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Arte Nova Jewellery
© DR Arte Nova Jewellery

Arte Nova Jewellery: a nova loja do Porto onde a joalharia portuguesa é a protagonista

A marca de joalharia portuense, fundada em 2019, abriu o primeiro espaço na Baixa.

Escrito por
Margarida Ribeiro
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Com uma herança rica em conhecimentos sobre o mundo da joalharia, Carlos Barbosa decidiu juntar-se à namorada Maria Dias, em 2019, para criar a Arte Nova Jewellery. Agora, dois anos depois, abriram o primeiro espaço: uma pequena loja de rua, em plena Baixa do Porto.  

A história desta marca começa em 1956, altura em que o avô de Carlos, aproveitando a experiência que já tinha na área da ourivesaria – entre as décadas de 1930-40 trabalhou numa serralharia que fazia máquinas para esta indústria –, abriu a sua própria fábrica dedicada à produção de ouro e prata, em Gondomar.

A paixão passou de geração em geração e cativou quase toda a família: "O meu avô teve sete filhos e todos eles trabalham no mesmo ramo, os irmãos do meu pai são todos clientes e concorrentes uns dos outros". No entanto, "damo-nos todos muito bem uns com os outros", explica. Carlos também não ficou indiferente e trabalha hoje em dia a tempo inteiro na fábrica. 

Gosta tanto do ofício, que tenta "passar a paixão disto a toda a gente" que esteja à sua volta. Foi o que aconteceu com a namorada, Maria, o que acabou por resultar na criação da Arte Nova Jewellery, que nasceu como uma forma de criar artigos para um público entre os 20 e os 45 anos, que consideravam ter falta de oferta. 

A missão é dar uma alternativa às ourivesarias tradicionais que, segundo Carlos, "não podem viver só do artigo clássico". Então, o catálogo da marca é composto por peças que conjugam linhas jovens, irreverentes, minimalistas e, ao mesmo tempo, "cheias de detalhes" que, tal como o seu ofício, podem e devem passar entre gerações. 

Outro aspecto em que se quiserem focar foi no atendimento e, especialmente, no pós-compra, por isso dão garantia vitalícia a todas as jóias, para dar segurança ao cliente e garantir que não estão a "comprar uma peça que amanhã podem deitar fora". "O nosso artigo não é caro, e embora não seja alta joalharia, considero que uma peça de prata ou de ouro é sempre uma obra de arte que deve ser estimada uma vida inteira." 

Inicialmente, faziam mercados em diferentes cidades do país, incluindo Braga, Porto e Lisboa, depois criaram redes sociais e loja online, mas sempre quiseram ter a sua própria loja. A covid-19 atrasou-lhes os planos, mas como estar parados não era opção, começaram por vender as suas criações em diferentes lojas multimarca em Portugal. Depois, decidiram conquistar o mercado internacional e, neste momento, têm parcerias com espaços em Londres, Dubai e até Taiwan.

Arte Nova Jewellery
© DRA loja foi decorada em tons de verde e castanho

Apesar de adiado, o projecto não foi esquecido e conseguiram finalmente, em Novembro deste ano, abrir as portas da sua própria loja, em plena Baixa do Porto, a poucos metros da Avenida dos Aliados. Para Carlos, era algo muito importante para a marca, porque jóias "são daquelas peças que as pessoas têm de experimentar, sentir, usar e ver". "Nada substitui a experiência que uma pessoa tem ao entrar numa loja e fazer uma compra física", acrescenta. 

Ficar no centro da cidade foi sempre o objectivo, por ser um local onde é forte a aposta em comércio de rua. Ocuparam um espaço pequeno, com 43 metros quadrados, que Carlos descreve como perfeito para uma marca de joalharia. Foi decorado em tons de verde e castanho chocolate, com papel de parede que simula vegetação, e até foram instaladas três árvores no interior da loja. São características que reflectem temáticas muitas vezes utilizadas nas colecções e peças da Arte Nova Jewellery, nomeadamente a natureza, que resulta na aplicação de elementos como flores, borboletas e abelhas, entre outros animais. 

A criação de novas colecções é uma tarefa totalmente da responsabilidade de Carlos e Maria. Juntos, tomam todas as decisões, e a produção acontece, claro, na fábrica da família. Fazem colares, anéis e pulseiras, mas o principal foco são os brincos muito pequenos, "mas cheios de trabalho e detalhe". Os preços podem ir dos 18 aos 415, dependendo dos materiais utilizados em cada peça. 

Todas as jóias são feitas com materiais como ouro e prata. Muitas vezes são aplicadas pedras como zircónias, madrepérola, pedras naturais e pérolas – provenientes de ostras cultivadas em ambiente controlado, contrariando a necessidade de pesca excessiva. A isto junta-se o esmalte, "muito utilizado na ourivesaria portuguesa", que serve para dar cor a algumas peças, quando necessário. 

Rua Dr. Ricardo Jorge, 110 (Baixa). Seg-Sáb 10.00-14.00; 15.00-19.00. 

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