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Pelos corredores do Sea Life Porto continua a ecoar o som das crianças e famílias que por aqui exploram o maravilhoso mundo das criaturas marinhas. Foi também com várias novidades que o maior aquário do norte do país assinalou os seus 16 anos de vida: o espaço ganhou uma sala imersiva, passou a ter um novo habitante e viu nascer dois pinguins. “Foi um momento muito importante para nós”, descreve Rui Ferreira, director-geral do Sea Life Porto, enquanto nos convida a conhecer as novidades.
Percorrendo mais de 2000 metros quadrados de área interior, viajamos pelas várias salas existentes – umas contam a história das espécies que aqui habitam, outras alertam para o impacto da poluição e das alterações climáticas na vida dos oceanos e outras falam sobre a história do grupo Sea Life, com os projectos de reprodução e os animais resgatados ao longo do tempo. Aqui vivem mais de 3000 espécies marinhas, incluindo o peixe-palhaço, o dragão-marinho, o tubarão-de-pontas-negras, os cavalos marinhos, a famosa tartaruga Mariza e ainda a castiça e divertida família de pinguins.
Foi no piso superior que nasceu a sala “Um Mergulho no Resto do Oceano", um espaço renovado, onde, através de ecrãs que ocupam a dimensão das paredes, é possível viajar de uma forma imersiva pela vastidão dos oceanos e observar as imponentes criaturas que habitam o mar em liberdade e que não estão presentes no Sea Life Porto. Porque vivem em profundidades abissais ou porque têm comportamentos migratórios e sociais muito complexos e que só podem ser contemplados nos seus habitats naturais, como é o caso das orcas, dos cachalotes, dos golfinhos ou das belugas.

“Quisemos ir além daquilo que está ao alcance dos nossos olhos. Quisemos mostrar o porquê de certas criaturas marinhas estarem presentes nos aquários, de uma forma pedagógica e educativa, para sensibilizar para a importância da preservação das espécies. Ao mesmo tempo, também compreendemos que há um fascínio muito grande por outro tipo de criaturas que não podem estar em cativeiro e que contribuem para todo o equilíbrio do ecossistema marinho”, explica o responsável, acrescentando que, com esta sala, o próprio Sea Life Porto mostra que a preocupação com os oceanos vai além do mar que tem à frente.
A chegada do tubarão-zebra e o nascimento de dois pinguins
Outra das grandes novidades deste ano foi a chegada de um novo habitante ao Sea Life Porto: o tubarão-zebra macho, vindo directamente de Blankenberge, na Bélgica, criado através de programas internos de reprodução e conservação da espécie, cuja sobrevivência se encontra ameaçada na natureza. “Felizmente, temos as medidas e as dimensões necessárias e acolhemos este novo habitante, que é muito bonito, que nada em todas as áreas do aquário e que cria uma visão nova para os visitantes”, acrescenta Rui Ferreira.

À chegada do tubarão-zebra juntou-se outro momento importante: o nascimento, pela primeira vez na cidade do Porto, de dois Pinguins-de-Humboldt, depois de estarem reunidas todas as condições do seu habitat natural. As duas crias juntaram-se, assim, à família de sete pinguins que habitam a zona exterior do Sea Life desde 2019 e têm feito as delícias de muitas crianças e famílias. Ao mesmo tempo, servem para alertar para os perigos que estas espécies têm enfrentado, como a redução de alimento face à sobrepesca ou a poluição que reduziu a capacidade de procura de alimento nas águas.
“Foi a primeira vez que tivemos pinguins a nascer na cidade do Porto e isso é muito importante, porque a espécie do Pinguim-de-Humboldt está ameaçada. Este momento demonstra que o bem-estar e o habitat que criamos para os pinguins é o correcto e é saudável, porque eles conseguem reproduzir-se. Vamos cuidar deles e esperar que sejam muito felizes, porque, efectivamente, esta é uma criatura que todas as pessoas gostam e isso ajuda-nos a passar a nossa mensagem”, acrescenta o responsável.

O papel de educar e sensibilizar “de uma forma fácil e leve”
Foi a 15 de Junho de 2009 que o Sea Life Porto abriu as portas pela primeira vez. Desde esse momento, refere Rui Ferreira, o maior aquário do norte do país tornou-se num ex-líbris da cultura na cidade, que já recebeu quase quatro milhões de visitantes, oriundos de vários cantos do mundo. Ainda assim, quem mais o visita são famílias portuguesas e escolas. O objectivo do projecto mantém-se, desde o início: o de educar e sensibilizar os visitantes para a importância dos oceanos e das criaturas marinhas, fazendo-o “de uma forma divertida, para que essa educação seja fácil e leve”, com vários espaços (incluindo 33 aquários), actividades e ainda um túnel subaquático, o primeiro do país e que atravessa mais de 500 mil litros de água.
Com 16 anos de vida já assinalados, há ainda mais objectivos para o Sea Life Porto, nomeadamente a preocupação crescente com o impacto das alterações climáticas e como fazer chegar esse tema aos seus visitantes. “Este ano achamos que tínhamos que assumir um papel ainda mais focado na educação do ambiente, dos oceanos e das estruturas marinhas. O tema da emergência climática está cada vez mais forte e tem que entrar na agenda política com o mesmo grau de atenção em diferentes geografias do planeta”, sublinha Rui Ferreira.

A responsabilidade é maior por já terem um papel consolidado na cidade e no país? "Temos, obviamente, um sentido de responsabilidade maior. Fomos desenvolvendo uma exposição com mais conteúdo educativo, abrimos o parque exterior para permitir criar o habitat dos pinguins, por exemplo, e também para podermos falar sobre criaturas que despertavam muito interesse nas pessoas e que não existiam aqui", exemplifica o director.
No futuro, a prioridade passa por “manter a estratégia de educar, inspirar e proteger”, bem como assumir um papel cada vez mais relevante na transição energética, com novas maneiras de tornar o espaço ainda mais sustentável. “Olhamos para o futuro de uma forma também responsável, mas esperançosa de que vamos conseguir contribuir para que o planeta seja mais sustentável, mais duradouro e que os oceanos mantenham a sua importância fundamental”, sustenta.
Um programa de Verão dedicado aos pinguins
Além das novidades que vieram para ficar, o Sea Life Porto tem também um programa de Verão recheado de actividades para as famílias. O foco vai estar na conservação dos Pinguins-de-Humboldt, com um barco insuflável de piratas, um quizz interactivo e oficinas criativas para sensibilizar os mais novos para a conservação desta espécie vulnerável.
As actividades realizam-se diariamente e incluem um quizz interactivo ao ar livre, com perguntas relacionadas com os pinguins, a sua alimentação, os seus habitats e as ameaças ambientais que enfrentam. Caso os mais novos consigam acertar nas respostas, têm acesso a um barco pirata insuflável – disponível até ao dia 10 de Agosto, das 11.00 às 18.00 – onde se podem divertir. Já entre os dias 11 e 17 de Agosto, das 14.00 às 18.00, estão agendadas oficinas de origami com pais e filhos. As iniciativas estão incluídas no bilhete de entrada do aquário.
1ª Rua Particular, Via do Castelo do Queijo (Porto). Seg-Dom 10.00-19.00. 18,50€ (bilhete clássico para adulto)
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