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FEST traz uma semana de cinema a Espinho, Porto e Lisboa

O FEST — Novos Realizadores, Novo Cinema está de regresso, ajustado aos novos tempos de distanciamento social.

Escrito por
Maria Monteiro
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Todos os Verões, cinéfilos e profissionais do cinema rumam a Espinho para assistir ao que de melhor se faz na sétima arte dentro e fora do país. Este ano, o FEST — Novos Realizadores, Novo Cinema regressa entre 2 e 9 de Agosto, ajustado aos novos tempos de distanciamento social. Sob o tema “As close as far away can be”, estreia o formato drive-in na sua cidade natal e estende-se, pela primeira vez, a Porto e Lisboa, no Cinema Trindade e na Casa Comum da Reitoria da Universidade do Porto e no Cinema Ideal, respectivamente.

“Tendo em conta a limitação que vai haver inevitavelmente dentro das salas, achámos que era o momento ideal para expandir [o festival], não só para chegar a uma maior audiência, mas para garantir que os filmes em competição têm espaço para crescer”, justifica Fernando Vasquez. O director de programação refere que “a pandemia trouxe uma série de desafios a um evento que se quer físico, mas também oportunidades”.

Exemplo disso é a criação da sala drive-in, concretização de uma vontade antiga da organização. A par do Auditório da Junta de Freguesia, esta será a casa do FEST na cidade que o viu nascer durante uma semana. O programa do drive-in vai ter duas sessões por noite, cujos filmes serão projectados numa tela de 15x7 metros. 

O “grande investimento em infraestruturas e equipamentos” vai permitir ao público ver os filmes sem ter sequer de abrir as janelas dos carros, uma vez que “o sinal de áudio será enviado por ondas de rádio”. As noites de drive-in dividem-se entre a comédia e o cinema de género. “Vamos exibir algumas das comédias europeias que tiveram mais impacto nos últimos anos”, nota Fernando Vasquez, e dá como exemplos Força Maior (2014), do sueco Ruben Ostlünd, ou Uma Mulher em Guerra (2018), do islandês Benedikt Erlingsson.

As sessões da meia-noite vão ser dedicadas ao “cinema de terror e do fantástico, que sempre esteve ligado à lógica do drive-in”. Destacam-se, entre outros, The Incredible Shrinking Wknd (2019), do espanhol Jon Mikel Caballero, Vendeta (2017), da francesa Coralie Fargeat ou O Cadáver de Anna Fritz (2015), do espanhol Hèctor Hernández Vicens.

FEST - Novos Realizadores, Novo Cinema
'O Cadáver de Anna Fritz' de Hèctor Hernández Vicens.© DR

Entre as curtas-metragens, o programador realça a exibição de I’ll End Up in Jail (2019), de Alexandre Dostie, The Fall (2019), de Jonathan Glazer e A Estranha Casa na Bruma (2018), de Guilherme Daniel, “curta-metragem portuguesa que teve muito sucesso no circuito de festivais internacionais”, e que arrecadou, em 2018, o Prémio Melhor Curta de Terror Portuguesa/Méliès d’Argent do MOTELX — Festival Internacional de Terror de Lisboa.

Haverá, ainda, um ciclo dedicado ao cinema letão, encabeçado pela obra do realizador Aik Karapetian. A programação cinematográfica acontecerá apenas em sala, mas o Pitching Forum, “competição de projectos à procura de financiamento para se tornar realidade”, vai decorrer online. Os workshops e masterclasses que habitualmente integram a secção de indústria foram adiados para 2021.

Tendo em conta a conjuntura actual, o FEST vai reduzir ao máximo o número de convidados e, excepcionalmente, vai ter os realizadores presentes através de videochamada. As medidas de segurança incluem, claro, a lotação reduzida das salas, o uso obrigatório de máscara e a higienização das mãos. Numa altura em que o cinema sofre com a paralisação forçada pelo vírus, com boa parte dos festivais a ser adiado, cancelado ou online, “o FEST pode ajudar o sector a ganhar tracção de novo”. “Só o facto de existir em formato tradicional já é uma grande ajuda”, conclui.

FEST. Rua 24, 800 (Espinho). 2 a 9 Ago. 227 327 545. 3€. 

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