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De 5 a 14 de Junho, Guimarães acolhe a 37.ª edição dos Festivais Gil Vicente. Aos espectáculos de Marco Paiva, Ary Zara e Gaya de Medeiros, e Pedro Gil, juntam-se debates e oficinas, sempre virados para várias áreas do teatro.
Se Não For Tu, encenado pela artista brasileira Era Rolim e um dos projectos vencedores da 3.ª edição do Projecto CASA (iniciativa conjunta de A Oficina, O Espaço do Tempo e do Cineteatro Louletano), é o espectáculo que abre os Festivais Gil Vicente, a 5 de Junho. Entre o teatro e o cinema, a obra segue a jornada de Sueli, que perdeu os pais num acidente de carro e, agora, está decidida a entender o que aconteceu nos 30 segundos que antecederam a sua morte. Vai ser apresentada no CIAJG (Centro Internacional das Artes José de Guimarães).
No dia 6, no CCVF – Centro Cultural Vila Flor, Ary Zara e Gaya de Medeiros estreiam Corre, bebé!, criação com a qual a dupla venceu a 7.ª edição da Bolsa Amélia Rey Colaço, atribuída pelo Teatro Nacional D. Maria II, A Oficina, O Espaço do Tempo e o Teatro Viriato. É protagonizada por um casal trans e centra-se na possibilidade ou não de gerar bebés num cenário pós-apocalíptico, bem como nos conflitos e desejos da parentalidade. Entre 20 e 29 de Junho, apresenta-se em Lisboa, na Sala Estúdio Valentim de Barros.
A 7 de Junho, depois de se estrear no CCB em Março, Enciclopédia da Vida Sexual, que conta com texto e encenação de Pedro Gil, apresenta-se também no CCVF. Não sabemos muito sobre o espectáculo, apenas o que lemos na sinopse acerca de uma mulher que parece ter-se apaixonado por um homem monogâmico, mesmo depois de ter prometido a si mesma que não o faria de novo.

Na semana seguinte, é a vez de Pedro Nunes e Isabel Passarito darem a conhecer Matriarca '74 que, tendo um carácter tanto ficcional como autobiográfico, reflecte sobre o feminismo e a Revolução através de uma conversa entre uma avó e um neto. Para ver dia 12 no CIAJG. A 13, novamente no CCVF, Viagem a Lisboa é apresentado por Joana Cotrim e Rita Morais. É um espectáculo-concerto que parte de um texto original de Isabela Figueiredo, em diálogo com o álbum Diz À Mãe Que Está Tudo Bem, de Silk Nobre, e que aborda temas como o colonialismo, racismo e a experiência dos retornados da Guerra Colonial através de um contexto familiar.
O último dia é reservado a Ricardo III, de Marco Paiva, peça inspirada na obra de Shakespeare, em que a não-normatividade física toma conta do plano central, tornando este espaço mais diverso. É interpretado em Língua Gestual Portuguesa e Língua de Signos Espanhola e legendado em português. Também é apresentada no CCVF e, no final, o criador protagoniza uma conversa com o público, tal como acontece com Corre, bebé!, Enciclopédia da Vida Sexual e Viagem a Lisboa.
Durante o festival, acontecem ainda oficinas, masterclasses e debates, que contam com a participação de encenadores, actores e dramaturgos como Mário Coelho, Guilherme Gomes, Inês Barahona e Mafalda Banquart. E, ao longo das duas semanas, a iniciativa Hipertexto procura colocar 12 artistas a dialogar entre si a partir de um espectáculo que tenham visto no festival.
Vários locais (Guimarães). 5-14 Jun. Vários horários. Vários preços
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