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Três produções próprias e uma "companhia quase residente": eis os 100 anos do Teatro Nacional São João

Escrito por
Maria Monteiro
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Esta terça-feira, o Teatro Nacional São João (TNSJ) soprou as velas dos seus 99 anos e abriu as portas à cidade para apresentar as linhas gerais da programação para o centenário assinalado em 2020. O documento Dez ideias para (mais) dez anos de Teatro Nacional São João, apresentado por Pedro Sobrado, antecipa algumas das iniciativas que pretendem celebrar a vida da instituição e definir estratégias para a continuidade.

A constituição de uma “companhia quase residente”, através de um elenco de oito actores que vai habitar o TNSJ de forma mais ou menos permanente, foi uma das novidades avançadas pelo presidente do conselho de administração do TNSJ. “Nunca somos tão produtivos e rentáveis como quando dispomos de uma companhia de actores”, afirmou.

A viabilização de um elenco fixo, sublinhou, “favorece a circulação nacional e internacional dos espectáculos aqui criados”. Estão previstas três produções próprias para 2020, cuja encenação será assumida por Nuno Cardoso, o recém-nomeado director artístico que sucede a Nuno Carinhas. São elas A Morte de Danton, de Georg Danton, A Varanda, de Jean Genet, e Castro, de António Ferreira, que se estreará no Teatro Aveirense e passará, posteriormente, por Bragança e Braga, antes de chegar ao Porto.

A descentralização da cultura no norte do país e a criação de uma maior relação com outras companhias e salas fora do Porto é uma das prioridades para a próxima década. Nesse sentido, estão previstas cinco co-produções para o ano: 20 20, da Circolando, Lorenzaccio, encenação de Rogério de Carvalho (Teatro do Bolhão) a partir de Alfred de Musset, O Burguês Gentil-Homem, criação de Ricardo Alves (Palmilha Dentada) a partir de Molière, um projecto de Marco Martins com produção da Arena Ensemble e Mês, de Mónica Calle.

Além de aumentar a sua presença a nível nacional, o TNSJ vai renovar o vínculo com a UTE - União de Teatros da Europa no sentido de reforçar as relações externas europeias e alargar os territórios onde mostra as suas produções, nomeadamente aos países de língua oficial portuguesa - a começar já em Novembro, com a primeira apresentação em Cabo Verde.

A par da programação que ocupará os três espaços do Teatro - o edifício principal, na Praça da Batalha, o Teatro Carlos Alberto e o Mosteiro de São Bento da Vitória -, será posto em marcha o Empilhadora, projecto editorial a propósito do qual se publicará a biografia Falhar Melhor: A Vida de Samuel Beckett, de James Knowlson. A ambiciosa actividade editorial do TNSJ entre 2020 e 2021 traduz-se nos Cadernos do Centenário, um conjunto de publicações temáticas que versam sobre o número 100 - a título de exemplo, o primeiro foca-se na memória artística e reúne 100 testemunhos sobre 100 espectáculos.

Outro dos momentos de destaque do centenário será uma exposição agendada para o segundo semestre de 2020. Pedro Sobrado anunciou que já foi iniciado “um exigente trabalho de pesquisa que culminará na edição de um catálogo em 2021”. O público poderá ver documentos, materiais e objectos que fazem parte da história do Teatro. A recolha será feita com a colaboração de entidades como a Fundação Marques da Silva e de privados.

Por último, o edifício do TNSJ, projectado por Marques da Silva após o incêndio de 1908, merecerá especial atenção no próximo ano. Será levada a cabo uma profunda obra de reabilitação para resolver problemas de infiltração e climatização, renovar a estrututura do palco, o sistema eléctrico e de segurança e tornar o Teatro mais sustentável.

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