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Em noite de Dia das Bruxas, seis sítios de arrepiar no Porto e arredores

Sanatórios, palacetes abandonados, casas macabras e teatros incendiados são alguns dos locais com histórias e lendas de assombrações, aparições e bruxedos.

Escrito por
Mariana Morais Pinheiro
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Sanatório de Mont’Alto na Serra do Valongo
A palavra sanatório nunca foi um bom auspício. Activo entre 1958 e 1975, este edifício onde se tratavam doentes com tuberculose tinha apenas 50 camas quando abriu as portas, mas consta que chegou a acolher 350 pacientes em simultâneo. Há histórias de negligência e maus-tratos documentadas, e muitas delas terminaram em mortes terríveis, segundo alguns pacientes que lá estiveram internados. Depois da denúncia dos abusos, o sanatório foi deixado ao abandono. Foi pilhado, vandalizado, serviu de lugar para a prática de rituais satânicos e incendiado várias vezes. Conta-se por portas travessas que os espíritos dos doentes tuberculosos ainda deambulam pelos corredores e assombram quem lá entra.
Monte de Santa Justa (Valongo).

Sanatório de Mont’Alto em Valongo
© Humberto SantosSanatório de Mont’Alto em Valongo

Palacete de Marques Gomes em Vila Nova de Gaia
Não há lista de lugares assombrados em que este palacete não figure. Manuel Marques Gomes foi um empresário português que fez fortuna no Brasil no início do século XX. Quando regressou, mandou construir um bonito casarão à beira do Douro. Mas os filhos — que eram 13 — desentenderam-se durante o processo de partilhas da herança e rapidamente o palácio caiu em ruínas, e a vegetação exótica tomou conta do edifício que entretanto foi pilhado e incendiado. A parte mais assustadora ainda está para vir. Em Histórias de um Portugal Assombrado, Vanessa Fidalgo, faz o seguinte relato:

“‘Saiam daqui, vão-se embora!’ – vociferou uma voz metálica e grotesca assim que os elementos da equipa de investigação de fenómenos paranormais Team Anormal passaram um registo de EVP pelo software de limpeza de ruídos. A gravação fora feita poucas horas antes, no interior do Palacete de Marques Gomes, uma antiga mansão abandonada e prostrada aos pés do rio Douro, na margem de Vila Nova de Gaia [...] era a prova de que ‘as almas do outro mundo existem e andam por aí!’"

Rua Manuel Marques Gomes, 868 (Vila Nova de Gaia)

Palacete de Marques Gomes, em Gaia
©DR

Teatro Baquet no Porto
O Baquet foi palco de um dos espectáculos mais horripilantes a que a Invicta assistiu. Mandado construir pelo alfaiate portuense António Pereira Baquet na antiga Rua de Santo António, hoje Rua 31 de Janeiro, esta sala de espectáculos, uma das mais bonitas da cidade, foi inaugurada com um baile de Carnaval a 13 de Fevereiro de 1859. A 21 de Março de 1888 deu-se a tragédia: o edifício foi consumido por um incêndio que matou mais de uma centena de pessoas. Segundo a imprensa da época, a origem do fogo esteve numa gambiarra (extensão eléctrica com lâmpadas) que incendiou o pano de boca e o palco, propagando-se depois para a sala. O pânico instalou-se e foram muitos os que não conseguiram chegar às portas de saída. Contou-se, durante muito tempo, que ainda era possível ouvir pancadas nas portas e camarins que se abriam sozinhos.

Teatro Baquet
© Francisco Pastor MuntóTeatro Baquet

Casa do Relógio de Sol no Porto
Situada na Foz do Douro, esta casa, também conhecida como Casa Manuelina, foi construída no início do século XX para ser local de férias do capitão de artilharia Artur Jorge Guimarães, que por aqui passou com a mulher Beatriz e os filhos. Após a morte dos pais, os filhos entraram em conflito por causa da herança, o edifício ficou ao abandono, e depois do 25 de Abril acabou ocupada por um sapateiro que a despojou de todo o seu recheio. A casa de quatro andares, decorada com motivos dos "Descobrimentos", como cordas, esferas armilares, azulejos e o relógio de sol que lhe deu nome, está hoje em completa ruína. A ocupação por toxicodependentes ajudou à degradação. E são muitos os que alegam que está assombrada, porque os fantasmas aparecem sempre que há assuntos mal resolvidos.
Avenida do Brasil 772, Porto.

Casa do Relógio de Sol, na Foz
©DR

Casa do Diabo em Felgueiras
É difícil perceber onde acabam os factos e começa a lenda, mas há uma casa em Felgueiras que arrepia quem perto dela passa. Segundo se conta, viveu lá um casal de agricultores que assistiu a uma série de fenómenos sobrenaturais, como objectos que voavam e móveis que se arrastavam sozinhos. O mais estranho de todos foi quando a mulher que havia deixado uns panos bordados e passados a ferro numa divisão desta casa, hoje em ruínas, os encontrou, no dia seguinte, remexidos e cobertos de urina. E isto, caros leitores, só pode ter sido obra de Satanás.

Casa do Diabo, em Felgueiras

Quinta da Juncosa em Penafiel
Esta é certamente uma das histórias mais macabras do universo paranormal português. Em tempos, viveram nesta propriedade D. Luís de Lencastre Carneiro de Vasconcelos, Barão de Lages e a mulher, Inês. O barão era ciumento e possessivo e, desconfiado da fidelidade de Inês, atou-a a um cavalo e arrastou-a pela quinta até ela morrer. Apercebendo-se, depois, da monstruosidade que tinha cometido, matou os filhos e suicidou-se. Mas o seu espírito ficou para sempre a deambular pela quinta. Há rumores sobre avistamentos dos espectros do casal, passos de cavalo e gritos de pedidos de ajuda.
Rio de Moinhos (Penafiel)

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