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João Rodrigues
©DRJoão Rodrigues

Primeira paragem: Boticas. O restaurante itinerante de João Rodrigues estreia-se já este mês

O antigo chef do Feitoria, em Lisboa, vai embarcar numa viagem por Portugal com o seu restaurante itinerante. De norte a sul, vai percorrer 12 regiões em 12 meses. Trás-os-Montes é o ponto de partida.

Escrito por
Mariana Morais Pinheiro
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Se Maomé não vai à montanha, vai a montanha a Maomé. E isto aplica-se a si, caso ainda não tenha tido a oportunidade de comer a comida preparada por um dos melhores chefs do país. João Rodrigues, antigo chef do Feitoria, em Lisboa, com uma estrela Michelin, vai embarcar numa viagem por Portugal com o seu restaurante itinerante, o primeiro do país, que o levará de norte a sul, percorrendo em 12 meses, 12 regiões. 

“Esta iniciativa faz parte de uma estratégia pensada quando saí do restaurante [Feitoria] para seguir o meu caminho. E o primeiro projecto era esta viagem gastronómica pelo país, que vem um pouco na sequência dos eventos com o projecto Matéria”, começa por explicar o chef à Time Out. “A vontade foi crescendo, tanto a de chegar a mais pontos do país, como a de ir conhecendo pessoas em diferentes regiões. E sem um restaurante físico, propusemo-nos a ocupar espaços, utilizando o que eles têm para nos oferecer. A ideia é viajarmos quase sem nada”, diz, acrescentando que a sua equipa, sem contar com a dos bastidores, é composta por três pessoas.

João Rodrigues Residência
©DRJoão Rodrigues Residência

Desta feita, e de preferência o mais sui generis possível (para uma experiência fora do comum), tabernas, casas, fornos comunitários, fortes, faróis ou castelos poderão vir a servir de cenário ao João Rodrigues em Residência, o restaurante temporário onde o chef irá preparar menus focados na região e nos seus produtores, dando sempre especial atenção aos produtos típicos e da estação. “Mais do que jantares ou almoços, o Residência quer respeitar a natureza, não só à mesa, mas nos percursos dos visitantes, que num mês em Trás-os-Montes terão neve e, mais tarde, no Minho, terão colinas verdejantes”, lê-se no comunicado enviado às redacções.

Nele, adiantam também que “dar a conhecer a diversidade natural e cultural do nosso país, recorrendo a práticas e tradições por vezes esquecidas”, bem como proporcionar o envolvimento das freguesias e das “suas festas e rituais, miradouros e parques naturais, receitas tradicionais, residenciais e hotéis” são outros dos objectivos desta iniciativa.

Posto isto, a primeira paragem é em Trás-os-Montes e acontece já este mês, nos dias 20, 21 e 22, em Boticas. João Rodrigues irá cozinhar na Casa do Pedro, uma casa familiar com mais de 300 anos, na vila de Vilarinho Seco. O local escolhido deveu-se em grande parte à história e carisma que carrega. Nos anos 90, o Sr. Pedro e a Dona Ana, produtores de hortaliças, porco bísaro e carne barrosã, fundaram este restaurante que faz as suas próprias alheiras e cura os seus presuntos, e que tem no cozido barrosão um dos seus pratos mais famosos, hoje preparado com mestria pelos filhos Alda e Pedro.

João Rodrigues Residência
©DRJoão Rodrigues Residência

“Ficámos a conhecê-los numa viagem organizada pela Teresa Vivas [empreendedora ligada ao ramo da gastronomia] às tabernas do Alto Tâmega, onde estivemos a cozinhar e travámos amizade com algumas pessoas locais. Ficámos absolutamente apaixonados pelo que vimos. Começámos a pensar no mês de Janeiro, época de frio, dureza, das matanças do porco, e lembrámo-nos logo das tavernas”, relembra o chef. 

Trutas, porco bísaro, carne barrosã, batata, couves, fumeiro e mel serão, portanto, alguns dos produtos utilizados pelo chef João Rodrigues para a confecção do tão esperado menu de degustação, que contará com sete momentos e será servido ao jantar nos dias 20 e 21 (80€ com pairing de vinhos incluído). No dia 22, a residência termina com um almoço a quatro mãos, tendo como convidado Vítor Adão, natural da pequena aldeia de Carvela, perto de Chaves, e chef e dono do restaurante Plano, em Lisboa. Ambos irão preparar um cozido típico da zona. Este almoço custa 45€ e conta também com pairing de vinhos, escolhido por Daniel Rocha e Silva.

“Aos domingos vamos preparar um prato mais emblemático, mais tradicional da região. Mas não é certo que tenhamos sempre um convidado, podemos ter ou não. Quanto ao menu, não queremos replicar o tradicional. A ideia é aprendermos e bebermos do que é local, fazendo a nossa interpretação, dando aos menus a nossa roupagem”. Estes só serão conhecidos mais perto do evento, uma vez que os produtos com os quais trabalham são locais e sazonais. A próxima paragem, em Fevereiro, será o Minho e, depois, o Grande Porto. Reserve na agenda.

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