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Fomos jantar ao G Pousada, a primeira estrela Michelin de Trás-os-Montes

Escrito por
Teresa Castro Viana
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Eram 19.30 de uma terça-feira quando fomos recebidos no G Pousada, restaurante da Pousada de Bragança, comandado pelos irmãos Óscar e António Gonçalves (o primeiro na cozinha e o segundo na sala), distinguido com a primeira estrela Michelin de Trás-os-Montes em Novembro, na gala que teve lugar em Lisboa. “O objectivo sempre foi que o G Pousada se afirmasse como uma nova referência de alta cozinha no interior do país. A nossa vitória é uma vitória à interioridade”, afirmou António. E, no fim da refeição, também nós brindámos à interioridade. Aos bons produtos e à boa comida, mas já lá vamos.

A incrível vista para o Castelo de Bragança pode distraí-lo na hora de escolher (pode optar por um dos três menus de degustação ou pedir à carta), como nos aconteceu, mas fizemos o que normalmente resulta nestas situações: deixámo-nos nas mãos do chef. A refeição começou com uma degustação de pães (centeio, bola de carne, azeitona, entre outros) e azeites da região, já que o objectivo passa por “comer o local” e “beber o local” sempre que possível. Tudo bom, bonito e bem explicadinho, que isto de fazer uma refeição Michelin não é só encher o bucho. “Há uma clara necessidade de trazer as pessoas à terra”, e dotar a comida de carga histórica e sociocultural ajuda muito.

A pêra, mão de vaca e lagostim; o rocher de alheira, com castanha, amêndoa e alheira (os tais produtos da terra); e a bola de queijo Terrincho com presunto de porco bísaro foram os amuse-bouches escolhidos para começar o festim gastronómico.

Pêra, mão de vaca e lagostim
© Marco Duarte

O carabineiro com trigo, salpicão de porco bísaro e curgete e o santiaguinho (um marisco da família das bruxas) com castanha e aipo antecederam os pratos principais. Destes, destacaram-se o pargo com alface do mar, bivalves e milhos, e a incrível presa com cuscuz de Vinhais e enchidos, o momento alto da noite, quase ultrapassado pela sobremesa de beterraba, alfazema e gelado de queijo de cabra de Trás-os-Montes.

A harmonização vínica e o serviço, que se revelou menos rígido do que em outros restaurantes do género (isto é um elogio), também foram pontos altos do jantar, que terminou com uma conversa à lareira. Inevitável, ou não estivéssemos num restaurante do interior.

Preço médio: 80€. Estrada do Turismo (Bragança). 273 331 493. Seg-Dom 19.30-23.00.

Presa com cuscuz de Vinhais e enchidos
© Marco Duarte

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