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Três perguntas a Ana Pires. A primeira mulher portuguesa cientista-astronauta é formada no Porto

Escrito por
Patrícia Santos
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Ana Pires, investigadora do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), conseguiu, aos 38 anos, um feito nunca antes alcançado por uma mulher portuguesa: participou no projecto PoSSUM - Ciência Suborbital Polar na Alta Mesosfera, apoiado pela NASA, que lhe permitiu experimentar a força da gravidade, e recebeu o diploma de cientista-astronauta. O curso teve lugar na Embry-Riddle Aeronautical University, na Flórida.

Das centenas de candidaturas, a doutorada em geociências foi seleccionada juntamente com mais 11 pessoas de países como o México, a França e a Colômbia, e de diferentes áreas - havia psiquiatras, neurocirurgiões e engenheiros aeroespaciais. Preparar os formandos para um voo espacial suborbital como cientistas e formar cientistas-astronautas eram os objectivos do curso, cuja participação de Ana Pires contou com o apoio do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) e do INESC TEC.

Como surgiu o interesse pelo espaço?

É algo recente. Quer dizer, quando nos perguntam o que queremos ser quando formos grandes acho que a maior parte dos miúdos responde que quer ser astronauta e eu não fui excepção. Sempre tive esta curiosidade pelo desconhecido, que acredito ser intrínseca ao ser humano. Mas o interesse mais científico, em termos de investigação, é algo recente. Surgiu na altura em que estava a terminar o meu doutoramento [em geociências], quando o professor Rui Moura, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, se tornou no primeiro cientista-astronauta português. No ano passado, como investigadora, decidi arriscar e candidatar-me. Acabei por ser seleccionada para o curso.

Que experiências viveu ao longo da formação?

Tive a oportunidade de simular uma missão, com fato espacial – ver como se veste, como funciona e como tenho de o controlar – e participei em treinos em aviões de acrobacia aérea de habituação à força G [força da gravidade]. Também vivemos a experiência de estar dentro de uma câmara hiperbárica para tentar perceber como é que se sentem os astronautas quando há hipoxia, isto é, falta de oxigénio.

Com o diploma na mão, quais os planos para o futuro?

Tenho a perfeita noção de que isto [o curso] foi apenas o começo, a base. Agora, os objectivos são continuar a trabalhar, a aprender e a estreitar laços para que consigamos, com as minhas instituições, ter projectos em comum, até apoiados pela NASA, quem sabe. Para já, também fui convidada para fazer um outro curso, mais avançado, também ligado ao uso de fatos espaciais e técnicas relacionadas com a geologia lunar e de Marte. Desta vez será no Arizona, no mesmo local em que os astronautas da NASA treinam.

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