A Time Out na sua caixa de entrada

Procurar
Casa Rosmer
©DRCasa Rosmer

Mostra Internacional de Teatro une Europa e Ásia no norte do país

Entre 1 e 6 de Maio, este festival sem fronteiras apresenta 16 espectáculos em três cidades anfitriãs: Braga, Barcelos e Maia.

Escrito por
Mariana Morais Pinheiro
Publicidade

A Europa e a Ásia voltam a ficar mais próximas quando o pano sobe. À conta do teatro que levam pelo mundo, esbatem as fronteiras que lhes foram impostas e a sua arte cénica ganha novamente vida, desta vez, na segunda edição da Mostra Internacional de Teatro (MIT) – Sem Fronteiras. O festival, que teve no ano passado a sua primeira edição, regressa ao norte do país, entre 1 e 6 de Maio, e apresenta 16 espectáculos em três cidades anfitriãs: Braga, Barcelos e Maia. 

Partindo de uma ideia da Companhia de Teatro de Braga (CTB) e numa parceira com a Eurásia Theatre Association, que reúne representantes de instituições culturais de 23 países da Ásia e Europa, a MIT 23 contará com cerca de 50 representantes de oito nacionalidades. Além de Portugal, o evento receberá espectáculos e artistas vindos de Itália, Chipre, Ucrânia, Geórgia, Cazaquistão, Uzbequistão e Quirguistão, que irão actuar no Theatro Circo, em Braga, onde a CTB é residente; no Teatro Gil Vicente, em Barcelos; e na Quinta da Caverneira, na Maia.

1964
©DR1964

“Esta Mostra Internacional visa contribuir para a paz, a diversidade cultural e a coesão social, através da arte teatral”, avançou Rui Madeira, director da companhia bracarense durante a apresentação do projecto à comunicação social. Acrescentou ainda que na edição deste ano haverá “lugar para uma homenagem à luta pela liberdade travada pelo povo ucraniano e os seus artistas” e que o resultado das bilheteiras dos espectáculos Pássaros e Northern Lights serão inteiramente destinados ao Teatro de Kershon, no sul da Ucrânia.

Igualmente carregadas de simbolismo, estão também as peças que fazem parte do repertório desta mostra. Em Women’s Shelter fala-se sobre violência doméstica e de género e da dor que delas advém. No entanto, a companhia The Baken Kydykeeva Theatre of Young Spectators, do Quirguistão, faz-nos ver que há também um lado de luta, força, esperança e solidariedade na vida destas mulheres (dia 4 de Maio na Quinta da Caverneira, dia 5 no Theatro Circo e, no dia seguinte, no Teatro Gil Vicente. Sempre às 21.30).

Porta do Céu
©DRPorta do Céu

Outro dos grandes destaques da programação é a cipriota 1964, peça da autoria de Michalis Papadoupoulos, que descreve a situação vivida nos enclaves cipriotas turcos naquele ano, através “da vida de três prostitutas cipriotas turcas, que tentam sobreviver numa cidade sob um estranho regime de encarceramento e terrorismo”. A história é revelada através das suas conversas e memórias. O espectáculo poderá ser visto no dia 3 (19.00) e no dia 4 (21.30), em Braga. 

O Cazaquistão traz Red Apple, uma história de amor; da Geórgia chega Porta do Céu, um espectáculo de marionetas emotivo, com uma grande componente visual e acessível a todas as idades; a Ucrânia apresenta Northern Lights, peça que ganhou o Grand Prix no IV Concurso Internacional de dramaturgos “Teatro Livre”; e em representação de Itália, numa co-produção com a CTB, vem Casa Rosmer. Os Pássaros, obra clássica de Aristófanes, e Mesa, ambas sob a alçada da companhia bracarense, compõem o restante programa.  

Rui Madeira projecta ainda o futuro. Se as próximas duas edições se assumem “como modelo e prática para cumprir desígnios futuros”, em 2025, ano em que a CTB celebrará 45 anos e Braga será Capital Portuguesa da Cultura, é esperado que a MIT passe a chamar-se MITO, altura em que o festival “assumirá, então, toda a sua dimensão de Grande Festival Internacional de Teatro e Ópera Clássicos”, e terá como palco as ruínas do Teatro Romano.

Red Apple
©DRRed Apple

+ Seiva Trupe: "Abril ficou por cumprir no teatro"

Últimas notícias

    Publicidade