Cansado de ler sozinho? Descubra estes clubes de leitura no Porto

No início do Verão de 2024, um TikTok mudou tudo para Cristiana Rodrigues. “Meninas do Porto, quem quer criar um clube de leitura para fazer piqueniques e discutir livros feministas?”, perguntou a jovem no seu perfil pessoal. Horas depois as suas mensagens privadas estavam cheias de pessoas interessadas, desejosas de discutir livros em grupo. Hoje em dia, já são mais de 300 na comunidade do WhatsApp e cerca de 30 nos encontros mensais, que decorrem em variados cafés, livrarias e jardins do Porto. Os livros são votados democraticamente pela totalidade do grupo no mês anterior e abordam sempre questões sociais ou políticas, como a desigualdade de classes, o sexismo e o racismo.

Ao longo do primeiro semestre do ano, os finais de tarde de quinta-feira no Batalha ganham outra vida. Quinzenalmente ou de três em três semanas, o clube de leitura do histórico cinema junta-se para discutir obras relacionadas com a programação em curso, seleccionadas pelas orientadoras Teresa Coutinho e Gisela Casimiro. Se quiser fazer parte da próxima edição, esteja atento ao website do Batalha: as inscrições abrem, normalmente, em Dezembro.

“Bem-vindo à happy hour dos introvertidos” é a saudação oficial do Silent Book Club, um projecto de leitura presente em mais de 1500 cidades por todo o mundo e, desde 2024, também no Porto. Aqui, não há leituras obrigatórias, nem sequer recomendadas. Cada um traz o seu próprio livro e, durante 60 minutos, nem um pio - apenas leitura concentrada e ininterrupta. As sessões mensais acontecem, habitualmente, em cafés, livrarias ou bibliotecas e a participação em cada uma está sujeita a inscrição (e vaga, já que os lugares esgotam rápido).

Feito por mulheres e para mulheres, este projecto começou no Brasil, em 2015, e chegou ao Porto em 2021. O objectivo é simples e claro: incentivar a leitura de autoras femininas, em toda a sua diversidade – seja de género literário, nacionalidade ou orientação sexual –, e discutir a sua obra de uma maneira relaxada e amigável. Os encontros acontecem sempre no último sábado de cada mês, geralmente na livraria Poetria ou na galeria/bar Espiga. Não é necessária inscrição, basta aparecer.

Em 2022, a norte-americana Rose Larrivee mudou-se para Portugal e, dois anos depois, estava a concretizar um sonho: abrir a sua própria livraria, a Rosebud Bookshop. No seu recatado lar, em Cedofeita, encontra apenas livros em inglês, desde os clássicos às tendências do online. Com a ajuda de convidados, na sua maioria portugueses, a livraria acolhe não só um, mas quatro clubes de leitura, também em inglês: um feminista, um de literatura portuguesa e dois mais gerais, de ficção e não-ficção, quase todos com frequência mensal. Como o espaço é pequeno, as vagas são bastante limitadas.

Existe desde 2007 e conta com mais de 150 livros lidos na sua história. As sessões da Comunidade de Leitores da Biblioteca Municipal da Maia, dinamizadas pelo professor Jorge Silva, são abertas a toda a comunidade e o interesse nelas é tanto que o clube acontece agora bimensalmente, mas em torno do mesmo livro: uma das sessões é quinta-feira à tarde e a outra sexta-feira à noite, de três em três semanas. Os livros escolhidos são bastante diversos, mas com uma queda natural para a língua portuguesa.

Ao invés de livros completos, no clube de leitura da Biblioteca Municipal Almeida Garrett lêem-se contos de grandes autores, como Fernando Pessoa, Claire Keegan, Luísa Costa Gomes e Franz Kafka. Mediante inscrição, que é obrigatória, o leitor receberá o conto a ser discutido no seu email. As sessões são quinzenais e acontecem, normalmente, à quinta ou sexta-feira, entre as 18.30 e as 19.30. São inteiramente gratuitas, até aos materiais.