de uma família que começou a vender churrasco na década de 90, havia de sobra.

Trincámos uns pãezinhos brancos, acabados de cozer, mergulhados em azeite da Herdade do Esporão, enquanto escolhíamos da carta. Uns baos recheados com porco desfiado, rúcula, amendoim picado e molho agridoce pareceram-nos ideais para começar (6,90€). Não estavam maus, longe disso, mas faltavam-lhe aquele toque de frescura – da lima ou dos coentros – para os tornar memoráveis. De resto estava lá tudo, da crocância à doçura.

Seguiram-se umas costelinhas cozinhadas a baixa temperatura (10,90€). Uma maravilha. A carne a separar-se do osso,
 a desfazer-se na boca, a fundir-se com um molho guloso, ligeiramente picante e agradável. Tudo empurrado por um Longos Vales Alvarinho fresco, bom para limpar o palato da untuosidade da carne.

Depois, os pratos principais. Primeiro, um filet mignon de 200 g (19€), enrolado em tiras de bacon, e acompanhado por uns palitos de polenta, ensopados em óleo, e um tachinho de legumes assados banais, com beringela, curgete e cenoura.

Ainda que no ponto de cozedura exacto, este corte pecou pela falta de sabor e ficou muito aquém do Black Angus New York steak de 300 g (23€) que se seguiu. Este era uma obra de arte, temperado apenas com sal e pimenta, com uma grossa tira de gordura
no rebordo que, por ter estado em contacto com a grelha, derreteu e fez com que os seus sucos se entranhassem pelos veios da carne, tornando-a tenra, como se a faca deslizasse por entre manteiga, e saborosa, ganhando destaque entre os melhores bifes que já comi na vida. E Rita, tão adepta dos detoxs e que sempre aparava a gordura, comia-o com sofreguidão.

Escusado será dizer que o bolo de chocolate, mal cozido na base, com frutos vermelhos no meio e uma mousse por
cima – uma bomba demasiado pesada e calórica para uma refeição como esta – já não era necessário para subir as tensões à Rita (4,50€). E enquanto ela se lambuzava com o doce, pareceu-me oportuno o glorioso “eu avisei-te”. Ao invés disso, e evitando
um divórcio precoce, preferi dar sumiço à liquidificadora assim que chegámos a casa.

*As críticas da Time Out dizem respeito a uma ou mais visitas feitas pelos críticos da revista, de forma anónima, à data de publicação em papel. Não nos responsabilizamos nem actualizamos informações relativas a alterações de chef, carta ou espaço. Foi assim que aconteceu.

Escrito por
Ricardo Capitão

Detalhes

Endereço
Rua de Ceuta, 23
Porto
4050-191
Preço
Até 40€
Horário
Seg-Qui 12.00- 15.30/ 19.30-23.00, Sex 12.00-15.30/ 19.30-00, Sáb 13.00-15.30/ 19.30-00.00, Dom 13.00-15.30.
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