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Na rentrée de Setembro, os palcos voltam a ser de carne e osso

Escrito por
Mariana Duarte
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Setembro é aquele mês em que tudo acontece nas artes performativas, e o arranque da nova temporada não vai deixar muito espaço para respirar. Além do regresso de férias dos principais teatros da cidade – o Teatro Nacional São João e o Teatro Municipal do Porto –, há ainda a 4ª edição do programa O Museu Como Performance, em Serralves, a continuação do Cultura em Expansão e os festivais Circular e MEXE.

Comecemos pelo MEXE, cuja programação desta 5ª edição está particularmente vitaminada: entre os dias 13 e 22 há espectáculos, oficinas, cinema documental, conversas e instalações artísticas em mais de 20 espaços do Porto e com mais de 400 participantes. O tema agregador é "o comum", politicamente e socialmente falando. "Num vaivém integrador entre centro e periferia, esta edição é de todos os que queiram MEXER; com particular destaque para os jovens, a programação em espaço público e a pujante criação artística africana, latino-americana e do sul da Europa", sintetiza o director artístico Hugo Cruz no texto de apresentação do festival.

Nos espectáculos, destaque para as estreias nacionais de duas propostas vindas do Brasil: Isto É um Negro?, uma reflexão sobre a negritude pela mão (e pelos corpos) do colectivo EQuem ÉGosta?, e Quando Quebra Queima, do grupo ColectivA Ocupação, composto por jovens estudantes, artistas e activistas que estiveram nas ocupações das escolas e manifestações em prol da educação no Brasil, em 2015/16. Atenções redobradas também para Children of The New World, uma performance sobre abuso infantil coreografada e interpretada pelo bailarino tanzaniano Samwel Japhet; para a marcha de mulheres grávidas Duck March, liderada por Caterina Moroni; e Viajar nos Tempos dos Outros, um trabalho de Tânia Dinis em colaboração com moradores e ex-moradores das Fontainhas.

Uns dias antes é a vez d’O Museu Como Performance. No fim-de-semana de 7 e 8 passam pelo Museu de Serralves uma série de propostas interdisciplinares que mostram os diferentes caminhos possíveis da performance feita hoje, ancorada em temas como a sexualidade, pós-colonialismo, queer e alteridade, além de abordagens mais formais sobre a relação entre corpo, som, forma e matéria. Os artistas presentes nesta edição são Tamara Alegre, Antonia Baehr, Latifa Laâbissi & Nadia Lauro, Kat Válastur, Pedro Barateiro, Sofia Dias & Vítor Roriz, Alexandre Estrela com Gabriel Ferrandini e Vasco Mendonça com o Drumming – Grupo de Percussão.

Já em Vila do Conde, de 19 a 28, acontece o 15º Circular – Festival de Artes Performativas, onde a performance, a dança, o teatro e a música convivem num terreno propício à experimentação e ao pensamento. Entre a selecção de artistas nacionais e internacionais encontram-se a coreógrafa Nora Chipaumire com #PUNK, o primeiro capítulo de uma trilogia iluminada por Patti Smith; Katerina Andreou com BSTRD, um solo criado a partir de comunidades ligadas à dança house; Luísa Saraiva e Carlos Azeredo Mesquita com a estreia absoluta de I Know It When I See It; e a banda Sensible Soccers com um concerto especial.

Nos fins-de-semana de Setembro, em vários locais da cidade e com entrada gratuita, pode contar também com os espectáculos integrados no programa municipal Cultura em Expansão, dos criadores portugueses Joana Castro, Lígia Soares, Miguel Loureiro, Joana Providência e a companhia Circolando.

No que toca aos habitués, a rentrée do Teatro Nacional São João faz-se com a primeira encenação de Nuno Cardoso enquanto director artístico desta instituição. A peça escolhida foi A Morte de Danton, que o dramaturgo alemão Georg Büchner escreveu no rescaldo da Revolução Francesa (de 18 a 29 de Setembro). O resto do mês é preenchido pelos espectáculos em parceria com o MEXE, vindos do Uganda, do Brasil e de Espanha. Para Outubro, levantamos um pouco o véu: vai haver nova criação da mala voadora, uma versão no feminino de Locker Room Talk, de Gary McNair. No Teatro Municipal do Porto, o pontapé de saída da temporada 2019/2020 é dado no Rivoli, dia 27, com La Fiesta, do sevilhano Israel Galván, figura-chave do flamenco contemporâneo (Rosalía é fã), e com Party, um espectáculo-festa-em-família que assinala os dez anos da companhia Estrutura, de Cátia Pinheiro e José Nunes (Campo Alegre, 28 e 29). Nos meses seguintes chegam nomes como Hooman Sharifi, Teatro Praga e Philippe Quesne.

+ Cultura em Expansão: Há 64 espectáculos gratuitos para ver até Dezembro

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