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Viagens: A SUL, tudo vai bem

Há muita coisa nova (e boa) a aparecer nos Açores. Vai daí, partimos do novíssimo SUL Villas & Suítes e rumámos a São Miguel para perceber o que há de novo na ilha

Escrito por
Nelma Viana
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Só há duas formas possíveis de amar os Açores: muito e muito mais. Não importa o clima esquizofrénico que passa pelas quatro estações do ano no mesmo dia, obrigando a sucessivos “tira casaco, põe casaco”, nem tão pouco a ligeira claustrofobia provocada pela insularidade. Os Açores existem para apaixonar, mas sobretudo para provar que será sempre o oceano a esconder os tesouros mais valiosos. Neste caso, uma caixinha de jóias verde-esmeralda que tem em São Miguel o ponto de partida para ir à descoberta das nove ilhas do Arquipélago.

Trouxe-nos de volta a abertura do SUL Villas & Spa, o primeiro projecto a solo de Rodrigo Herédia, já experiente nas lides da hotelaria desde que em 2017 se juntou a João Reis para dar vida ao White Exclusive Suites & Villas. Podíamos dizer que desde então houve uma transformação radical na vida e dinâmica da povoação, mas a verdade é que não. Está tudo mais ou menos na mesma, e isso só tem sido possível pelo simples facto de os dois projectos de alojamento terem uma existência tão discreta quanto possível – e de a própria freguesia de Lagoa ser muito dona de si e, portanto, relativamente avessa a mudanças bruscas. Conhecida sobretudo pelas festas populares, romarias e turismo de natureza, agora passa também a ser o refúgio para onde fugir quando for preciso recuperar do frenesim das longas caminhadas, dos mergulhos e do sobe-e-desce a que uma visita aos Açores naturalmente obriga. Sem nunca perder pitada do melhor que os Açores têm para oferecer: a paisagem.

No SUL vai encontrar um pequeno paraíso em cima do mar, com 12 suítes independentes distribuídas por dois edifícios imaculadamente brancos e rodeados de canteiros, prado e flores. E algumas vacas, é verdade, que não parecem grandemente importadas com os dois metros quadrados de erva onde têm de se encaixar mesmo à beira da estrada. Estão lá desde manhã cedo e ali ficarão até ao cair da noite. Entretemo-nos a contá-las a partir da piscina exterior infinita, embalados pela moleza de 40 minutos de sol sem interrupções, finalmente. Ali ficamos até sermos empurrados para dentro por uma chuva miudinha que resolve começar a cair. E começa a dança: sai da água, embrulha na toalha, veste casaco e toca a andar dali para fora. “Isto já volta a abrir”, pensamos. Não abre e por isso decidimos serem horas de dar o dia por terminado, cair na cama virada para o mar e aterrar até ao jantar.

Só na manhã seguinte conseguimos perceber mesmo o que é acordar no mar. Da cama, é só o que se vê. A enorme vidraça que acompanha a suíte desde a sala, a casa de banho e o quarto dá acesso a um terraço panorâmico com espreguiçadeiras e jacuzzi, mas resolvemos aproveitar a ausência de nuvens para programar um pequeno-almoço rápido e um mergulho. Mas mais uma vez, não foi o que aconteceu. A descida do lance de degraus que separa a sala de refeições da piscina foi quanto bastou para um dia soalheiro de Verão se transformar num lindo dia de Inverno. A mudança de planos calhou bem, mesmo a tempo de apanharmos o início de uma aula de yoga na pérgula do jardim. No fim, mais uma volta pelo buffet de pequeno-almoço para um reforço de energia antes de seguir caminho.

O SUL, pensado para ser uma casa fora de casa, rejeita a velha (e desnecessária) tradição de limitar a primeira refeição do dia a horários totalmente insanos para quem está de férias. Não, não queremos ter de acordar a tempo do pequeno-almoço e, sim, fazemos questão de tomá-lo todos os dias. Se der para não limitar horários, tanto melhor. Aqui, pelo menos até às 12.30 a mesa fica posta.

Depois disso, as refeições têm de se fazer fora do hotel. Não tem restaurante e embora esteja para breve o serviço de snacks e refeições ligeiras na piscina, estando nos Açores seria um crime não investir algum tempo e dinheiro num belo naco de vaca ou nuns petiscos de marisco fresco.

No regresso a casa, perdão, ao hotel, passe pelas mãos abençoadas do terapeuta do spa e entregue-se a uma massagem com óleos essenciais feitos na ilha a partir de espécies autóctones de plantas, sobretudo a criptoméria, também conhecida como a “árvore de natal japonesa”. Se ainda tiver coragem, logo ao lado há um pequeno circuito de fitness para cumprir e sauna e banho turco para limpar e purificar.

Sem data anunciada, Rodrigo Herédia deixa escapar a ideia de um restaurante exclusivo para hóspedes, o possível aumento do número de suítes e mais actividades de promoção do património local. Até lá, vale a pena descer o monte até às piscinas naturais de Lagoa e a troco de 2,50€ serpentear entre as rochas e mergulhar nas águas cristalinas que banham a freguesia. Parece um cenário tirado de um filme, e é seguramente a coisa mais gira que tem para fazer a uma curta distância a pé.

Rua Dr. Filomeno da Câmara, 42, Lagoa, São Miguel. 29 624 7630. Desde 160€ com pequeno-almoço incluído.

Novidades que podem valer uma visita, uma estadia ou uma viagem

Terra Verde Tea House
© DR

Terra Verde Tea House

Sabia que o chá verde dos Açores tem um aroma adocicado e uma enzima que actua contra a doença de Alzheimer, enquanto a mesma variedade com origem no Japão é mais associada ao cheiro a peixe? Esta é uma das curiosidades que vai aprender na Terra Verde, mesmo no centro de Ponta Delgada, um “lugar para estar” que quer dar a conhecer os produtores de chá locais e as marcas mais conceituadas importadas do estrangeiro. Abriu em Novembro do ano passado e entretanto alargou o serviço de chá – com direito a scones, bolachas de matcha e biscoitos de chá preto – a refeições ligeiras e brunch ao fim-de-semana (12€).

Rua Dr. Francisco Machado Faria e Maia, 16, Ponta Delgada.

Õtaka
© DR

Õtaka

Não há dúvidas de que se come muito bem em São Miguel, mas se até agora a oferta estava mais virada para a cozinha tradicional, José Pereira rompeu com o costume e abriu há seis meses o Õtaka o primeiro restaurante de fusão na ilha. Assumidamente nikkei, num cruzamento entre as cozinhas japonesa e peruana, começa por entreter quem chega com umas tacinhas de edamame crocante, acompanhado de licor yuzu. Enquanto isso, escolhe-se o que virá a seguir: prefere alinhar num menu de degustação ou em pratos individuais? A primeira opção oferece três variedades, com sete, oito ou dez momentos. No menu Õtaka (25€/ pessoa), encontra os dois pratos mais memoráveis: o sashimi de peixe branco (pergunte pelo peixe do dia e opte sempre pelas espécies locais) com miso e yuzu e o bife do lombo fatiado com legumes e cogumelos, creme de batata doce e molho teriaky e trufa.

Rua Hintze Robeiro, 5-11, Ponta Delgada. 91 931 2080.

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