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Diga 33… anos de curtas em Vila do Conde

Whit Stillman, Mahdi Fleifel, Maureen Fazendeiro e Maryam Tafakory são os cineastas em realce na 33.ª edição do Curtas Vila do Conde, que vai mostrar mais de 250 filmes e decorre entre 12 e 20 de Julho.

Escrito por
Eurico de Barros
‘To a Land Unknown’, de Mahdi Fleifel
DR | ‘To a Land Unknown’, de Mahdi Fleifel
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Nome destacado e singular do cinema independente norte-americano na década de 90, e ligado a Nova Iorque, Whit Stillman, autor de fitas como Metropolitan (1990), Barcelona (1994) ou The Last Days of Disco (1998), vai ser um dos convidados da edição deste ano do Curtas Vila do Conde (12 a 20 de Julho), na secção In Focus. Stillman trará cinco dos seus filmes e participará, a 18 de Julho, numa conversa moderada por Daniel Ribas, que concluirá com um filme-surpresa; e no dia 17, na sessão Making Low Budget Films, o cineasta irá conversar com jovens realizadores presentes no festival que procuram produzir longas-metragens de baixo orçamento, dando como exemplo não só casos anteriores de sucesso rodados por  nomes como Lena Dunham, Spike Lee ou Lloyd Kaufman, como também filmes seus feitos com orçamentos curtos, caso de Metropolitan e Damsels in Distress.

A secção In Focus da 33.ª edição do Curtas Vila do Conde irá ainda acolher o realizador palestiniano Mahdi Fleifel, do qual o Festival de Cannes exibiu To a Land Unknown (2024). Este será, em estreia portuguesa, um dos filmes de Fleifel a ver em Vila do Conde, mais nove curtas-metragens suas. Haverá, a 19 de Julho, uma conversa com Mahdi Fleifel, moderada por Ricardo Alexandre, em que serão exibidas as curtas 20 Handshakes for Peace (2014) e I Signed the Petition (2018). Já a secção New Voices será dedicada a Maureen Fazendeiro, francesa radicada em Portugal. O Curtas estreará a sua nova curta-metragem, Les Habitants, e passará, além de Os Diários de Otsoga (2021), que Fazendeiro assinou com Miguel Gomes, as suas duas curtas anteriores, Motu Maeva (2014) e Sol Negro (2019). No dia 13 de Julho, a realizadora conversará com Paulo Cunha, numa sessão completada por um programa de filmes.

O Curtas Vila do Conde deste ano exibe mais de 250 filmes, “entre competição, revisitação de últimas obras de cineastas consagrados, cineastas emergentes e filmes-concertos”, como explicitou a organização do festival numa nota de imprensa. E por falar em competição, na Nacional há 16 títulos, alguns dos quais assinados por nomes já sobejamente conhecidos do público, como Gabriel Abrantes, Sofia Bost, Gonçalo Almeida ou Inês Oliveira. Quanto à Competição Internacional, inclui mais de 40 filmes. São outros tantos olhares sobre o mundo, e o estado em que ele está, onde avultam obras como Se Posso Permettermi Capitolo II, de Marco Bellochio, Paleontology Lesson, de Sergei Loznitsa, What Mary Didn’t Know, de Konstantina Kotzamani (realizadora já premiada no Curtas), No Skate, de Guil Sela, Dzels, de Vitaly Manski, Being John Smith, de John Smith, ou ainda Sulaimani, de Vinnie Ann Bose.

‘Barcelona’, de Whit Stillman
DR‘Barcelona’, de Whit Stillman

Continuam as secções Experimental, Take One!, Curtinhas e My Generation, bem como a Competição de Vídeos Musicais. Na Stereo, haverá este ano, além de documentários musicais, cine-concertos de Lee Ranaldo, com o filme Quick Billie, de Bruce Baillie (1970), Felicia Atkinson, para o clássico de terror Olhos Sem Rosto, de Georges Franju (1960), e John Carroll Kirby, musicando uma obra inédita encomendada à artista visual Nika Milano, Traces. Na Solar – Galeria de Arte Cinemática, o festival apresenta “Which Pain Does Cinema Cure?”, uma exposição da cineasta, artista e activista iraniana Maryam Tafakory, com “projectos fílmicos, performativos e de vídeo, com uma base documental”, que reflectem sobre “aquilo e aqueles que são negligenciados e apagados da História”, completada com um programa de filmes seleccionados por aquela, todos de alguma forma relacionados com a censura – e não apenas no Irão –, e por actividades paralelas. 

Já a secção Cinema Revisitado homenageia o recentemente desaparecido David Lynch com a exibição de “Got a Light?”, o oitavo episódio da mais recente temporada de Twin Peaks; exibe os últimos filmes – todos eles, curiosamente, curtas-metragens – de realizadores como Douglas Sirk, Michael Powell, Manoel de Oliveira, Jean-Luc Godard, Roberto Rossellini, António Campos, Buster Keaton ou Jacques Tati; e assinala os 25 anos do aparecimento da chamada “Geração Curtas” portuguesa, a que está intimamente ligado o Curtas Vila do Conde, mostrando quatro fitas de outros tantos realizadores que a integraram e representaram: Miguel Seabra Lopes, João Carrilho, Ivo Ferreira e Jeanne Waltz. O festival completa-se com as Sessões Especiais, o Prémio do Público Europeu, o programa European Film Academy, o Curtas Pro e várias actividades paralelas.

O programa pode ser consultado em detalhe no site do Curtas Vila do Conde.

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